Soluções Física - Semana 148

Escrito por Matheus Felipe R. Borges, Wesley Antônio e Rafael Moreno Ribeiro

Iniciante

Assunto abordado

Lançamentos

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Solução

Vamos primeiro calcular o alcance do lançamento de um projétil com velocidade v_0 formando um ângulo \theta com a horizontal

Figura 1: Lançamento de um projétil

Podemos interpretar o movimento do projétil como um movimento retilíneo uniforme na horizontal e um movimento retilíneo uniformemente vaiado na vertical. Com o movimento na horizontal podemos achar o alcance

A={v_0}\cos{\theta}\cdot{t_{voo}}

Onde t_{voo} é o tempo de voo do projétil. Podemos calcular o tempo analisando o movimento na vertical, o tempo de subida e descida são iguais, pois há a mesma variação de velocidade em ambos os casos

t_{subida}=t_{descida}=\dfrac{{v_0}\sin{\theta}}{g}

Portanto o tempo de voo será

t_{voo}=t_{subida}+t_{descida}=\dfrac{2{v_0}\sin{\theta}}{g}

Ou seja, o alcance será

A=\dfrac{2{v_0}^2\sin{\theta}\cos{\theta}}{g}

Da trigonometria sabemos que 2\sin{\theta}\cos{\theta}=\sin{2\theta}, então

A=\dfrac{{v_0}^2\sin{2\theta}}{g}

Como o canhão não consegue atingir ângulos maiores que 45^{\circ} quanto maior o ângulo maior o alcance, então temos que achar o ângulo limite, ou seja, o ângulo que o projétil tangencia o abrigo.

Figura 2: Lançamento no abrigo

Imagine o lançamento do projetil em um plano inclinado paralelo ao abrigo, como mostra a figura

Figura 3: Lançamento no abrigo com plano inclinado

Podemos analisar o movimento do projétil na direção perpendicular ao plano inclinado, nessa direção o projetil tem uma aceleração g\cos{\alpha}, vamos usar a equação de Torricelli para determinar o \gamma

({v_0}\sin{\gamma})^2=2(g\cos{\alpha})h

Sabemos que h=L\sin{\alpha}, pelas relações do triangulo retângulo, portanto

\sin{\gamma}=\sqrt{\dfrac{2g\sin{\alpha}\cos{\alpha}}{{{v_0}^2}}}=\sqrt{\dfrac{g\sin{2\alpha}}{{{v_0}^2}}}

Portanto, usando a fórmula do alcance, que achamos anteriormente, podemos dizer que o alcance máximo é

\boxed{A=\dfrac{{v_0}^2\sin{2(\alpha+\gamma)}}{g}}

Onde

\boxed{\sin{\gamma}=\sqrt{\dfrac{g\sin{2\alpha}}{{{v_0}^2}}}}

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Gabarito

Demonstração.

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Intermediário

Assunto abordado

Movimento Harmônico Simples e Leis de Kepler

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Solução

(a) Como o corpo está sujeito a um M.H.S nos eixos x e y, e estamos interessados apenas na forma geral da trajetória, não há necessidade de se considerar efeitos de diferença de fase que acabariam por causar a rotação da figura no plano. Portanto, temos que:

F_x = ma_x = -kx

a_x + \dfrac{k}{m} x = 0

Ou seja, x = A_{x} \cdot \cos{(\omega t)}, onde  \omega = \sqrt{\dfrac{k}{m}}. De modo análogo, podemos fazer y = A_{y} \cdot \sin{( \omega t)}.

Portanto, usando a relação fundamental da trigonometria, temos:

\cos^2{( \omega t)}+\sin^2{( \omega t)} = 1

\left( \dfrac{x}{A_x}\right)^2+\left( \dfrac{y}{A_y}\right)^2=1

Portanto, vemos que essa equação é justamente a de uma elipse de semi-eixos A_x e A_y.

(b) Com a motivação do item (a), a primeira lei induz a pensar em um movimento harmônico simples, com a força gravitacional sendo proporcional à distância do planeta ao Sol: F_g=kd. Assim, usando-se da terceira lei, pode-se ver que, realmente, o movimento é regido por forças gravitacionais análogas ao M.H.S., já que o período no MHS não depende da amplitude, apenas de  \omega. De tal forma, como a força gravitacional continua sendo uma força central, a segunda lei de Kepler não muda, pois ela é resultado da conservação de momento angular (algo que sempre ocorre com forças centrais).

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Gabarito

(a) Elipse

(b) \boxed{F_g = kd} e "Uma linha desenhada do planeta até o sol varre áreas iguais em tempos iguais"

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Avançado

Assunto abordado

Reações nucleares e condução de calor

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Solução

(a) Pela tabela, podemos verificar que \tau_{\tiny{\dfrac{1}{2}}} para o primeiro decaimento (U^{238} \rightarrow Th^{234} + \alpha^{4}_{2}) é várias ordens de grandeza maior que os outros. Desse modo, podemos considerar que assim que a primeira reação ocorre, as demais acontecem imediatamente. Com isso, conseguimos afirmar que a taxa de todas as reações seguintes é a mesma da primeira reação, que vale:

\dfrac{dN}{dt} = \ln2 \frac{N_{238}}{\tau_{238}}

Logo:

\ln2 \frac{N_{238}}{\tau_{238}} = \ln2 \frac{N_{234}}{\tau_{234}}

\Rightarrow \frac{N_{234}}{N_{238}} = \frac{\tau_{234}}{\tau_{238}}

Como N_{238} = N \cdot 0,993 (onde N é a quantidade total de átomos de urânio), temos finalmente que:

\frac{N_{234}}{N} =0,993 \frac{\tau_{234}}{\tau_{238}} \approx 5,46 \times 10^{-3}\, \% \

(b) Sabemos que todos os decaimentos ocorrem a uma taxa fixa de \dfrac{dN}{dt} = \ln2 \frac{N_{238}}{\tau_{238}}. Cada reação j libera sua potência única, dada por:

P_{j} = E_{dec_{j}} \dfrac{dN}{dt}

Somando todas essa potências, podemos obter a potência total do sistema:

P = \sum_{j}{P_{j}} = \dfrac{dN}{dt} \sum_{j}{E_{dec_{j}}} = \ln2 \dfrac{N_{238}}{\tau_{238}} \sum_{j}{E_{dec_{j}}}

Podemos obter o volume do sistema como:

V_{ol} = \dfrac{m}{\rho} = \dfrac{\mu N}{N_{A} \rho} = \dfrac{\mu}{N_{A} \rho} \dfrac{N_{238}}{0,993}

Assim,

\dfrac{dQ}{d\nu} = \dfrac{P}{V_{ol}} = 0,993 \dfrac{\ln2}{\tau_{238}} N_{A} \dfrac{\rho}{\mu} \sum_{j}{E_{dec_{j}}} \approx 1,94 \, W m^{-3}

Nessa etapa, não se esqueça de converter as energias em MeV para J, fazendo uso da relação 1 \,MeV = 10^{6} \cdot e \cdot 1\,V = 1,602 \times 10^{-13} \, J.

(c) Dentro de uma esfera de urânio de raio r, podemos dizer que:

\vec{\phi}_{q} = \kappa \vec{\nabla} T \Rightarrow \vec{Q} = \oint{\kappa \vec{\nabla} T \cdot d\vec{A}}

\Rightarrow \dfrac{4}{3} \pi r^{3} \dfrac{dQ}{d\nu} = 4 \pi r^{2} \kappa \dfrac{dT}{dr}

\Rightarrow rdr = 3 \dfrac{\kappa}{\tiny{\dfrac{dQ}{d\nu}}} dT

Integrando a expressão, usando como limites os raios externo (R) e interno (= 0) e as temperaturas externa (T_{a}) e interna (T_{0}, a temperatura do urânio fundente), obtemos que:

R = \sqrt{6 \dfrac{\kappa}{\tiny{\dfrac{dQ}{d\nu}}} (T_{0} - T_{a})} \approx 307 \, m

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Gabarito

(a) \boxed{5,46 \times 10^{-3}\, \%}

(b) \boxed{1,94 \,W m^{-3}}

(c) \boxed{307\, m}

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