Problemas Aula 1.8 - Colisões

Escrito por Gabriel Hemétrio

Alguns exercícios para você estudar a teoria estudada. O grau de dificuldade dos problemas está indicado com *. Problemas com * são equivalentes a problemas de primeira fase da OBF, ** equivalentes à segunda fase e *** equivalentes à terceira fase.

Problema 01*

Um carrinho de massa m_1 , deslocando-se com velocidade v_1 sobre um trilho horizontal sem atrito, colide com outro carrinho de massa m_2 , inicialmente em repouso sobre o trilho. Sabendo que  a colisão é inelástica, qual é a perda de energia mecânica no processo?

Solução

Como a colisão é inelástica, teremos, pela conservação do momento angular que:

m_1v_1 = (m_1+m_2)v

Logo:

v = \dfrac{m_1 v_1}{m_1 + m_2}

Por fim, calculando a energia dissipada:

\Delta E = \dfrac{m_1 v_1^2}{2}- \dfrac{(m_1+m_2)v^2}{2}

Simplificando:

 \boxed{\Delta E = \dfrac{m_2}{m_1 + m_2}\dfrac{m_1 v_1^2}{2} }

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Gabarito

\boxed{\Delta E = \dfrac{m_2}{m_1 + m_2}\dfrac{m_1 v_1^2}{2} }

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Problema 02**

Uma bola de gude de raio r e uma bola de basquete de raio R são lançadas contra uma parede com velocidade horizontal v e com seus centros a uma altura h. A bola de gude e a bola de basquete estão na iminência de contato entre si, assim como ambas contra a parede. Desprezando a duração de todas as colisões e quaisquer perdas de energia, calcule o deslocamento horizontal \Delta S da bolinha de gude ao atingir o solo.

Solução

Nesse caso, após colidir com a parede, a bola de basquete retornará com velocidade v e, após isso, colidirá com a bola de gude, de modo que, pela conservação de momento linear:

Mv - mv = Mv_M + mv_m

Como a colisão é elástica, e = 1, então:

v_m - v_M = 2v

Ou seja:

v_M = v_m - 2v

Assim:

(3M - m)v = (M+m)v_m

Como M >> m, teremos:

3Mv \approx Mv_m

Logo:

v_M \approx 3 v

De tal modo, é de imediato, que:

\boxed{\Delta S =  3v \sqrt{\dfrac{2h}{g}}}

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Gabarito

\boxed{\Delta S =  3v \sqrt{\dfrac{2h}{g}}}

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Problema 03*

Durante um jogo de Futebol Americano um jogador cuja massa é 90,0\, \textrm{kg} salta em direção a um jogador adversário, inicialmente em repouso, atingindo-o com uma velocidade de 7,20\, \textrm{m/s}. Eles se seguram e passam a se mover com uma velocidade de 3,00\, \textrm{m/s}. As velocidades antes e depois da colisão possuem mesma direção e sentido. Despreza as perdas com as interações com o gramado.

(a) Qual a massa, em \textrm{kg}, do jogador adversário?
(b) Qual a perda mecânica mecânica na colisão, em \textrm{J}?

Solução

(a) Como não há forças externas (como a interação com o gramado), podemos conservar o momento linear na horizontal:

 p_0 = p

 mv_0 = (M+m)v

Em que definimos m como sendo a massa do jogador inicialmente em movimento, M a massa do jogador inicialmente em repouso, v_0 a velocidade inicial e v a velocidade final. Note que consideramos a colisão inelástica já que os jogadores passam a se mover juntos após o impacto. Dessa forma, temos:

 \boxed{M=126\,\textrm{kg}}

(b) Para calcular a energia dissipada, basta encontra a variação de energia cinética, já que nenhuma parcela se transforma em potencial:

 \Delta E = \dfrac{1}{2}(M+m)v^2-\dfrac{1}{2}mv_0^2

Numericamente encontramos:

 \boxed{\Delta E\approx -1360\,\textrm{J}}

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Gabarito

(a)  \boxed{M=126\,\textrm{kg}}

(b)  \boxed{\Delta E\approx -1360\,\textrm{J}}

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Problema 04**
Uma bola de basquete pode ser usada para impulsionar uma bola de tênis a uma altura surpreendente. A figura abaixo, fora de escala, representa a configuração inicial de um sistema formado por uma bola de tênis, raio r = 3,00 cm e massa m = 50,0 g, que está apoiada sobre uma bola de basquete, raio R = 12,0 cm e massa 500 g, cuja base está a uma altura h = 1,50 m acima de um piso horizontal liso. Determine a máxima altura que o centro de cada bola atinge após serem abandonadas do repouso. Considere que a colisão da bola de basquete com o piso é instantânea, de modo que, efetivamente, a bola de basquete em ascensão colide com a bola de tênis enquanto essa está descendo e que todas as colisões são perfeitamente elásticas. (As especificações das bolas são aproximadas e não estão, necessariamente, nos intervalos aceitos oficialmente em cada modalidade esportiva.)

Solução

Chamaremos aqui de M a massa da bola de basquete e m a massa da bola de tênis. Considere o instante em que a bola de basquete bate no chão, temos ambas as bolas com velocidade:

v_{0}=\sqrt{2gh}

Após a colisão da bola de basquete com o solo seu movimento é invertido e a mesma colide com a bola de tênis. Adotaremos como para cima o sentido positivo de velocidades. Conservando o momento nessa colisão, temos:

\left(M-m\right)\sqrt{2gh}=MV+mv

Pelo coeficiente de restituição:

v-V=2\sqrt{2gh} \rightarrow v=V+2\sqrt{2gh}

Substituindo v, obtemos:

\left(M-m\right)\sqrt{2gh}=\left(M+m\right)V+2m\sqrt{2gh}

V=\dfrac{M-3m}{M+m}\sqrt{2gh}

Sabemos que M=10m, logo:

V=\dfrac{7}{11}\sqrt{2gh}

Substituindo, obtemos v:

v=\dfrac{29}{11}\sqrt{2gh}

As alturas do centro são dadas então por:

\boxed{H_{bas}=R+\dfrac{V^{2}}{2g}=R+\dfrac{49}{121}h \approx 0,73 \; \rm{m}}

\boxed{H_{tenis}=2R+r+\dfrac{v^{2}}{2g}=2R+r+\dfrac{841}{121}h \approx 10,7 \; \rm{m}}

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Gabarito

\boxed{H_{bas} \approx 0,73 \; \rm{m}}

\boxed{H_{tenis} \approx 10,7 \; \rm{m}}

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Problema 05**
A figura abaixo mostra dois níveis de referência A e B, localizados em relação ao solo pelas distâncias verticais H e h respectivamente. Um corpo de massa m é abandonado do nível A e após colidir com o solo eleva-se até o nível B e assim sucessivamente o corpo quica várias vezes com o solo elevando-se a novos níveis.

ColisõesOBF

Desprezando os efeitos do ar e considerando o coeficiente de restituição de energia (e) durante a colisão, determine:

a) os trabalhos da força gravitacional entre os níveis A e B e os classifique como motor ou resistente

b) a altura do nível atingido por este corpo após N colisões sucessivas.

Solução

a) A massa m está inicialmente em repouso e, devido à atração gravitacional da terra, ela começa a acelerar para baixo. Como o trabalho da força gravitacional está aumentando a velocidade, em módulo, do corpo, então pode-se dizer que o trabalho é motor. O trabalho de uma força pode ser facilmente encontrado pela definição dele. O trabalho de uma força é o produto do valor dessa força pelo deslocamento do corpo na direção desta. Portanto, como a força de atração gravitacional é vertical e aponta para baixo, sendo W o trabalho:

W=F_{gra} * (-\Delta y)=mg*(-(h-H))=m g (H-h)

b) Para encontrar essa altura tem de se primeiro pensar em como a energia mecânica da massa varia no tempo. A energia mecânica do sistema é dada por:

E_{mec}=E_{cin}+E_{pot}=\frac{mv^{2}}{2}+mgh

Na altura máxima do sistema, pode-se dizer que a velocidade da partícula é zero, pois do contrário a altura iria aumentar se você olhasse a posição dela num tempo maior ou menor. Portanto, num trecho do movimento da partícula em que a energia mecânica se conserva, pode-se dizer que, caso o ponto de altura máxima esteja nele:

E_{mec}=\frac{mv^{2}}{2}+mgh=mgh_{max}

Onde h_{max} é a altura máxima da partícula. Por esse resultado, caso a partícula tivesse energia mecânica constante ao longo do movimento todo, ela teria a altura máxima, após cada colisão com o chão, constante em todas colisões e igual a h_{max}. Ademais, a energia também pode ser encontrada se você souber a velocidade da partícula quando a energia potencial gravitacional da partícula é mínimo, i.e, no nosso caso, a velocidade da partícula se h=0:

E=\frac{mv_{max}^{2}}{2}

A interação gravitacional não dissipa energia mecânica, portanto a perda de energia ocorre apenas durante as colisões. Assume-se por simplicidade que o problema espera que você considere o caso mais trivial dessa perda de energia: A colisão da bola com o chão não é perfeitamente elástica. Quando a colisão entre dois corpos é não-perfeitamente elástica, pode-se dizer que a velocidade relativa de aproximação se relaciona com a velocidade relativa de afastamento deles por um coeficiente e:

e=\frac{v_{rel}}{v_{apro}}

E experimentalmente se encontra que esse coeficiente é função apenas das propriedades intrísecas dos dois corpos em questão. Como o chão está parado no referencial da terra, a velocidade relativa de afastamento ou aproximação da massa m com ele é apenas a própria velocidade dessa massa. Portanto, vale que, sendo v_{f} a velocidade da partícula após a colisão e v_{ini} a velocidade da partícula antes da colisão:

e=\frac{v_{f}}{v_{ini}} \leftrightarrow v_{f}= e v_{ini}

Ademais, se após a colisão a partícula sai do chão com velocidade v_{f}, após cair nele novamente ela ainda terá velocidade v_{f}, porém com sinal invertido, devido à conservação de energia mecânica durante o tempo em que a partícula está voando. Portanto, se inicialmente, antes da primeira colisão, a partícula tinha velocidade v_{o}, vale, e em geral, imediatamente após a n-ésima colisão ela tem velocidade v_{n}:

v_{1}= e v_{o}

v_{2}= e v_{1}=e^{2} v_{0}

E, em geral, vale que:

v_{n}=e^{n} v_{o}

Como desde a colisão até a altura máxima da partícula vale a conservação da energia mecânica, então:

E_{n}=\frac{mv_{n}^{2}}{2}=mg h_{n}

Onde h_{n} é a altura máxima da partícula após a n-ésima colisão. Portanto:

h_{0}=\frac{v_{o}^{2}}{2g}

h_{n}=\frac{v_{n}^{2}}{2g}=e^{2n} \frac{v_{o}^{2}}{2g}

h_{n}=e^{2n} h_{o}=e^{2n} H

Já que vale que H é a altura máxima da partícula antes de ela colidir com o chão. Podemos encontrar o resultado também a partir de h e H. Vale que:

h_{1}=h=\frac{v_{1}^{2}}{2g}=e^{2} \frac{v_{0}^{2}}{2h}=e^{2} H

e=\sqrt{\frac{h}{H}}

Portanto:

h_{n}=(\frac{h}{H})^{n} H

Como h<H, o fator \frac{h}{H} é menor que um e a cada colisão a altura máxima da partícula após quicar diminui.

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Gabarito

a) Motor. W=mg(H-h)

b) h_{n}=e^{2n} H=(\frac{h}{H})^{n} H

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Problema 06**

Uma esfera de massa m é abandonada de uma altura h em relação ao ponto A no declive da cunha triangular de massa M=2m montada sobre rodas, conforme mostra figura abaixo. A esfera choca-se elasticamente, com a cunha no ponto A, que se encontra a uma altura \frac{h}{2}  do solo (ver figura) e após a colisão é lançada horizontalmente até atingir o solo no ponto B. Desprezando os efeitos de possíveis forças de resistência existentes no sistema, determine a velocidade da esfera ao atingir o ponto B.

CunhaOBF

Solução

A bola colidir elasticamente com a cunha no ponto A implica que a energia do sistema é conservada durante a colisão, sendo a mesma antes e depois dela. Contudo, deve-se ter cuidado, pois a conservação da energia deve-se fazer imediatamente depois da colisão, antes da cunha colidir com a terra e passar a se mover só na horizontal, já que essa colisão pode não conservar energia. A conservação de energia e todos os passos serão feitos considerando a colisão da bola com a cunha apenas, considerando portanto o movimento da partícula e da cunha antes da colisão da cunha com o chão.  A energia cinética da bola ao chegar em A pode ser encontrada facilmente, pois está é igual ao trabalho da força gravitacional na bola até chegar em A, visto que esta parte do repouso:

W=m g \Delta H=\frac{mgh}{2}=\frac{mv_{o}^{2}}{2}

v_{o}^{2}=2 g h

Ademais, o sistema não tem quantidade de movimento na direção x, e como não há nenhuma força horizontal agindo no sistema durante esse meio tempo, visto que o chão é liso, no final essa quantidade de movimento continuará zero.Portanto, sendo v_{x} a velocidade da bola imediatamente após a colisão e V_{x} a velocidade da cunha em x imediatamente após a colisão, e sendo ambas horizontais, a conservação de quantidade de movimento do sistema na direção x implica que:

P_{x}=0=mv_{x}-MV=0

V=\frac{m v_{x}}{M}

Antes da cunha de massa M colidir com o chão, sendo o momento que estamos analisando, a quantidade de movimento na direção y que a massa m tinha inicialmente vai toda para a cunha. Portanto, para a cunha:

P_{y}=M V_{y}=m v_{o}

V_{y}=\frac{m v_{o}}{M}

Ademais, como a energia cinética do sistema se conserva, a energia cinética da bola no começo é igual à soma da energia cinética da cunha e da bola no final.

K_{sis}=\frac{m v_{o}^{2}}{2}=\frac{mv_{x}^{2}}{2}+\frac{M(V_{x}^{2}+V_{y}^{2})}{2}

v_{o}^{2}=v_{x}^{2}+\frac{M}{m} (\frac{m}{M} v_{x})^{2}+\frac{M}{m} (\frac{m v_{o}}{M})^{2}

v_{x}^{2}(1+\frac{m}{M})=v_{o}^{2}(1-\frac{m}{M})

v_{x}=v_{o} \sqrt{\frac{M-m}{M+m}}

E até atingir o ponto B, a bola estará sob efeito apenas da interação gravitacional e portanto terá sua energia mecânica conservada. Como não há força horizontal nela, ela continuará com velocidade horizontal constante e igual a v_{x}, e a velocidade que ela chega em B pode ser encontrada uma vez que se encontra a velocidade vertical da bola em B. Essa velocidade vertical encontra-se trivialmente com o teorema de Torriceli, pois a bola cairá com aceleração vertical constante g e ela parte em repouso em y, implicando que, sendo sua velocidade vertical v_{y}:

\Delta v_{y}^{2}=v_{y}^{2}-0=v_{y}^{2}=2 g \frac{h}{2}=g h

Usando pitágoras para encontrar a velocidade final total v:

v^{2}=v_{x}^{2}+v_{y}^{2}=g h+\frac{(M-m) 2 g h}{m+M}=\frac{3M-m}{M+m} gh

Usando as relações do problema:

v^{2}=\frac{5}{3} gh

\boxed{v=\sqrt{\frac{5 g h}{3}}}

 

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Gabarito

\boxed{v=\sqrt{\frac{5 g h}{3}}}

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Problema 07***

Uma massa começa a mover-se a partir de um piso horizontal com uma velocidade vertical v_0 e uma velocidade horizontal u_0. Sempre que colide com o chão, a sua velocidade vertical resultante vertical resultante é uma fração e da que tinha antes da colisão. Se o coeficiente de de atrito cinético entre o solo e a massa é \mu, e a velocidade horizontal da massa se torna zero após exatamente n colisões, determine n.

Solução

Seja v_i e u_i as velocidades vertical e horizontal, respectivamente, da massa imediatamente após a i-ésima colisão, teremos:

v_i = ev_{i-1}

Logo:

 v_i = e^i v_0

Os impulsos recebidos pela normal e pela força de atrito podem ser calculados por:

 I_N = \langle N\rangle \Delta t = m(v_i + v_{i-1}) = (1+e)mv_{i-1}

 I_{f_{AT}} = \langle f_{AT}\rangle \Delta t = -\langle N\rangle \Delta t = -\mu(1+e)mv_{i-1}

De modo que, a partir disso, conseguimos calcular a velocidade final u_n da seguinte maneira:

 u_i = u_{0} -\mu(1+e) \displaystyle \sum_{k=1}^{n} v_{i-1}

 = u_{0} -\mu v_0(1+e) \displaystyle \sum_{k=1}^{n} e^{i-1}

 = u_{0} -\mu v_0(1+e) \dfrac{1- e^n}{1 - e}

No caso em que a velocidade se anula:

 u_{0} = \mu v_0(1+e) \dfrac{1- e^n}{1 - e}

Ou seja:

 n \geq \ln \left( 1 - \dfrac{u_0 (1-e)}{\mu (1+e) v_0}\right)

Como n é inteiro, temos que, na verdade, pegar o menor númerio inteiro que é maior que a expressão encontrada anteriomente, ou seja, deveremos utilizar a função teto:

\boxed{ n = \lceil \ln \left( 1 - \dfrac{u_0 (1-e)}{\mu (1+e) v_0}\right) \rceil}

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Gabarito

\boxed{ n = \lceil \ln \left( 1 - \dfrac{u_0 (1-e)}{\mu (1+e) v_0}\right) \rceil}

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Problema 08*

Com base na figura, as duas esferas à direita estão inicialmente em repouso e a esfera da esquerda incide sobre a do centro com velocidade v_0. Supondo que as colisões sejam frontais e elásticas, mostre que se m_1 \geq m_2 há duas colisões e se m_1 \leq m_2 há três colisões.

obf138

Solução

Primeiramente analisando se um corpo de massa m colidir com um corpo de massa M em repouso em cada caso de relação entre as massas.

Se m>M, m continua o seu caminho na mesma direção que inicialmente, enquanto M vai com velocidade maior para essa direção.

Se m=M, o corpo de massa m passa a ficar em repouso enquanto o corpo de massa M passa a ter a velocidade inicial do corpo de massa m.

Se m<M, o corpo de massa m, após colidir, passa a se mover na direção contrária e o corpo de massa M se move na direção inicial.

Analisando esses casos, a primeira colisão das esferas de massa m_1 faz com que a primeira esfera fique parada e a segunda se mova com v_0. Após isso, a esfera de massa m_1 colide com a de massa m_2, e analisando os casos, se m_1>m_2 ou m_1=m_2, so há duas colisões. Enquanto se m_1<m_2, a segunda esfera volta e causa uma terceira colisão com a primeira esfera.

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Gabarito

Demonstração acima

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Problema 09*

Uma bola com coeficiente de restituição e é atirada com uma velocidade horizontalv_0. Determine a que distância, d, a bola atinge o ponto P. Despreze a resistência do ar.

quest12012

Solução

Para calcular a distância total d, Podemos dividi-la em duas parte s: a distância x_1 percorrida até ela encostar no chão após ser lançada; e a distância x_2 percorrida após ricochetear e chegar no ponto P. Escrevendo as equações de movimento na horizontal e vertical, respectivamente:

x_1 = v_0 t_1

H = \frac{g {t_1}^2}{2}

Onde t_1 é o tempo que a bola leva até quicar. Resolvendo para t_1 na segunda equação e substituindo na primeira:

t_1 = \sqrt{\frac{2 H}{g}}

x_1 = v_0 \sqrt{\frac{2 H}{g}}

Agora podemos encontrar x_2 escrevendo as mesmas equações de movimento na horizontal e vertical para o instante após o quique:

x_2 = v_0 t_2

h = \frac{g ({t_2}/{2})^2}{2} (relação 1)

Onde adotamos h como sendo a altura máxima que a bola alcança no movimento parabólico após ricochetear. Algo interessante a se notar é que, a velocidade na equação para o movement na horizontal se manteve v_0, pois como a reação normal da superfície atua apenas na vertical neste caso (assumimos que não há atrito), a única componente da velocidade que sofrerá alteração é a da vertical! Além disso, o tempo que colocamos na segunda equação é \frac{t_2}{2}, e a velocidade inicial 0. Fizemos isto pois consideramos apenas metade do movimento (até chegar no topo), e de trás para frente, para não ter que lidar com equações do segundo grau. Encontrando h com Torricelli:

{v_2}^2 = 2 g h\,\,\,\therefore\,\,\,h = \frac{{v_2}^2}{2 g} (relação 2)

Onde v_2 é a velocidade vertical após a colisão, que pode ser encontrada usando o coeficiente de restituição e e a velocidade vertical antes da colisão v_1:

v_2 = e v_1 = e \sqrt{2 g H}

Assim, igualando as duas relações para h para encontrar t_2:

h = \frac{g ({t_2}/{2})^2}{2} = \frac{{v_2}^2}{2 g}

t_2 = 2 \frac{v_2}{g} = 2 e \sqrt{\frac{2 H}{g}}

Portanto:

x_2 = v_0 t_2 = v_0*2 e \sqrt{\frac{2 H}{g}}

Assim, a distância total pode ser escrita como:

d = x_1 + x_2 = v_0 \sqrt{\frac{2 H}{g}} + 2 v_0 e \sqrt{\frac{2 H}{g}}

\boxed{d = v_0 \sqrt{\frac{2 H}{g}} (1 + 2 e)}

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Gabarito

\boxed{d = v_0 \sqrt{\frac{2 H}{g}} (1 + 2 e)}

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Problema 10***

Em uma colisão bidimensional, uma esfera de massa M é lançada com uma certa velocidade V_{0} para colidir elasticamente com uma esfera de massa m<M em repouso. Calcule o maior ângulo de espalhamento \theta possível da esfera de massa M em relação a direção inicial do seu movimento.

Solução

No referencial do centro de massa, a esfera de maior massa possui velocidade dada por:

V'=V_{0}-V_{CM}=\dfrac{mV}{m+M}

Sabemos que o módulo dessa velocidade não mudará antes e depois da colisão, sendo assim, podemos escrever:

\vec{V}=\vec{V}_{CM}+\vec{V}'

Onde \vec{V} é a velocidade final da esfera de massa M em relação à terra e \vec{V}' é a velocidade final da massa em relação ao CM, com módulo calculado anteriormente. Podemos esquematizar então:

Onde a circunferência foi desenhada para indicar que podemos variar a direção de \vec{V}' ao longo da mesma. No caso do maior ângulo \theta, o vetor \vec{V} tangencia a circunferência, conforme no esquema a seguir:

Utilizando a definição de seno e o fato de que a tangente à uma circunferência é perpendicular ao raio da mesma, obtemos:

\sin \theta_{max}=\dfrac{V'}{V_{CM}}=\dfrac{m}{M}

Logo, nossa resposta final é:

\theta_{max} = \sin^{-1} \left(\dfrac{m}{M}\right)

É importante ressaltar que essa solução é incrivelmente curta quando comparada a solução no referencial da Terra, que pode ser encontrada em um problema da semana.

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Gabarito

\boxed{\theta_{max} = \sin^{-1} \left(\dfrac{m}{M}\right) }

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Problema 11***

Uma massa m_1 com velocidade inicial V_0, atinge um sistema massa-mola,cuja massa é m_2, inicialmente em repouso, mas livre para se movimentar. A mola é ideal e possui constante elástica k conforme a figura. Não há atrito com o solo.


a) Qual é a compressão máxima da mola?
b) Se, após um longo tempo, ambos os objetos, se deslocam na mesma direção, qual serão as velocidades finais V_1 e V_2 das massas m_1 e m_2, respectivamente?

Solução

a) Primeiramente, deve-se perceber que o instante da compressão máxima é quando as velocidades de ambas as massas são iguais, pois enquanto a massa  m_{1} tiver velocidade maior a mola continuará a ser comprimida cada vez mais. Sabendo disso, podemos descobrir a velocidade das massas nesse instante a partir da conservação da quantidade de movimento.

m_{1}v_{0}=\left( m_{1} + m_{2} \right) v

v= \dfrac{m_{1} v_{0}}{m_{1}+m_{2}}

Agora, note que não atuam forças dissipativas nesse sistema, portanto:

E_{0}=E

\dfrac{m_{1}v_{0}^{2}}{2}=\dfrac{kx^{2}}{2}+\dfrac{\left(m_{1}+m_{2}\right)v^{2}}{2}

kx^{2}=m_{1}v_{0}^{2}-\left(m_{1}+m_{2}\right)\dfrac{m_{1}^{2}v_{0}^{2}}{\left(m_{1}+m_{2} \right)^{2}}

kx^{2}=m_{1}v_{0}^{2}\left(1- \dfrac{m_{1}}{m_{1}+m_{2}} \right)

x=v_{0}\sqrt{\dfrac{m_{1}m_{2}}{\left(m_{1}+m_{2} \right) k }}

b) Como na situação final só haverá a energia cinética das massas e o momento se conservará, temos simplesmente uma colisão perfeitamente elástica, portanto, podemos utilizar o conceito de coeficiente de restituição:

e=1=\dfrac{v_{2}-v_{1}}{v_{0}}

v_{2}=v_{1}+v_{0}

Pela conservação do momento linear (quantidade de movimento), temos:

m_{1}v_{0}=m_{1}v_{1}+m_{2}v_{2}

v_{2}=\dfrac{m_{1}}{m_{2}}\left(v_{0}-v_{1} \right)

Igualando, obtemos então:

v_{1}+v_{0}=\dfrac{m_{1}}{m_{2}}v_{0}-\dfrac{m_{1}}{m_{2}}v_{1}

v_{1}\left(1+\dfrac{m_{1}}{m_{2}} \right) = \left(\dfrac{m_{1}}{m_{2}}-1 \right)v_{0}

v_{1}=\dfrac{m_{1}-m_{2}}{m_{1}+m_{2}}v_{0}

E, substituindo na equação para v_{2}, temos:

v_{2}=\dfrac{2m_{1}}{m_{1}+m_{2}}v_{0}

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Gabarito

a)

x=v_{0}\sqrt{\dfrac{m_{1}m_{2}}{\left(m_{1}+m_{2} \right) k }}

b)

v_{1}=\dfrac{m_{1}-m_{2}}{m_{1}+m_{2}}v_{0}

e

v_{2}=\dfrac{2m_{1}}{m_{1}+m_{2}}v_{0}

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Problema 12*

Duas partículas de massas m_{1} = 4 \; \rm{kg} e m_{2} = 6 \; \rm{kg} estão movendo-se em direções opostas sobre uma superfície plana sem atrito. Elas têm velocidades constantes, cujos módulos são V_{1i} = 20 \; \rm{m/s} e V_{2i} = 10 \; \rm{m/s} e colidem. A colisão é frontal e perfeitamente elástica. Calcule as velocidades finais das partículas.

Solução

Pela conservação da quantidade de movimento, temos:

m_{1}V_{1i}-m_{2}V_{2i}=m_{1}V_{1f}+m_{2}V_{2f}

Por outro lado, a relação do coeficiente de restituição nos dá:

e=\frac{V_{2f}-V_{1f}}{V_{2i}+V_{1i}}=1

V_{2f}-V_{1f}=V_{2i}+V_{1i}

V_{1f}=V_{2f}-V_{2i}-V_{1i}

Substituindo V_{1f} na expressão da conservação da quantidade de movimento, temos:

(m_{1}+m_{2})V_{2f}=2m_{1}V_{1i}+(m_{1}-m_{2})V_{2i}

V_{2f}=\dfrac{2m_{1}V_{1i}+(m_{1}-m_{2})V_{2i}}{m_{1}+m_{2}}

V_{2f}=\dfrac{160+(-2)*10}{10}

\boxed{V_{2f} = 14 \; \rm{m/s}}

Logo:

14-V_{1f} = 30

\boxed{V_{1f} = -16 \; \rm{m/s}}

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Gabarito

\boxed{V_{2f} = 14 \; \rm{m/s}}

\boxed{V_{1f} = -16 \; \rm{m/s}}

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Problema 13**

Uma massa m com velocidade v na direção x colide elasticamente com uma massa estacionária nm, onde n é um número real. Depois da colisão é observado que ambas as massas têm velocidades iguais na direção x. Qual o ângulo que a velocidade da massa nm faz com o eixo x?

Solução

Conservação da quantidade de movimento no eixo x:

mv=mv_{x}+nmv_{x}

v_{x}=\dfrac{v}{1+n}

Conservação da quantidade de movimento no eixo y:

mv_{1y}=nmv_{2y}

v_{1y}=nv_{2y}

Conservação de energia:

\dfrac{mv^{2}}{2}=\dfrac{m}{2}\left(v_{x}^{2}+v_{1y}^{2}\right)+\dfrac{nm}{2}\Bigg(v_{x}^{2}+v_{2y}^{2}\Bigg)

\dfrac{mv^{2}}{2}=\dfrac{m}{2}\Bigg(\Big(\dfrac{v}{1+n}\Big)^{2}+(nv_{2y})^{2}\Bigg)+\dfrac{nm}{2}\left(\left(\dfrac{v}{1+n}\right)^{2}+v_{2y}^{2}\right)

\dfrac{nmv_{2y}^{2}(1+n)}{2}=\dfrac{nmv^{2}}{2(1+n)}

v_{2y}=\dfrac{v}{1+n}

Logo,como v_{x} e v_{2y} são iguais, o ângulo que a massa nm faz com o eixo x é \boxed{45^{\circ}}.

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Gabarito

\boxed{45^{\circ}}

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Problema 14*

Uma bolinha de massa m viaja a uma velocidade v ate que se choca com outra, de massa M que estava parada. Sabendo que na colisão 20 \% da energia foi perdida, qual a velocidade final de ambas as massas?

Solução

Conservação da momento:

(I) - mv=MV+mv'\Rightarrow v'=v-\dfrac{M}{m}V

Relação das energias:

(II) - \dfrac{8}{10}E_{0}=E\rightarrow\dfrac{2}{5}mv^2=\dfrac{MV^2+mv'^2}{2}

Aplicando (I) em (II):

\dfrac{4}{5}mv^2=MV^2+mv^2-2MvV+\dfrac{M^2}{m}V^2

Resolvendo a equação do segundo grau, obtemos:

\boxed{V=\dfrac{2Mv-\sqrt{\dfrac{4M^2-Mm}{5}}}{2\left(M+\dfrac{M^2}{m}\right)}}

Aplicando (I), obtemos v':

\boxed{v'=v-\dfrac{M}{m}\dfrac{2Mv-\sqrt{\dfrac{4M^2-Mm}{5}}}{2\left(M+\dfrac{M^2}{m}\right)}}

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Gabarito

\boxed{V=\dfrac{2Mv-\sqrt{\dfrac{4M^2-Mm}{5}}}{2\left(M+\dfrac{M^2}{m}\right)}}

\boxed{v'=v-\dfrac{M}{m}\dfrac{2Mv-\sqrt{\dfrac{4M^2-Mm}{5}}}{2\left(M+\dfrac{M^2}{m}\right)}}

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Problema 15*

Considere uma partícula de massa m que se move com velocidade v iniciamente em direção a um espelho. Sabendo que e=1, mostre que a velocidade da partícula é conservada e que \theta=\theta '.

Solução

Como a colisão é elástica, a energia é conservada, de modo que:

E = E'

Ou seja:

\dfrac{mv^2}{2}= \dfrac{mv'^2}{2} \Rightarrow v = v'

Além disso, como e = 1, teremos, calculando as velocidades relativas de aproximação e afastamente em relação à normal do espelho:

\dfrac{v' \sin \theta'}{v \sin \theta} = 1

Assim:

 v \sin \theta = v' \sin \theta'

Uma vez que v = v', concluímos que:

 \sin \theta' =\sin \theta \Rightarrow \theta = \theta'

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Gabarito

Demonstração.

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