Escrito por Ualype Uchôa
Iniciante
Análise dimensional e Mecânica
a) Primeiramente, vamos utilizar o fato de que o comprimento da perna é proporcional ao comprimento total do animal. Sendo o comprimento do dinossauro e o da galinha, vale
.
A segunda informação é que a resistência (força por área) sobre os ossos de ambos os animais é igual; isto é, o peso sobre a secção reta do osso da perna é o mesmo. Logo, seja a massa da galinha e a massa do dinossauro, e e as respectivas secções do osso:
,
.
Mas, por análise dimensional, a massa dos animais é proporcional à terceira potência de seu comprimento, com a constante de proporcionalidade estando relacionada à densidade média. Podemos considerar que esta é igual para ambos, o que nos permite escrever
.
Combinando-se as três relações, chegamos em
.
Substituindo:
.
É de se esperar que o comprimento da perna seja próximo de , o que está de acordo com o resultado obtido.
b) Devemos perceber que cada perna demora período para varrer a distância , pois, periodicamente, ela para durante meio período para que a outra perna ande também. Então, a velocidade média vale:
.
Substituindo os valores:
,
que é próxima à velocidade de caminhada de um ser humano, o que é razoável. Poderíamos aprimorar a estimativa considerando que o movimento da perna é correspondente à oscilação de um pêndulo físico em vez de um pêndulo simples, o que leva em conta o formato da perna, que pode ser considerada uma barra homogênea. Com esse modelo, obtemos uma resposta de .
a) .
b) .
Intermediário
Ondulatória: Efeito Doppler
a) A resolução desse item (em geral, de situações de efeito doppler nos quais a fonte e/ou o observador estão acelerados) deve ser feita com muita cautela, e peço que o leitor preste muita atenção aos detalhes. Há DOIS efeitos a serem considerados: a aceleração da fonte e o tempo que o som emitido leva para chegar ao observador. É evidente que ocorrerá efeito doppler devido à velocidade relativa entre a fonte e o observador. Lembre-se que a equação do efeito doppler unidimensional é:
,
Sendo → frequência observada; → frequência emitida pela fonte; → velocidade do som; → velocidade da fonte; → velocidade do observador. Todas as velocidades são medidas em relação à terra e convencionamos o sentido positivo do observador para a fonte. É imprescindível ressaltar que, na equação acima, é a velocidade instantânea da fonte, no momento em que ela emitiu uma certa onda sonora. Desta forma, a situação física é a seguinte:
A fonte, inicialmente a uma distância da cabeça do observador, começa a se mover aceleradamente, e emite uma onda de frequência própria num instante , instante no qual sua velocidade é . Essa onda sonora demora para chegar ao observador, percorrendo uma distância (o último termo é a distância percorrida pela fonte até o tempo ). Sendo assim, a onda sonora emitida pela fonte em será percebida pelo observador apenas em , com frequência aparente . Agora, nos resta equacionar esta situação. Haja vista que :
.
Desenvolvendo, chegamos em uma equação quadrática para :
.
Cuja solução é
,
de onde escolhemos a raiz com o sinal positivo, pois, caso contrário, seria negativo, o que é absurdo (lembre-se que ).
Agora, vamos utilizar a fórmula do efeito doppler. Como já fora comentado, devemos usar a velocidade da fonte no instante em que o som foi emitido. No nosso caso, . Substituindo o resultado anterior:
.
Usamos, agora, a fórmula do efeito doppler para encontrarmos a frequência:
.
No nosso caso, e escolhemos o sinal negativo para , pois a fonte vai de encontro ao observador. Por fim, substituindo :
.
b) Para analisar o comportamento dos dados, é interessante que obtenhamos uma relação linear (indireta) entre e : essa técnica se chama linearização de equações, e é extremamente útil, por exemplo, em física experimental. Veja que, invertendo a equação obtida em a) e elevando ambos os membros ao quadrado, obtemos a relação a seguir:
.
Ou seja, nossa teoria prevê que a relação entre e produz um gráfico linear decrescente. Para verificarmos se o experimento está consistente com nossa hipótese, plotemos o gráfico versus utilizando os dados da tabela:
Produzindo uma reta conforme esperávamos. Sendo essa relação do tipo , podemos descobrir os coeficientes e colocando os dados numa calculadora, por meio do modo de regressão linear:
.
Guardemos esses resultados.
c) Da expressão linearizada, decorre que:
Substituindo os valores de , e , encontramos
.
d) Da mesma forma, a expressão linearizada nos diz que:
Substituindo os valores numéricos:
.
a) .
b) Ver solução.
c) .
d) .
Avançado
Eletrodinâmica e Mecânica
O problema abre margem, basicamente, para duas formas de solução: conservação de energia ou torque. Usaremos a segunda, mas encorajo fortemente o leitor que tente também a primeira.
O primeiro passo é encontrar o campo magnético no interior do cilindro. Como o cilindro é muito longo, podemos considerar que o campo em seu interior é aquele gerado por um solenoide infinito:
,
sendo o número de voltas (espiras) por comprimento. No presente caso, há apenas grande espira de comprimento , logo:
.
À medida que o peso cai, o cilindro passa a girar mais rápido, e, portanto, a corrente sofre uma variação, o que, por sua vez, ocasiona uma variação do campo magnético e no fluxo magnético, gerando uma força eletromotriz induzida. Antes de tudo, calculemos a taxa de variação da corrente; quando o cilindro gira de , a carga que passa é (área de um pequeno retângulo). Então, pela definição de corrente:
.
Sendo a aceleração angular do cilindro. Como a corrente está no sentido horário (ver figura), o campo magnético aponta para dentro da página. Então, pela Lei de Faraday-Lenz, haverá um campo elétrico induzido circunferencial ao cilindro, no sentido anti-horário. Devemos encontrar esse campo elétrico utilizando:
.
Ao longo de uma volta, a tensão induzida será:
,
,
.
Sendo assim, podemos agora relacionar as duas forças que provocam torque no cilindro (a tração do fio e a força elétrica) com a aceleração linear do cilindro (que há de ser a mesma do peso, para que não haja deslizamento). Utilizando a segunda lei de Newton para rotações:
Onde o subscrito denota que tanto os torques quanto os momentos de inércia são calculados em relação ao centro de massa. Sendo a tração e a carga total no cilindro, temos que
,
onde usamos o momento de inércia para um cilindro delgado (o enunciado diz que o cilindro possui paredes finas). Inserindo a condição de não deslizamento e isolando :
.
Por fim, através da segunda lei de Newton para o peso, determinamos sua aceleração:
,
,
.
.