Problemas Aula 3.4 - Acústica

Escrito por Pedro Tsuchie

Alguns exercícios para você estudar a teoria estudada. O grau de dificuldade dos problemas está indicado com *. Problemas com * são equivalentes a problemas de primeira fase da OBF, ** equivalentes à segunda fase e *** equivalentes à terceira fase.

Problema 01*

Acerca do som fazem-se as seguintes afirmações:

I) É uma onda longitudinal, cuja direção de propagação coincide com a direção de oscilação

II) É uma onda transversal, cuja direção de propagação é perpendicular à direção de oscilação

III) A maior velocidade possível para o som é no vácuo, assim como a luz

IV) A velocidade do som independe do meio em que ele se propaga

As únicas afirmações corretas são:

a) I, III

b)I

c)II, IV

d)II

e)III

Solução

Faremos uma análise de cada afirmação:

I) Como sabemos, o som é uma onda longitudinal e a definição desta está correta, então I está certa

II) Como sabemos que 0 som o é uma onda longitudinal, essa está incorreta

III) O som não se propaga no vácuo! Logo está incorreta

IV) A velocidade do som depende do meio, logo esta está incorreta.

Como só a I) está correta, ficamos com a alternativa c).

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Gabarito

c)

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Problema 2*

Um corredor se aproxima de um alto falante de um carro parado. É correto afirmar que:

a) A frequência percebida pelo corredor é a mesma percebida por um observador parado.

b) A frequência percebida pelo corredor é maior que a percebida por um observador parado.

c) A frequência percebida pelo corredor é menor que a percebida por um observador parado.

d) A frequência percebida pelo corredor depende da sua distância até o carro.

e) Não é possível saber se a frequência aumenta ou diminui sem saber a velocidade do corredor.

Solução

Como o corredor se aproxima do carro, as ondas sonoras chegam mais rápido nele, fazendo com que a frequência aumente. Similarmente, usando a fórmula do efeito doppler com a fonte estacionária, chegamos na mesma conclusão que é descrita em a).

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Gabarito

a)

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Problema 3*

João, um aluno de física, acabou de assistir a uma aula sobre interferência de ondas. Após entender o conceito de interferência destrutiva, o menino se perguntou se seria possível encontrar ,em um local com dois emissores de som idênticos mas em locais diferentes(uma onda esférica) ,um lugar onde não ouviria nada(Intensidade nula). Acerca dessa dúvida assinale a alternativa correta:

a) Por sempre ser possível encontrar um ponto de interferência destrutiva, existe um local em que a intensidade é nula, independentemente se as fontes começaram fora de fase ou em fase.

b) Por nunca ser possível encontrar um ponto de interferência destrutiva, não existe um local em que a intensidade é nula, independentemente se as fontes começaram fora de fase ou em fase.

c) Por mais que sempre seja possível encontrar pontos de interferência destrutiva, ela nunca é capaz de deixar a intensidade nula, independentemente se as fontes começaram fora de fase ou em fase.

d) A resposta depende se os emissores começaram em fase ou não. Caso estejam em fase, não é possível encontrar um ponto de intensidade nula, caso estejam com fases opostas, é possível encontrar um ponto de intensidade sonora nula.

e)A resposta depende se os emissores começaram em fase ou não. Caso estejam em fase, é possível encontrar um ponto de intensidade nula, caso estejam com fases opostas, não é possível encontrar um ponto de intensidade sonora nula.

Solução

Essa questão é bastante perigosa, já que precisamos compreender como a intensidade de uma onda sonora( que é esférica) funciona. De primeira, podemos estar tentados a marcar a alternativa a), pois de fato sempre conseguimos encontrar um ponto de interferência destrutiva. No entanto, no caso em que as fontes estão em fase, essas interferências destrutivas nunca causam Intensidade nula. Podemos entender isso pois a diferença de fase é consequência de uma diferença de distância percorrida, de forma que, para as ondas estarem em fases opostas, uma teve que se deslocar mais que a outra, e , como o som é uma onda esférica, isso implica que a intensidade desta será menor que aquela que percorreu uma distância menor. Portanto, percebe-se que a alternativa correta é d).

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Gabarito

d)

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Problema 4*

Um aparelho capaz de medir frequências é utilizado para medir a velocidade de carros e, assim, multá-los caso necessário. Em uma cidade em que utiliza-se esse aparelho, os carros emitem sons de frequência 31kHz. Considerando a velocidade do somo com sendo de 330 m/s e sabendo que na via em questão o limite de velocidade é de 72km/h, considerando apenas o carro se aproximando do aparelho, assinale a alternativa correta :

a) A frequência máxima medida que não resulta em multa é de 29kHz.

b) A frequência máxima medida que não resulta em multa é de  33kHz.

c) A frequência mínima medida que não resulta em multa é de 33kHz.

d) A frequência máxima medida que não resulta em multa é de 29kHz.

e) A frequência é sempre de 31kHz.

Solução

Para esse problema, basta usarmos a fórmula do efeito doppler com nossa fonte sendo o carro e o observador sendo o aparelho. Primeiro, é evidente que a frequência de multa é uma máxima, quanto mais rápido o carro se aproxima. maior a frequência, de forma que descartamos as alternativas c), d) e e). Agora, usando a fórmula:

f_{observada}=31\cdot\frac{330}{330-20}=33kHz

Chegamos, assim, na alternativa b).

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Gabarito

b)

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Problema 5*

(OBOF) Analisando um tubo sonoro fechado, temos a seguinte configuração:

a) A onda sonora de pressão não inverte a fase quando atinge uma extremidade fixa (fechada).
b) A onda sonora de deslocamento não inverte a fase quando atinge uma extremidade fixa (fechada).
c) A onda de pressão está defasada de 180° da onda de deslocamento.
d) A onda de pressão está em fase com a de deslocamento.
e) A onda de pressão possui velocidade de propagação maior que a onda de deslocamento.

Solução

Como podemos perceber pela figura ou por conhecimento prévio, as ondas de pressão e deslocamento estão defasadas de \frac{\pi}{2}. Sendo assim, como a onda de deslocamento inverte a fase quando atinge uma extremidade, a onda de pressão, por ser oposta a de deslocamento, mantém sua fase, o que é dito no item a). Há outra maneira de compreender isso, pela figura, percebemos que há uma máximo de intensidade na extremidade fechada, ou seja, há interferência construtiva entre a onda que chega e a que reflete, o que só é possível se ela não mudar de fase.

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Gabarito

a)

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Problema 6*

(OBF) Uma corda de violão é afinada girando a correspondente tarraxa localizada na cabeça do violão o que modifica a tensão da corda. Considere que inicialmente a corda de um violão está levemente desafinada e quando tocada seu primeiro harmônico de comprimento de onda \lambda_c 0 produz ondas sonoras de comprimento de onda \lambda_s,0. Girando a tarraxa de forma a aumentar a tensão na corda essas grandezas passam a ser: \lambda_c para a onda na corda e \lambda_s para a onda sonora produzida. É correto afirmar que:

(a) \lambda_c =\lambda_{c,0} e \lambda_s >\lambda_{s,0}.

(b) \lambda_c =\lambda_{c,0} e \lambda_s <\lambda_{s,0}

(c) \lambda_c =\lambda_{c,0} e \lambda_s =\lambda_{s,0}.

(d) \lambda_c >\lambda_{c,0} e \lambda_s =\lambda_{s,0}.

(e)\lambda_c <\lambda_{c,0} e \lambda_s =\lambda_{s,0}.

Solução

O comprimento de onda do primeiro harmônico só depende do tamanho da corda, então ele se mantém o mesmo

\lambda_c = \lambda_{c,0}

Com o aumento de tensão, a velocidade de propagação aumenta, e como o comprimento de onda é constante, por v = \lambda f, a frequência da onda na corda aumenta. A frequência de oscilação do som é a igual a da vibração da corda, logo ela também aumenta. Como a velocidade de propagação do som é constante, se a frequência é maior, o comprimento de onda diminui

\lambda_s < \lambda_{s,0}

Portanto, item b)

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Gabarito

Item b)

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Problema 7*

Uma das diferenças entre o som e a luz é a sua interação com diferentes meios. Por exemplo, a luz possui maior velocidade no ar do que na água, enquanto no som, o contrário é observado. Acerca disso é correto afirmar que:

a) A luz interage melhor com meios com maior matéria, por isso se move mais rápido no ar do que na água, enquanto o som interage melhor com meios com menor matéria, por isso se move mais rápido na água.

b) A luz interage melhor com meios com maior matéria, por isso se move mais rápido no ar do que na água, o som também  interage melhor com meios com maior matéria, por isso se move mais rápido na água.

c) A luz interage pior com meios com maior matéria, por isso se move mais rápido no ar do que na água, o som também  interage pior com meios com maior matéria, por isso se move mais rápido na água.

d) A luz interage pior com meios com maior matéria, por isso se move mais rápido no ar do que na água, enquanto o som  interage melhor com meios com maior matéria, por isso se move mais rápido na água.

e) NDA

Solução

Sabemos que a água contém mais matéria que o ar, portanto, esperamos que a luz interaja pior com meios de mais matéria e o oposto ocorra com o som. De fato, isso faz sentido, já que para a luz, a matéria é desnecessária para sua propagação e apenas a atrapalha, enquanto, para o somo, a matéria é fundamental para sua propagação. Encontramos isto na alternativa d).

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Gabarito

Item d)

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Problema 8*

(OBF) O quadrinho nos mostra um dos fenômenos ondulatórios que ocorrem na natureza. Vejamos:

OBFP18

Examine as seguintes proposições, apontando a(s) verdadeira(s):

  • I. O eco resulta da reflexão do som
  • II. O fato de uma colher parecer "quebrada" quando mergulhada parcialmente e obliquamente copo com água, deve-se a refração da luz
  • III. A polarização de ondas explica porque duas pessoas, mesmo estando separadas por uma parede e sem se verem mutuamente, podem se ouvir e conversar uma com a outra.

a) Somente I é correta

b) Somente a II é correta

c) I e II são corretas

d) I e III são corretas

e) Todas estão corretas.

Solução

 Analisaremos preposição por preposição. A preposição I está correta, pois o eco ocorre quando a onda sonora é refletida por superfícies e volta à fonte, sendo, portanto, um fenômeno de reflexão. A preposição II também está correta, pois o que ocorre é uma trajetória diferente entre os raios de luz que vem diretamente da colher e dos raios que vem da colher por baixo d'água, tendo, portanto, que atravessar a interface água-ar. Esses raios que atravessam a interface tem seu ângulo defletido, devido à refração, e devido a isso o prolongamento desses raios não coincide mais com suas fontes, o que faz um observador pensar que eles foram emitidos de um lugar que eles não foram. Desta maneira, essa diferença de posição aparente da fonte de emissão entre pontos em cima e de baixo d'água causa a impressão de descontinuidade da colher, ou "quebra". A preposição III está falsa, pois o fenômeno que permite que você escute alguém que está por trás de uma barreira é o da difração, em que a onda consegue "atravessar" obstáculos devido ao princípio de Huygens e da forma de emissão de suas frentes de onda. A difração é um fenômeno que fica mais acentuado com o aumento do comprimento de onda da onda em questão, sendo esta a razão por qual você consegue escutar alguém por trás de uma barreira, que ocorre por causa de ondas sonoras de comprimento de onda na ordem de 0,1 m, enquanto você não vê essa mesma pessoa, pois o comprimento de onda da luz é da ordem de 10^{-7} m. Desta maneira, o item correto é o item C

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Gabarito

C)

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Problema 9**

(OBF) A trena ultrassônica com laser acoplado é uma ferramenta perfeita para medir rapidamente a distância, a área e o volume de um ambiente fechado. Ela pode medir distâncias em uma linha reta de 50 cm a 20 m. O feixe de laser serve como orientação dos dois pontos entre os quais se quer medir a distância. A trena é colocada em um ponto e um sinal ultrassônico de frequência 45\,kHz é emitido no sentido do outro ponto. Então, o sinal é refletido e captado de volta pela trena. A medida da distância é feita através do lapso de tempo entre a emissão e captatação dos sinais. Considere que a trena é usada para medir uma distância de 10\,m entre duas paredes e a velocidade do som no momento da medida é 320\,m/s. Determine:

(a) O lapso de tempo, em s, entre o sinal emitido e captado.

(b) A diferença de fase, em graus, do sinal captado em relação ao emitido (ondas sonoras não invertem a fase quando refletem em superfícies sólidas).

Solução

(a) Para ir até a parede oposta e voltar, o a onda percorre uma distância de d = 2 \cdot 10 \ m = 20 \ m. Sendo c = 320 \ m/s a velocidade do som, obtemos:

\Delta t = \dfrac{d}{c} = \dfrac{20}{320} \ s = \dfrac{1}{16} \, s

\boxed{\Delta t = \dfrac{1}{16} \ s = 6,25 \cdot 10^{-2}\,s}

(b) A fase de uma onda é dada por \phi = kx - \omega t + \phi_{0}, onde k representa o número de onda, \omega a frequência angular e \phi_{0} é a constante de fase. Como ambas as ondas estarão na mesma posição no momento da medida, podemos expressar a diferença de fase como:

\Delta \phi = \omega \Delta t = 2\pi f \Delta t

\Delta \phi = 2\pi \cdot 45 \cdot 10^{3} \cdot \dfrac{1}{16} \ rad

Convertendo de radianos para graus:

\Delta \phi = 45 \cdot 10^{3} \cdot \dfrac{1}{16} \cdot 360^{\circ} = (2812 + \dfrac{1}{2}) \cdot 360^{\circ}

Assim, temos que a diferença de fase consiste de 2812 ciclos completos de 360^{\circ} e de mais meio ciclo. Logo:

\boxed{\Delta \phi = 180^{\circ}}

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Gabarito

(a) \boxed{\Delta t = \dfrac{1}{16} \, s = 6,25 \cdot 10^{-2}\,s}

(b) \boxed{\Delta \phi = 180^{\circ}}

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Problema 10**

Considere um motorista dirigindo a uma velocidade de  v=30 m/s na direção contrária a uma parede estacionária. O carro emite um som de frequência 36 kHz, qual a frequência percebida pelo motorista das ondas que refletem na parede? Considere a velocidade do som igual a u=330 m/s

Solução

Primeiro, precisamos calcular a frequência percebida pela parede estacionária. Fazemos isso utilizando a fórmula do efeito Doppler:

f_{parede}=f_{fonte}\frac{u}{u+v}

f_{parede}=36\frac{330}{360}=33kHz

Agora, essa onda é emitida pela parede e chega até o observador em movimento, novamente usaremos Doppler:

f_{som refletido}=f_{parede}\frac{u-v}{u}

\boxed{f_{som refletido}=33\frac{300}{330}=30\;\rm{kHz}}

Portanto, a frequência é de 33kHz.

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Gabarito

\boxed{f_{som\; refletido}=30\;\rm{kHz}}

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Problema 11**

(OBF) A figura abaixo mostra um tubo utilizado para medir a velocidade do som em gases. O interior do tubo é preenchido com gás hidrogênio a temperatura de 25^{\circ}C e um pó muito fino e pouco denso. A extremidade direita do tubo possui um pistão móvel, e a extremidade esquerda possui um alto-falante que emite na frequência de 1000 \;\rm{Hz}. Ajustando o comprimento do tubo por meio do pistão móvel até que ele entre em ressonância com a frequência do altofalante, observa-se a formação de pequenos montes de pó, sendo que o espaçamento médio entre os picos desses montes é d=63,5 \;\rm{cm}. Nessas condições, qual é a velocidade do som no gás hidrogênio?

Solução

Há a formação de ondas estacionárias dentro do tubo. Nos ventres de deslocamento o pó é sacudido e portanto, ele se despersa. Nos nós de deslocamento, o pó fica em repouso, correspondendo ao pico dos montes formados. O enunciado fornece a distância entre dois desses picos, ou seja, ele fornece a distância entre dois nós de deslocamento, que é {\lambda}/2. Dessa forma, pela relação fundamental da ondulatória

\boxed{v={\lambda}f=2df=1270 \;\rm{m/s}}

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Gabarito

\boxed{v=1270 \;\rm{m/s}}

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Problema 12**

(FUVEST - adaptada) Um alto falante emitindo som com uma única frequência é colocado próximo à extremidade aberta de um tubo cilíndrico vertical preenchido com um líquido. Na base do tubo, há uma torneira que permite escoar lentamente o líquido, de modo que a altura da coluna de líquido varie uniformemente no tempo. Partindo se do tubo completamente cheio com o líquido e considerando apenas a coluna de ar criada no tubo, observa se que o primeiro máximo de intensidade do som ocorre quando a altura da coluna de líquido diminui 5 \;\rm{cm} e que o segundo máximo ocorre um minuto após a torneira ter sido aberta. Dados: velocidade do som no ar=340\;\rm{m/s} , velocidade do som na água=1700\;\rm{m/s} e que a ressonância em líquidos envolve a presença de nós na sua superfície.
Determine:
a) o módulo da velocidade V de diminuição da altura da coluna de líquido

Considerando que o som também se propaga no líquido, determine:

b) o menor comprimento L da coluna de líquido para que haja uma ressonância deste som no líquido

Solução

a)

Como fornecido pelo enunciado, a ressonância em líquidos é caracterizada por um nó na superfície assim podemos desenhar o primeiro harmônico, notando que a extremidade é aberta:

Pelo desenho, percebemos que 5\;\rm{cm} correspondem a um quarto do comprimento de onda, ou seja: \lambda_{no ar}=4*0,05=0,2\;\rm{m}. Analogamente, o segundo harmônico corresponde à três quartos do comprimento de onda, ou seja: L=\frac{3}{4}*\lambda_{no ar}=0,15\;\rm{m}. A velocidade pedida é

\boxed{V=\frac{L}{60}=0,0025\;\rm{m/s}}.

b) Primeiro, precisamos encontrar os parâmetros da onda no líquido. A frequência é a mesma da fonte que é:

f=\frac{v}{\lambda_{no ar}}=1,7kHz

Assim, aplicando v=\lambda_{no líquido} *f no líquido temos:

\lambda_{no líquido} =\frac{1700}{1700}=1m

Sabemos que no primeiro harmônico, o comprimento que contém líquido corresponde a meio comprimento de onda, assim:

\boxed{L=\frac{\lambda_{no líquido}}{2}=0,5\;\rm{m}}

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Gabarito

a) \boxed{V=0,0025\;\rm{m/s}}.

b)\boxed{L=0,5\;\rm{m}}

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Problema 13***

(OBF) A exposição a sons muito elevados, como uma explosão ou ruídos intensos por períodos prolongados, podem causar traumas acústicos, ou seja, lesões no ouvido interno. Sons de intensidade 10^-5 W/m^2,  por períodos prolongados, podem causar traumas. Acima 1W/m^2 podem causar traumas imediatamente. Considere que onda sonora produzida por um fone de ouvido, em seu volume máximo, tem intensidade de 0,1 W/m^2, enquanto a intensidade da onda sonora produzida por uma britadeira a 2,0 m do ponto de impacto é de 2 W/m^2 . A que distância d do ponto de impacto de uma britadeira, em m, deve estar uma pessoa para que escute a britadeira com mesma intensidade com que ouve uma música em seus fones de ouvido
no volume máximo?

Solução

Precisamos obter uma função para a intensidade da onda sonora em função da distância até a britadeira. Desprezando perdas de energia para o ar e considerando que a britadeira se porte como uma fonte pontual, temos que:

P(r) = I(r) \cdot 4\pi r^{2} = \text{constante}

Para r = 2 \ \text{m}, a intensidade é de I(2 \ \text{m}) = 2,0 \ \text{W/m}^{2}. Logo:

I(r) \cdot 4\pi r^{2} = 2,0 \cdot 4 \pi \cdot 2,0^{2} \ \text{W}

I(r) \cdot r^{2} = 8,0 \ \text{W}

I(r) = \dfrac{8}{r^{2}} \ \text{W/m}^{2}

Igualando essa expressão à intensidade de 0,1 \text{W/m}^{2}:

0,1 = \dfrac{8}{r^{2}}

r^{2} = 80 \ \text{m}^{2}

\boxed{r = 4 \sqrt{5} \ \text{m} \approx 8,8 \ \text{m}}

 

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Gabarito

\boxed{d = 4 \sqrt{5} \ \text{m} \approx 8,8 \ \text{m}}

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Problema 14***

(OBF) Dois alto-falantes estão instalados à mesma altura em um ambiente plano, horizontal e aberto. Suas localizações são dadas pelos pontos A_1 e A_2 conforme a figura. Os alto-falantes emitem ondas sonoras de mesma intensidade, com mesmo comprimento de \lambda = 2,00\;\rm{m} e em fase. Uma pessoa caminha em direção à A_1 pela linha tracejada paralela ao eixo x e com um aplicativo de celular, que é mantido à mesma altura dos alto-falantes, mede a intensidade da onda sonora que chega dos alto-falantes. (a) Se a distância entre os alto-falantes é d = 3\lambda, determine a localização dos pontos de interferência destrutiva que a pessoa detecta com x > 0. (b) Seja I_d a intensidade do som medido no ponto mais próximo do eixo y determinado no item anterior e I_u a intensidade do som que seria medida no mesmo local com o alto-falante localizado em A_2 desligado, determine a razão I_d/I_u. Considere que o som se propaga isotropicamente e o piso está coberto com um material perfeitamente absorvedor de som.

Solução

(a) Vamos considerar que a pessoa está no ponto P a uma distância x de A_1

Dessa forma, a diferença de caminho entre as ondas emitidas por cada fonte dá-se por

\Delta x=x_2-x_1

\Delta x=\sqrt{x^2+(3\lambda)^2}-x

Além disso, para a interferência destrutiva:

\Delta x=\sqrt{x^2+(3\lambda)^2}-x=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)\lambda

Em que m é um número natural. Desenvolvendo:

\sqrt{x^2+(3\lambda)^2}=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)\lambda+x

{x^2+(3\lambda)^2}=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)^2\lambda^2+2x\left(m+\dfrac{1}{2}\right)\lambda+x^2

{9\lambda}=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)^2\lambda+2x\left(m+\dfrac{1}{2}\right)

x=\dfrac{\lambda}{2}\left( \dfrac{9}{\left(m+\frac{1}{2}\right)}-\left(m+\dfrac{1}{2}\right)\right)

Assim, x>0 então

9>\left(m+\dfrac{1}{2}\right)^2

m<2,5

Então os valores que x assume são para m=0, m=1 e m=2.

x=8,75\lambda  para  m=0

x=2,25\lambda  para  m=1

x=0,55\lambda  para  m=2

Como \lambda=2,00\;\rm{m}, os valores de x são

\boxed{x=17,5\;\rm{m}}  para  \boxed{m=0}

\boxed{x=4,5\;\rm{m}}  para  \boxed{m=1}

\boxed{x=1,1\;\rm{m}}  para  \boxed{m=2}

(b) Nessa questão é importante utilizar a dependência da intensidade com a distância. Como o enunciado informa que o som se propaga isotropicamente,  consideramos a propagação das ondas esfericamente simétricas. Sendo assim, a intensidade varia com o inverso da distância ao quadrado:

I\propto \dfrac{1}{r^2}

Chame de a a constante de proporcionalidade. Assim:

I=\dfrac{a}{r^2}

Dessa forma, as amplitudes das ondas emitidas por A_1 e A_2, ao chegarem no ponto de interferência, são diferentes. Se a amplitude da onda de A_1 for B_1 e a amplitude da onda de A_2 for B_2, a amplitude resultante será:

A_r=B_1-B_2

Pois a interferência é destrutiva. Como a intensidade é proporcional ao quadrado da amplitude, a intensidade da onda resultante vale:

I_d=kA_r^2

I_d=k(B_1-B_2)^2

OBS.: Aqui, k é um fator de proporcionalidade entre a intensidade e a amplitude ao quadrado. Uma vez que ele só depende do meio de propagação, vale o mesmo para todas as ondas.

Prosseguindo, como sabemos que:

I_1=kB_1^2            I_2=kB_2^2

Então:

I_d=(\sqrt{I_1}-\sqrt{I_2})^2

Em função das distâncias, I vale:

I_d=a\left(\dfrac{1}{x_1}-\dfrac{1}{x_2}\right)^2

Caso a fonte A_2 fosse desligada, a intensidade resultante seria apenas da onda A_1, ou seja:

I_u=\dfrac{a}{x_1^2}

Então, a razão I_d/I_d mede:

\dfrac{I_d}{I_u}=\left(1-\dfrac{x_1}{x_2}\right)^2

Para a posição mais próxima do eixo y, ou seja, x_1=0,55\lambda, temos por fim:

\dfrac{I_d}{I_u}=\left(1-\dfrac{0,55\lambda}{\sqrt{(0,55\lambda)^2+(3\lambda)^2}}\right)^2

\dfrac{I_d}{I_u}=\left(1-\dfrac{0,55}{3,05}\right)^2

\dfrac{I_d}{I_u}=\left(\dfrac{2,5}{3,05}\right)^2

\boxed{\dfrac{I_d}{I_u}=\left(\dfrac{50}{61}\right)^2\approx 0,67}

OBS.: É importante esclarecer uma possível dúvida que pode surgir. No item (a), encontramos a condição que descreve uma interferência destrutiva. É comum que o aluno comumente associe interferência destrutiva a uma intensidade resultante nula, o que poderia levá-lo a pensar que a resposta do item (b) seria simplesmente zero, já que I_d=0. Note, no entanto, que isso não é compatível com as condições do problema, uma vez que é mencionado que o som se propaga isotropicamente. Isso implica que a intensidade - e, portanto, a amplitude do som - varia com a distância à fonte devido à emissão esfericamente simétrica, impossibilitando que uma interferência das duas ondas gere uma intensidade/amplitude nula. Os pontos de interferência destrutiva estão, como vimos, associados à mínima amplitude possível do som resultante.

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Gabarito

(a) \boxed{x=17,5\;\rm{m}}  para  \boxed{m=0}

       \boxed{x=4,5\;\rm{m}}  para  \boxed{m=1}

    \boxed{x=1,1\;\rm{m}}  para  \boxed{m=2}

(b)\boxed{\dfrac{I_d}{I_u} \approx 0,67}

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Problema 15***

(OBF) O ponto A da figura ao lado representa uma ambulância que se desloca com velocidade constante de módulo v_0 = 120 \, \textrm{km/h}. No instante em que ela começa a atravessar uma praça quadrada, de lados 100 \, \textrm{m}, sua sirene de 1000 \, \textrm{Hz} é ligada. Assim que a ambulância cruza a praça, a sirene é desligada. Nos pontos B e C estão situados dois observadores. Desconsidere a largura das ruas e suponha que o som da sirene se propaga isotropicamente.

 

(a) Determine, para cada observador (B e C), a maior e menor frequência sonora com que ouvem o som da sirene.

(b) Sejam f_B e f_C as frequências da ambulância percebidas por B e C. No mesmo plano cartesiano, faça gráficos de f_B e f_C em função do tempo t. Use o eixo horizontal para t. Adote t = 0 como o instante em que a ambulância liga as sirenes.

Solução

(a) Para o observador B, nós temos que a ambulância se aproxima dele, e assim que o cruza, ela desliga sua buzina, e assim nós temos que considerar o efeito doppler da aproximação, e depois a frequência normal no momento que ela passa por ele. Lembrando que a fórmula para o efeito Doppler é:

f = \dfrac{v_S + v_O}{v_S + v_F} f_0

Onde v_S é a velocidade do som, v_O a velocidade do observador e v_F a velocidade da fonte, o sentido adotado é positivo do observador para a fonte. Assim sendo a frequência percebida por B quando a ambulância se aproxima é: (Lembrem de converter a velocidade da ambulância de 120 \, \textrm{km/h} para \dfrac{100}{3} \, \textrm{m/s})

f_{B,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0} f_0 = \dfrac{340}{340 - \dfrac{100}{3}} 1000

\boxed{f_{B,max} \approx 1109 \, \textrm{Hz}}

E a frequência mínima é quando a ambulância cruza ele, assim tendo uma velocidade perpendicular a ele, que não constitui como uma aproximação ou afastamento de B, assim:

\boxed{f_{B,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}}

Para o observador C, nós vamos ter algo quase igual, mas agora devemos ter um cuidado com o ângulo de aproximação.

A verdadeira velocidade de aproximação é v_0 \cos \theta e não v_0, pois a componente perpendicular a reta que liga a ambulância A ao observador C não importa para o efeito Doppler. Podemos ver que a velocidade fica cada vez mais perpendicular a esta reta, e portanto a velocidade máxima de aproximação é no instante inicial, quando \theta = 45 \, ^{\circ}. Após isto nós teremos um momento onde a velocidade estará totalmente perpendicular (quando a ambulância cruza a praça), e estes serão os momentos de máximo e mínimo, respectivamente. Portanto:

f_{C,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \cos \theta} f_0 = \dfrac{340}{340 - \dfrac{100}{3} \cos 45 \, ^{\circ}} 1000

\boxed{f_{C,max} \approx 1074 \, \textrm{Hz}}

E a mínima:

\boxed{f_{C,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}}

(b) A frequência percebida pelo observador B em função do tempo é fácil de ver que será a máxima até o instante final, onde será a mínima, mas para termos uma ideia de como deve ser a frequência percebida pelo observador C em função do tempo, vamos escrever \cos \theta em função do tempo.

\cos \theta = \dfrac{x}{\sqrt{L^2 + x^2}}

Mas como a ambulância realiza um movimento retilíneo uniforme partindo da ponta oposta a C, temos que x = L - v_0 t, assim:

\cos \theta = \dfrac{L - v_0 t}{\sqrt{L^2 + (L - v_0 t)^2}}

Colocando isso na equação da frequência percebida por B:

f_{C,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \cos \theta} f_0 = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \dfrac{L - v_0 t}{\sqrt{L^2 + (L - v_0 t)^2}}} f_0

Substituindo os valores numéricos e fazendo o gráfico de ambas as frequências chegamos em:

Mas sendo razoáveis, podemos entender que não era esperado do aluno que fosse feito um gráfico perfeito de tal curva, portanto durante a prova, acreditamos que o esperado era apenas uma curva como essa, que podia ser encontrada fazendo uma reta ligando do ponto máximo ao ponto mínimo de C e dela, fazer uma curva muito suave com concavidade para baixo, como a do gráfico.

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Gabarito

(a) \boxed{f_{B,max} \approx 1109 \, \textrm{Hz}} e \boxed{f_{B,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}} para o observador B.

\boxed{f_{C,max} \approx 1074 \, \textrm{Hz}} e \boxed{f_{C,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}} para o observador C.

(b)

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