Solução Simulado 3 OBF - 3ª Fase - Nível 3

Escrito por Wanderson Faustino Patricio

Questão 1

Assunto abordado

Dinâmica na relatividade restrita

[collapse]
Solução

Sabemos que um fóton possui massa de repouso nula.

Pela relação entre energia e momento temos:

E^2=p^2c^2+m_0^2c^4

E^2=p^2c^2+0^2c^4

Portanto, o momento linear do fóton é:

p=\dfrac{E}{c}

Suponha que após a colisão o fóton tenha energia E'. Sabemos que o movimento do fóton após a colisão será para trás.

Conservando o momento linear:

\dfrac{E}{c}=-\dfrac{E'}{c}+mv

Conservando a energia:

E=E'+\dfrac{mv^2}{2}

E=(mvc-E)+\dfrac{mv^2}{2}

mv^2+2mc\cdot v-4E=0

Resolvendo a equação do segundo grau em v:

v=\sqrt{c^2+\dfrac{4E}{m}}-c

Conserevando a energia no espelho após a colisão:

\dfrac{mv^2}{2}=mgh

h=\dfrac{v^2}{2g}

\rightarrow \boxed{h=\dfrac{\left(\sqrt{c^2+\dfrac{4E}{m}}-c\right)^2}{2g}}

Convertendo a energia do fóton:

E=5 eV=5\cdot 1,6\cdot 10^{-19} J

E=8\cdot 10^{-19} J

Portanto a razão \dfrac{4E}{m} será muito menor que c^2.

Organizando a equação da altura:

h=\dfrac{c^2}{2g}\left(\sqrt{1+\dfrac{4E}{mc^2}}-1\right)^2

A razão \dfrac{4E}{mc^2} será:

\dfrac{4E}{mc^2}=\dfrac{4\cdot 8\cdot 10^{-19}}{2\cdot 9\cdot 10^{16}}\approx 1,78\cdot 10^{-35}

Como esse número é muito menor do que 1, podemos utilizar a aproximação binomial na raíz:

\sqrt{1+\dfrac{4E}{mc^2}}\approx 1+\dfrac{1}{2}\dfrac{4E}{mc^2}=1+\dfrac{2E}{mc^2}

Logo:

h=\dfrac{c^2}{2g}\left(1+\dfrac{2E}{mc^2}-1\right)^2

\boxed{h=\dfrac{2E^2}{m^2gc^2}}

\rightarrow \boxed{h=\dfrac{32}{9}\cdot 10^{-55} m}

[collapse]
Gabarito

\boxed{h=\dfrac{32}{9}\cdot 10^{-55} m}

[collapse]

Questão 2

Assunto abordado

Termodinâmica

[collapse]
Solução

a) Inicialmente, vamos definir a relação entre os volumes como:

\dfrac{V_2}{V_1}=\alpha=8

Vamos trabalhar com cada caminho separadamente:

I) Trajeto A-B:

Como o caminho é adiabático:

P_AV_2^{\gamma}=P_BV_1^{\gamma}

P_B=P_A\cdot \alpha^{\gamma}

Pela lei de Clayperon:

\dfrac{P_AV_2}{T_A}=\dfrac{P_BV_1}{T_B}

T_B=T_A\cdot \alpha^{\gamma-1}

II) Trajeto C-D:

Caminho adiabático:

P_CV_1^{\gamma}=P_DV_2^{\gamma}

P_C=P_D\cdot \alpha^{\gamma}

Pela lei de Clayperon:

\dfrac{P_CV_1}{T_C}=\dfrac{P_DV_2}{T_D}

T_C=T_D\cdot \alpha^{\gamma-1}

Como os trajetos A-B e C-D são adiabáticos, não haverá troca de calor nesse trecho. Como os trajetos B-C e A-D são isocóricos, os calores trocados nesses são iguais as variações de energia interna.

Sendo C_v a capacidade calorífica molar a volume constante:

\Delta U=nC_v\Delta T=Q

III) Trajeto B-C:

Q_{BC}=nC_V(T_C-T_B)

Q_{BC}=nC_v(T_D\cdot \alpha^{\gamma-1}-T_A\cdot \alpha^{\gamma-1}

Q_{BC}=nC_v(T_D-T_A)\alpha^{\gamma -1} data-recalc-dims=0" />

IV) Trajeto D-A:

Q_{DA}=nC_v(T_A-T_D)<0

A eficiência do ciclo, portanto, será:

\eta=1-\dfrac{\left|Q_{DA}\right|}{\left|Q_{BC}\right|}

\eta=1-\dfrac{nC_v(T_D-T_A)}{nC_v(T_D-T_A)\alpha^{\gamma -1}}

\rightarrow \boxed{\eta=1-\dfrac{1}{\alpha^{\gamma-1}}}

Aplicando os valores:

\eta=1-\dfrac{1}{8^{\frac{5}{3}-1}}

\rightarrow \boxed{\eta=\dfrac{3}{4}=75\%}

b) Como a eficiência é dada por:

 \eta=1-\dfrac{1}{\alpha^{\gamma-1}}

Para um \alpha constante, se o coeficiente adiabático aumenta a eficiência aumenta também.

Para que as eficiências sejam as mesmas:

\eta=1-\dfrac{1}{\alpha_1^{\frac{5}{3}-1}}=\eta_2=1-\dfrac{1}{\alpha_2^{\frac{7}{5}-1}}

(8)^{\frac{2}{3}}=\alpha_2^{\frac{2}{5}}

\alpha_2=\dfrac{V_2}{V_1}=32

\rightarrow \boxed{\dfrac{V_1}{V_2}=\dfrac{1}{32}}

[collapse]
Gabarito

a) \boxed{\eta=\dfrac{3}{4}=75\%}

b) \boxed{\dfrac{V_1}{V_2}=\dfrac{1}{32}}

[collapse]

Questão 3

Assunto abordado

Eletrodinâmica

[collapse]
Solução

a) Inicialmente, há algumas coisas a se considerar.

Um circuito infinito é algo totalmente teórico. Como o infinito é um comportamento e não um número, não há como analisar as células por completo.

Para se calcular a resistência equivalente, devemos considerar que infinito menos um é igual a infinito, ou seja, se retirarmos uma célula do nosso circuito, a resistência equivalente se mantém inalterada.

Dadas essas considerações, vamos a resolução do nosso problema.

Inicialmente, vamos organizar um pouco as resistências das células:

Perceba que, nos pontos A-C-E e nos pontos B-D-E há uma configuração de resistores em delta. Vamos mudar essa configuração para uma configuração em estrela.

Caso você não conheça a substituição Delta-Estrela, essa ideia já foi utilizada na resolução dos problemas da semana na semana 130 (Semana 130), utilizaremos o resultado pronto nessa resolução:

r_3=\dfrac{R_1R_2}{R_1+R_2+R_3}; r_2=\dfrac{R_1R_3}{R_1+R_2+R_3}; r_1=\dfrac{R_3R_2}{R_1+R_2+R_3}

Para o nosso problema: R_1=R_2=R e R_3=\dfrac{2R}{3}.

Portanto:

r_2=r_1=\dfrac{R}{4} e r_3=\dfrac{3R}{8}

Como o circuito é simétrico, o mesmo acontece nos pontos B-D-E.

Sendo a resistência equivalente no circuito X:

A resistência equivalente do circuito será uma resistência X em série com duas resistências \dfrac{R}{4}, em paralelo com duas resistências \dfrac{3R}{8} em série, e finalmente em série com duas resistências \dfrac{R}{4}.

A resitência na parte em paralelo do sistema é dada por:

\dfrac{1}{r}=\dfrac{1}{\dfrac{3R}{8}+\dfrac{3R}{8}}+\dfrac{1}{\dfrac{R}{4}+\dfrac{R}{4}+X}

r=\dfrac{\left(X+\dfrac{R}{2}\right)\dfrac{3R}{4}}{X+\dfrac{5R}{4}}

A resistência equivalente do circuito será:

R_{eq}=\dfrac{R}{4}+\dfrac{R}{4}+r

R_{eq}=\dfrac{R}{2}+\dfrac{\left(X+\dfrac{R}{2}\right)\dfrac{3R}{4}}{X+\dfrac{5R}{4}}

Porém, a resistência do circuito é X:

X=\dfrac{R}{2}+\dfrac{\left(X+\dfrac{R}{2}\right)\dfrac{3R}{4}}{X+\dfrac{5R}{4}}

\left(X-\dfrac{R}{2}\right)\cdot\left(X+\dfrac{5R}{4}\right)=\dfrac{3R}{4}\cdot \left(X+\dfrac{R}{2}\right)

Resolvendo a equação chegamos a:

\rightarrow \boxed{X=R=3\Omega}

b) Como o circuito é infinito, a resitência para cada célula é R.

Se na célula n-1, a ddp no capacitor é U_{n-1}, entrará uma corrente total no restante do circuito dado por:

I=\dfrac{U_{n-1}}{R}

Voltando para o resultado do item a), a resistência da parte em paralelo é:

r=\dfrac{\left(X+\dfrac{R}{2}\right)\dfrac{3R}{4}}{X+\dfrac{5R}{4}}=\dfrac{3R}{2}

Reorganizando o circuito:

Aplicando a lei das malhas:

-\dfrac{3R}{2}i'+\dfrac{3R}{4}(i-i')=0

i'=\dfrac{i}{3}=\dfrac{1}{3}\dfrac{U_{n-1}}{R}

A ddp no capacitor n será:

U_n=Xi'=R\cdot \dfrac{1}{3}\dfrac{U_{n-1}}{R}

U_n=\dfrac{U_{n-1}}{3}

Como a ddp em um capacitor é U=\dfrac{Q}{C}:

\dfrac{Q_n}{C}=\dfrac{1}{3}\dfrac{Q_{n-1}}{C}

\rightarrow \boxed{\dfrac{Q_n}{Q_{n-1}}=\dfrac{1}{3}}

c) Como a razão entre as cargas é constante, elas estão em progressão geométrica.

Considerando que a ddp inicial é um capacitor de carga Q_0=UC, a carga nos outros capacitores é:

Q_n=Q_0\left(\dfrac{1}{3}\right)^n

Q_n=UC\left(\dfrac{1}{3}\right)^n

A energia no capacitor n é:

E_n=\dfrac{Q_n^2}{2C}

E_n=\dfrac{1}{2C}\left(UC\left(\dfrac{1}{3}\right)^n\right)^2

E_n=\dfrac{CU^2}{2}\left(\dfrac{1}{9}\right)^n

A energia total é a soma das energias:

E=\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty}E_n

E=\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty}\left(\dfrac{CU^2}{2}\left(\dfrac{1}{9}\right)^n\right)

E=\dfrac{CU^2}{2}\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty}\left(\dfrac{1}{9}\right)^n

E=\dfrac{CU^2}{2}\left(\dfrac{\dfrac{1}{9}}{1-\dfrac{1}{9}}\right)

\rightarrow \boxed{E=\dfrac{CU^2}{16}=4J}

[collapse]
Gabarito

a) \boxed{X=R=3\Omega}

b) \boxed{\dfrac{Q_n}{Q_{n-1}}=\dfrac{1}{3}}

c) \boxed{E=\dfrac{CU^2}{16}=4J}

[collapse]

Questão 4

Assunto Abordado

Dinâmica da rotação

[collapse]
Solução

a) Inicialmente, como tudo está em equilíbrio, o torque resultante na barra será zero. Se a força de tração na corda é F_T, temos:

F_{el}\cdot b=F_T\cdot a

F_T=\dfrac{kx_0b}{a}

A massa suspensa também estará em equilíbrio:

F_T=mg

\dfrac{kx_0b}{a}=mg

x_0=\dfrac{mga}{kb}

\rightarrow \boxed{x_0=\dfrac{56}{9} m}

b) Suponha que a barra foi desviada desviada um pequeno ângulo \theta da posição de equilíbrio. A deformação da mola será:

x=x_0+b\theta

Como a barra foi desviada também, a força peso exercerá um torque no ponto de fixação, dado por:

\tau_{peso}=Mg\dfrac{L}{2}\cdot \sin{\theta}

Analisando nosso sistema, podemos peceber que os torques da força de tração e da força peso tendem a aumentar a posição angular, e o torque da força elástica tende a diminuir a posição angular. Aplicando na segunda lei de Newton para a rotação:

\tau_{peso}+\tau_{tracao}+\tau_{el}=I\cdot \alpha

Mg\dfrac{L}{2}\cdot \sin{\theta}+F_T\cdot a-kx\cdot b=\dfrac{ML^2}{3}\cdot \alpha

Suponha que a massa m tenha aceleração linear A. Pela condição da rotação:

A=\alpha \cdot a

Olhando para as forças na massa m:

mg-F_T=mA

F_T=mg-m\alpha \cdot a

Portanto:

Mg\dfrac{L}{2}\cdot \sin{\theta}+(mg-m\alpha \cdot a)\cdot a-k(x_0+b\cdot \theta)\cdot b=\dfrac{ML^2}{3}\cdot \alpha

Utilizando a aproximação para pequenos ângulos (\sin{\theta}\approx \theta), e sabendo que kx_0b=mga:

-\left(kb^2-\dfrac{MgL}{2}\right)\theta=\left(\dfrac{ML^2}{3}+ma^2\right)\alpha

\boxed{\alpha=-\left(\dfrac{kb^2-\dfrac{MgL}{2}}{\dfrac{ML^2}{3}+ma^2}\right)\theta}

\alpha=-5\theta

Essa é a equação de um MHS, cuja frequência angular será:

\omega^2=5

\omega=\sqrt{5}  rad/s

O período será:

T=\dfrac{2\pi}{\omega}

T=\dfrac{2\pi}{\sqrt{5}}

\rightarrow \boxed{T=\dfrac{30}{11} s}

c) Como o movimento resultante será um MHS, o movimento da massa será:

x=h\cos{(\omega t)}

v=-\omega h\sin{(\omega t)}

A=-\omega^2 h\cos{(\omega t)}

Pela equação da tração:

F_T=mg-m\omega^2h\cos{(\omega t)}

A potência da força será:

P=F_T\cdot v

P=(mg-m\omega^2h\cos{(\omega t)})\cdot (-\omega h\sin{(\omega t)})

P(t)=-\omega mg h\sin{(\omega t)}+m\omega^3h^2\sin{(\omega t)}\cos{(\omega t)}

Sabemos que as funções senóides são antissimétricas. Algumas horas essa potência será positiva, outras horas será negativa, simetricamente, de tal forma que a potência média é zero.

\rightarrow \boxed{P_{med}=0}

[collapse]
Gabarito

a) \boxed{x_0=\dfrac{56}{9} m}

b) \boxed{T=\dfrac{30}{11} s}

c) \boxed{P_{med}=0}

[collapse]

Questão 5

Assunto abordado

Eletromagnetismo/ Movimento de uma carga em campos constantes

[collapse]
Solução

a) Para ínicio de conversa ("assim como quase em todas as questões de dinâmica") vamos calcular o vetor força na carga.

A força total será a soma das forças magnética e elétrica:

\vec F=q\cdot (\vec E+\vec v \times \vec B)

\vec F=q\cdot \left[E\hat x+(v_x\hat x+v_y\hat y+v_z\hat z)\times (B\hat x)\right]

\vec F=qE\hat x +qv_zB\hat y-qv_yB\hat z

Perceba que a força em x não depende do campo magnético. Como inicialmente a velocidade do corpo estava na direção y, e a força magnética está somente nos planos y e z, a velocidade resultante nesse plano não terá seu módulo afetado:

v_z^2+v_y^2=v_{0_y}^2+v_{0_z}^2=v_0^2+0^2

v_z^2+v_y^2=v_0^2

A força resultante no plano xy será:

F_{yz}^2=F_y^2+F_z^2=(qv_zB)^2+(-qv_yB)^2

F_{yz}^2=q^2B^2(v_z^2+v_y^2)=q^2B^2v_0^2

F_{yz}=qv_0B

\rightarrow \boxed{F_{yz}=1,6\cdot 10^{-24} N}

b) Como nesse plano a força não altera o módulo da velocidade, o movimento resultante nesse plano é uma circunferência. Aplicando a equação para a resultante centrípeta das forçaas:

F_{yz}=F_{cp}

qv_0B=\dfrac{mv_0^2}{R}

R=\dfrac{mv_0}{qB}

\rightarrow \boxed{R=9,375\cdot 10^{21} m}

c) Como a massa está realizando um movimento circular no plano xy ele demorará um período T=\dfrac{R}{v} para completar uma volta.

T=\dfrac{2\pi R}{v}=\dfrac{\dfrac{2\pi mv_0}{qB}}{v_0}

T=\dfrac{2\pi m}{qB}

O passo da n-ésima volta será a distância percorrida no eixo x entre a volta n-1 e a volta n.

O tempo após n-1 voltas é:

t_{n-1}=(n-1)T

O tempo após n voltas é:

t_n=nT

Obs: t_n-t_{n-1}=T

Aplicando a segunda lei de Newton no eixo x:

qE=ma_x

a_x=\dfrac{qE}{m}

Como a aceleração no eixo x é constante, o movimento nesse eixo será um MRUV:

v_x=v_{0_x}+a_xt

v_{n-1}=a_xt_{n-1}

Portanto, o passo na volta n será:

p_n=v_{n-1}\cdot(t_n-t_{n-1})+\dfrac{a_x(t_n-t_{n-1})^2}{2}

p_n=a_x\cdot (n-1)T\cdot(T)+\dfrac{a_x(T)^2}{2}

p_n=\dfrac{qE}{m}\cdot (n-1) \dfrac{2\pi m}{qB}\cdot \dfrac{2\pi m}{qB}+\dfrac{1}{2}\dfrac{qE}{m}\left(\dfrac{2\pi m}{qB}\right)^2

p_n=\dfrac{4\pi^2 mE}{qB^2}(n-1)+\dfrac{2\pi^2 mE}{qB^2}

\boxed{p_n=\dfrac{2\pi^2 mE}{qB^2}(2n-1)}

Como queremos o passo da sétima volta:

p_7=\dfrac{2\cdot 3^2\cdot 15\cdot 10^{-3}\cdot 0,5}{1,6\cdot 10^{-19}\cdot (0,00001)^2}(2\cdot 7-1)

\rightarrow \boxed{p_7=2,19375\cdot 10^{29} m}

[collapse]
Gabarito

a) \boxed{F_{yz}=1,6\cdot 10^{-24} N}

b) \boxed{R=9,375\cdot 10^{21} m}

c) \boxed{p_7=2,19375\cdot 10^{29} m}

[collapse]

Questão 6

Assunto abordado

Ótica geométrica

[collapse]
Solução

a) Nesse sistema ótico, podemos perceber a existência de dois dioptros esféricos, um na interface ar-esfera, e outro na interface esfera-ar.

A representação da refração dos raios será:

Suponha que após o primeiro dioptro, os raios se encontram a uma distância p'_1. Pela equação do dioptro esférico:

\dfrac{n_{ar}}{p}+\dfrac{n}{p'_1}=\dfrac{n-n_{ar}}{R}

Como o feixe de luz é paralelo, podemos considerar o objeto que gerou esses raios é um objeto impróprio, ou seja, a distância p é muito grande, logo:

\dfrac{n_{ar}}{p}\rightarrow 0

Portanto:

\dfrac{n}{p'_1}=\dfrac{n-n_{ar}}{R}

p'_1=\dfrac{n}{n-1}R

A distância dessa primeira imagem até o segundo dioptro será R-p'_1.

Aplicando a equação no segundo dioptro:

\dfrac{n}{R-p'_1}+\dfrac{n_{ar}}{p'}=\dfrac{n_{ar}-n}{\dfrac{R}{2}}

\dfrac{1}{p'}=\dfrac{2(1-n)}{R}-\dfrac{n}{R-\dfrac{n}{n-1}R}

\boxed{p'=\dfrac{R}{(n-1)(n-2)}}

p'=\dfrac{10}{\left(\dfrac{\sqrt{6}}{2}-1\right)\left(\dfrac{\sqrt{6}}{2}-2\right)}

p'\approx -64,98 m

Essa distância é em relação ao segundo diptro. A distância até o primeiro dioptro será:

d=\left|p'-R\right|

\rightarrow \boxed{d\approx 54,98 m}

b) Para esse caso, basta aplicar que os raios se encontram no ponto P:

p'=2\dfrac{R}{2}=R

Logo:

R=\dfrac{R}{(n-1)(n-2)}

(n-1)(n-2)=1

n^2-3n+1=0

Resolvendo a equação do segundo grau:

n=\dfrac{3\pm \sqrt{5}}{2}

Como o índice de refração deve ser maior que ou igual a 1:

\rightarrow \boxed{n=\dfrac{3+\sqrt{5}}{2}}

[collapse]
Gabrito

a) \boxed{d\approx 54,98 m}

b) \boxed{n=\dfrac{3+\sqrt{5}}{2}}

[collapse]

Questão 7

Assunto abordado

Dinâmica/ Forças de variação de massa

[collapse]
Solução

a) Para a entrada de massa, consideraremos que o volume que entra na gota, é o volume do cilindro percorrido por ela.

Suponha que em um momento t a gota possua raio R, e que após um tempo muito pequeno \Delta t ela possua raio R+\Delta R. Se nesse período a gota percorreu uma distância \Delta z, temos:

\Delta V_{esfera}=V_{cilindro}

\dfrac{4\pi}{3}(R+\Delta R)^3-\dfrac{4\pi}{3}R^3=\pi R^2\Delta z

4\pi R^2\Delta R+4\pi R(\Delta R)^2+\dfrac{4\pi}{3}(\Delta R)^3=\pi R^2\Delta z

Considerando um intervalo de tempo muito pequeno, podemos desconsiderar os termos (\Delta R)^2 e (\Delta R)^3. Logo:

4\pi R^2\Delta R=\pi R^2\Delta z

4\Delta R=\Delta z

4(r-r_0)=z-z_0

Como z_0=0 e r_0=0:

4r=z

\rightarrow \boxed{\dfrac{r}{z}=\dfrac{1}{4}}

b) Se no momento analisado a velocidade instantânea é v, o deslocamento após um tempo \Delta t é:

\Delta z=v\Delta t

A massa que entra nesse intervalo de tempo é:

\Delta m=\rho \Delta V_{esfera}=\rho \pi r^2\Delta z

\Delta m=\pi \rho \left(\dfrac{z}{4}\right)^2v\Delta t

\Delta m=\dfrac{\pi \rho}{16}z^2v\Delta t

O módulo da força devido a entrada de massa é:

F=\dfrac{\Delta m}{\Delta t}v

F=\dfrac{\dfrac{\pi \rho}{16}v\Delta t}{\Delta t}v

\boxed{F=\dfrac{\pi \rho}{16}z^2v^2}

Portanto:

\beta=\dfrac{\pi \rho}{16}

\rightarrow \boxed{\beta=\dfrac{375}{2} kg/m^3}

c) A massa total da gota será:

m=\rho \dfrac{4\pi}{3}r^3

m=\dfrac{\pi \rho}{48}z^3

Aplicando a segunda lei de Newton:

mg-F=ma

\dfrac{\pi \rho}{48}z^3\cdot a=\dfrac{\pi \rho}{48}z^3\cdot g-\dfrac{\pi \rho}{16}z^2v^2

\boxed{a=g-3\cdot \dfrac{v^2}{z}}

Portanto:

\boxed{\alpha=1} e \boxed{\gamma=3}

d) Se a aceleração se mantém constante, a gota executará um MRUV. Logo:

z=\dfrac{at^2}{2} e v=at

Portanto:

a=g-3\cdot \dfrac{(at)^2}{\left(\dfrac{at^2}{2}\right)}

a=g-6a

\boxed{a=\dfrac{g}{7}}

\boxed{a\approx 1,429 m/s^2}

[collapse]
Gabarito

a) \boxed{\dfrac{r}{z}=\dfrac{1}{4}}

b) \boxed{\beta=\dfrac{375}{2} kg/m^3}

c) \boxed{\alpha=1} e \boxed{\gamma=3}

d) \boxed{a\approx 1,429 m/s^2}

[collapse]

Questão 8

Assunto abordado

Eletromagnetismo/ Indução eletromagnética

[collapse]
Solução

a) Sabemos que para um caminho fechado, com um campo magnético fazendo fluxo nesse caminho, haverá uma ddp induzida nesse caminho, caso ocorra variação no fluxo magnético.

Se a barra está a uma distância x do início do caminho, o fluxo magnético será:

\phi =BLx

A variação do fluxo será:

\Delta \phi=BL\Delta x

Pela lei de Faraday, a ddp induzida será:

\epsilon=-\dfrac{\Delta \phi}{\Delta t}

\epsilon=-\dfrac{BL\Delta x}{\Delta t}

\epsilon=-BLv

Onde v é a velocidade da barra.

Aplicando essa ddp no capacitor:

\epsilon=\dfrac{Q}{C}=-BLv

Q=-BLCv

A corrente gerada nesse movimento será:

I=\dfrac{\Delta Q}{\Delta t}

I=\dfrac{-BLC\Delta v}{\Delta t}

I=-BLC\cdot a

A força resultante tentará fazer a barra desacelerar a barra para evitar que o fluxo varie, e, portanto, ela apontará para cima.

O módulo da força será:

F=B\left|I\right|L

F=B(BLC\cdot a)L

F=B^2L^2C\cdot a

Aplicando a segunda lei de Newton:

ma=mg-F

ma=mg-B^2L^2C\cdot a

\boxed{a=\dfrac{g}{1+\dfrac{B^2L^2C}{m}}}

\rightarrow \boxed{a=5 m/s^2}

b) Como a aceleração é constante, a velocidade da barra é:

v=at

A carga em função do tempo será:

Q=-BLCv=-BLCat

A energia armazenada no capacitor é:

E=\dfrac{Q^2}{2C}

E=\dfrac{(-BLCat)^2}{2C}

E=\dfrac{B^2L^2Ca^2t^2}{2}

\boxed{E=\dfrac{B^2L^2C\left(\dfrac{g}{1+\dfrac{B^2L^2C}{m}}\right)^2}{2}\cdot t^2}

\boxed{\alpha=\dfrac{B^2L^2C\left(\dfrac{g}{1+\dfrac{B^2L^2C}{m}}\right)^2}{2}}

\boxed{\alpha=\dfrac{25}{2} J/s^2}

[collapse]
Gabarito

a) \boxed{a=5 m/s^2}

b) \boxed{\alpha=\dfrac{25}{2} J/s^2}

[collapse]