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Física - Semana 131

Escrito por Ualype Uchôa

Iniciante

Girando rápido demais

Estrelas de nêutrons são corpos celestes formados por nêutrons que estão gravitacionalmente ligados. Esses objetos giram de forma bastante rápida; no entanto, ainda existe um limiar teórico para a rotação da estrela, de tal forma que sua massa não se desprenda pelo Equador. Mostre então que a máxima frequência de rotação admitida para a estrela é

f=Gρ3π

considerando um modelo no qual essa estrela é uma esfera com densidade uniforme ρ=7,01017 kg/m3. Calcule também seu valor numérico nesse caso.

A constante gravitacional universal vale G=7,01011 m3/kgs2.

Tome π=3.

Intermediário

Tchau, Terra

Devido às reações termonucleares no interior do nosso Sol, há uma constante liberação de energia. A famosa "equação de Einstein" expressa a equivalência entre massa e energia, mediante

ΔE=Δmc2,

sendo ΔE a energia liberada, Δm a massa associada à esse processo, e c a velocidade da luz no vácuo. Dessa forma, o sol também perde massa nesse processo, o que ocasiona um aumento (quase imperceptível) no raio orbital da Terra. Determine, então,

a) a quantidade de massa perdida pelo Sol em 1 segundo, em kg.

b) O quanto a Terra se afasta do Sol em um ano! Considere que a órbita da Terra é circular.

Dados:

Raio Orbital da Terra: R=1,50108 km.

Período de Translação da Terra: T=3,16107 s.

Potência irradiada pelo Sol: L=3,831026 W.

Massa do Sol: M=2,001030 kg.

Velocidade da Luz no vácuo: c=3,00105 km/s.

Dica (EDIT): Você pode achar útil usar que

(1+x)(1+y)=1+x+y,

para x,y1.

Avançado

Anã Branca

O Princípio da Exclusão de Pauli é responsável por inúmeras propriedades da matéria, tanto pelas que somos mais familiares, e.g. a dureza dos materiais sólidos, como por coisas um pouco mais estranhas, como o comportamento de anãs brancas, que são estrelas bastante densas. Neste problema você é desafiado a obter alguns resultados importantes no estudo dessas estrelas. A matéria em anãs brancas consiste basicamente de elétrons e dos núcleos atômicos, cujos quais são basicamente carbono e oxigênio. Pelo fato de serem neutras a quantidade de prótons e elétrons é a mesma, além disso o número de prótons e nêutrons também é o mesmo devido à composição das estrelas. Neste problema vamos investigar o equilíbrio das anãs brancas que se deve ao resultado tanto da interação gravitacional como da repulsão estatística sofrida pelos férmions (elétrons, prótons e nêutrons) que compõem a estrela.

Parte 1: Energia Cinética da Estrela

Neste problema vamos considerar que as partículas que compõem a estrela são não-relativísticas.

a) Para uma dada partícula de massa m (nêutron, próton ou elétron), escreva sua energia cinética ϵ como função de sua massa e do seu número de onda k=2π/λ, além de constantes físicas fundamentais, se necessário. Considere agora como modelo da estrela o modelo de uma caixa infinita, i.e. uma caixa cúbica de lado L da qual as partículas não podem escapar. Este modelo é análogo a uma corda presa nas extremidades. Neste modelo, cada partícula só pode possuir valores discretos de número de onda k. O numero de onda é dito quantizado, tanto na direção x, como nas direções y e z.
b) Determine a condição de quantização de kx, ky e kz como função de números quânticos nx, ny e nz para cada uma das direções.

Como o elétron é a partícula que possui a menor massa, ele é o que mais contribui para a energia cinética total do sistema. Seja me a massa do elétron e mp a massa dos prótons e nêutrons, consideradas idênticas neste problema.

c) Considerando que a massa total da estrela é M e que a massa dos elétrons é muito menor que a dos prótons (e nêutrons), determine o número de elétrons N contidos na estrela.
d) Determine a menor diferença Δki entre os possíveis valores de ki (i=x,y,z).

É possível atribuir a cada elétron um cubo de lado Δki, calculado no item anterior, no espaço do número de onda. Isso significa que um elétron com número de onda k=kxˆx+kyˆy+kzˆz ocupa um cubo de lados Δki na posição k, conforme a Figura 1, que ilustra o caso particular de duas dimensões.

A Figura 1 também indica o momento de Fermi, que é o número de onda (momento) do elétron mais energético.

Figura 1: Representação do espaço de número de onda (momento) em duas dimensões. No esquema mostrado o quadrado indica a região que comporta dois elétrons devido ao Princípio da Exclusão de Pauli.

e) Supondo que todos os cubos sejam preenchidos desde zero até o momento de Fermi kF com no máximo dois elétrons por cubo, determine o valor do momento de Fermi kF em função da densidade n=N/L3=N/V de elétrons no sistema. Considere que o comprimento L é muito grande, e leve em conta que apenas valores positivos de ki (i=x,y,z) são permitidos.

f) Determine a energia cinética total dos elétrons como função do momento de Fermi e do número de elétrons na estrela.

g) Usando o resultado do item prévio, expresse a energia cinética total dos componentes da estrela como função de sua massa M e raio R. Para tanto, considere que o volume V agora corresponde ao volume da estrela esférica.

Parte 2: Energia Potencial

Considere agora que a massa da estrela seja totalmente devida aos prótons e nêutrons. Isso serve para dizer que os elétrons não contribuem com o mecanismo de atração gravitacional interna que a mantém a estrela viva.

h)Determine a energia potencial gravitacional da estrela como função de sua massa M e de seu raio R.

i) Esboce o gráfico da energia total da estrela como função de seu raio R.

j) Qual dos mecanismos (gravidade ou repulsão estatística) é mais importante quando o raio R da estrela é pequeno e quando R é grande?

k) Determine o raio de equilíbrio estável r0 da estrela.

Suponha agora que de alguma maneira seja possível comprimir ligeiramente toda a massa da estrela e diminuir seu raio para r0Δr, com Δr/r01, mantendo a densidade uniforme.

l) A estrela executará oscilações radiais? Caso afirmativo, calcule a frequência angular dessas oscilações.