Soluções Física - Semana 152

Escrito por Akira Ito e Ualype Uchôa

Iniciante

Assunto abordado

Cinemática: MRUV

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Solução

A equação horária da posição x(t) para o MRUV é:

x(t)=x_0+v_0t+\dfrac{at^2}{2}

Da equação acima, podemos ver que conhecidas as variáveis s e t, nossas incógnitas são as constantes x_0 (posição inicial), v_0 (velocidade inicial) e a (aceleração). Note que o enunciado fornece informações acerca de três momentos do movimento; ou seja, sabemos a posição do móvel em três instantes de tempo diferentes. Com 3 equações, seremos então capazes de resolver para as 3 incógnitas.

Dado que x(t_1)=x_1, x(t_2)=x_2 e x(t_3)=x_3, obtemos, respectivamente (de cima para baixo), as seguintes equações:

x_1=x_0+v_0 t_1+\dfrac{at_1^2}{2}  (Eq. 1)

x_2=x_0+v_0t_2+\dfrac{at_2^2}{2}  (Eq. 2)

x_3=x_0+v_0t_3+\dfrac{at_3^2}{2} (Eq. 3)

Subtraindo (Eq. 1) de (Eq. 2), membro a membro:

x_2-x_1=v_0(t_2-t_1)+\dfrac{a(t_2^2-t_1^2)}{2}    (Eq. 4)

Subtraindo (Eq. 2) de (Eq. 3), membro a membro:

x_3-x_2=v_0(t_3-t_2)+\dfrac{a(t_3^2-t_2^2)}{2}    (Eq. 5)

Agora, basta resolver o sistema linear composto pelas equações (Eq. 4) (Eq. 5), e encontrar a a. Substituindo v_0 de (Eq. 4) em (Eq. 5):

a=\dfrac{2}{t_3-t_1}\left(\dfrac{x_3-x_2}{t_3-t_2}-\dfrac{x_2-x_1}{t_2-t_1}\right)

Substituindo os valores numéricos:

\boxed{a=5\,cm/s^2}

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Gabarito

\boxed{a=5\,cm/s^2}

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Intermediário

Assunto abordado

Cinemática, Dinâmica e Energia

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Solução

Existem duas abordagens que podemos tomar para o problema. A primeira - e mais acessível e rápida - utiliza energia e cinemática, enquanto a segunda parte para uma interessante análise dinâmica da situação, estudando as forças e torques presentes no problema. Apresentaremos ambas aqui.

Solução 1: Cinemática e Energia

Para aqueles que não entenderam o problema, ele está ilustrado na figura abaixo. No desenho, a linha pontilhada delimita o ângulo \alpha. Considere que as rodas possuem raios R_1 e R_2, respectivamente.

Imagine, por um momento, que o problema está sendo analisado no referencial em que os eixos dos cilindros estão parados, de forma que a barra apenas desliza (parecido com uma daquelas esteiras que ficam na seção de raio-x dos aeroportos).

Aplicando a condição de não deslizamento, temos:

x=R_1\theta_1=R_2\theta_2

Em que x é um deslocamento da barra ao longo da direção desta. Como os cilindros rolam sem deslizar, o deslocamento R \theta corresponde exatamente à distância percorrida por estes na horizontal. É importante notar também que a distância entre eles permanece constante, uma vez que a velocidade dos pontos de tangência  com a barra é a mesma, já que a barra é um corpo rígido. Ou seja, quando a barra desloca x, os cilindros rolam x na horizontal. Dessa forma, conseguimos obter a seguinte relação vetorial:

A seta em vermelho é o vetor \vec{s}, o deslocamento em relação à Terra. As setas em preto são os vetores correspondente aos deslocamentos da barra ao longo dos cilindros e dos cilindros na horizontal, ambos de módulo x. A linha pontilhada delimita o ângulo \alpha.

Logo, pela lei dos cossenos:

s=x\sqrt{2(1+\cos\alpha)}=2x\cos{\dfrac{\alpha}{2}}

Já que não há deslizamento relativo entre nenhuma das superfícies (rolamento perfeito), nenhuma parcela energética é dissipada em calor, e portanto a energia mecânica do sistema se conserva.

Assim, se a barra se desloca x na direção do seu comprimento, podemos escrever a seguinte relação (assumindo que ela parte do repouso):

mgx\sin{\alpha}=\dfrac{1}{2}mv_s^2

v_s^2=2gx\sin{\alpha}

Perceba que x\sin{\alpha} é o deslocamento vertical, que é contabilizado na mudança de energia potencial gravitacional. v_s é a velocidade da barra em relação à Terra. Note que também não há nenhuma parcela energética devido ao movimento dos roletes porque suas massas (e momentos de inércia) são desprezíveis.

Você deve ter percebido que a expressão acima é muito familiar à equação de Torricelli para o movimento acelerado. De fato, a dependência linear de v^2 com x indica que o movimento da barra possui aceleração constante: Aplicando a equação de Torricelli, temos então que:

v_s^2=2a_s s

Sendo a_s a aceleração da barra. Comparando as duas, tem-se por fim que:

a_s=g\sin{\alpha} \cdot \dfrac{x}{s}

Usando o vínculo geométrico descoberto entre x e s:

a_s=g\dfrac{\sin{\alpha}}{2\cos{\dfrac{\alpha}{2}}}=g\dfrac{2\sin{\dfrac{\alpha}{2}}\cos{\dfrac{\alpha}{2}}}{2\cos{\dfrac{\alpha}{2}}}

\boxed{a_s=g\sin{\dfrac{\alpha}{2}}}

Solução 2: Força e Torque

Considere que a massa da barra é m e que o cilindro da esquerda possui raio R_1, massa m_1 e momento de inércia I_1; analogamente para o cilindro da direita R_2, m_2 e I_2. Aplicando as leis de Newton para a barra nas direções ao longo e perpendicular à barra, obtemos:

mg\cos\alpha+ma_x\sin\alpha=N_1+N_2
ma_x=mg\sin\alpha-(f_1+f_2)-ma_x\cos\alpha

Em que N_1 e N_2 são as forças de normal entre a barra e os cilindros 1 e 2, respectivamente, e que f_1 e f_2 são as forças de atrito.

Lembre-se que estamos trabalhando no referencial acelerado dos cilindros (que se movem com uma aceleração a_x para a esquerda), dessa forma, é necessário fazer uma correção de força.

Agora vamos calcular o torque resultante nos cilindros. Para o cilindro 1:

f_1\cdot R_1 + f'_1\cdot R_1=I_1 \beta_1

Em que f'_1 é a força de atrito do cilindro 1 com o chão, e \beta_1 é a aceleração angular.

Analogamente para o cilindro 2:

f_2\cdot R_2 + f'_2\cdot R_2=I_2 \beta_2

Lembre-se que o enunciado diz que a massa dos roletes pode ser desprezada, portanto I_1=I_2=0. Assim:

f_1+f'_1=0
f_2+f'_2=0

Calculando a força resultante nos cilindros na horizontal, obtemos:

f_1\cos\alpha-f'_1-N_1\sin\alpha-m_1a_x=0

Mas, como a massa dos roletes é desprezível m_1=m_2=0. Temos:

f_1 = \dfrac{N_1\sin\alpha}{1+cos\alpha}
f_2 = \dfrac{N_2\sin\alpha}{1+cos\alpha}

Juntando todas as equações descobertas anteriormente,

ma_x=mg\sin\alpha-(f_1+f_2)-ma_x\cos\alpha

ma_x(1+\cos\alpha)=mg\sin\alpha-\frac{(N_1+N_2)\sin\alpha}{1+cos\alpha}

a_x(1+\cos\alpha)^2=g\sin\alpha(1+\cos\alpha)-\sin\alpha(g\cos\alpha+a_x\sin\alpha)

Fazendo as devidas simplificações:

a_x=g\dfrac{\sin{\alpha}}{2(1+\cos{\alpha})}

Queremos, no entanto, encontrar a_s, a aceleração da barra em relação à terra. Retomando o vínculo encontrado no início da solução 1:

s=x\sqrt{2(1+\cos{\alpha})}

Isso nos permite dizer que

\dfrac{\Delta s}{\Delta t}=\dfrac{ \Delta x}{\Delta t}\sqrt{2(1+\cos{\alpha})}

v_s=v_x \sqrt{2(1+\cos{\alpha})}

E, analogamente:

a_s=a_x \sqrt{2(1+\cos{\alpha})}

Logo, substituindo igualando a_x das duas equações:

\dfrac{a_s}{\sqrt{2(1+\cos{\alpha})}}=g\dfrac{\sin{\alpha}}{2(1+\cos{\alpha})}

a_s=g\dfrac{\sin{\alpha}}{\sqrt{2(1+\cos{\alpha})}}

Usando as mesmas simplificações vistas anteriormente, chegamos no mesmo resultado, conforme o esperado:

\boxed{a_s=g\sin{\dfrac{\alpha}{2}}}

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Gabarito

\boxed{a_s=g\sin{\frac{\alpha}{2}}}

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Avançado

Assunto abordado

Magnetismo

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Solução

Usemos um sistema de coordenadas xyz, com origem no ponto de entrada da partícula. O eixo x está dirigido para a direita, y vertical para cima e z aponta, portanto, para fora do papel. Logo, a força magnética na partícula  é dada por:

\vec{F}_{mag}=q(\vec{v} \times \vec{B})=q\left(\dot{x}\hat{x}+\dot{y}\hat{y}\right) \times (-B\hat{z})

\vec{F}_{mag}=-qB\dot{y} \hat{x}+qB\dot{x}\hat{y}

A força de arrasto, por outro lado, é dada por \vec{F}_{arr}=-b\vec{v}=-b\dot{x}\vec{x}-b\dot{y}\vec{y}. Então, pela Segunda Lei de Newton, podemos escrever as seguintes equações em ambos os eixos:

\ddot{x}=-\dfrac{qB}{m}\dot{y}-\dfrac{b}{m}\dot{x}=-\omega \dot{y}-\gamma \dot{x}

\ddot{y}=\dfrac{qB}{m}\dot{x}-\dfrac{b}{m}\dot{y}=\omega \dot{x}-\gamma \dot{y}

Note que definimos \dfrac{qB}{m} \equiv \omega e \dfrac{b}{m} \equiv \gamma. Primeiramente, analisamos o caso em que não há campo, i.e. \omega=0. Como a velocidade inicial é \dot{x}(0) \equiv v_0, o movimento ocorre apenas em x. Então, integrando a equação de movimento nessa direção, podemos achar v_0 em termos das das constantes definidas e :

\displaystyle \int_{v_0}^{0} d\dot{x}=-\gamma\displaystyle \int_{0}^{s_0} dx

v_0=\gamma s_0

No caso em que o campo magnético B é presente, chame a coordenada final da partícula de (x_1, y_1). Integrando as equações em ambos os eixos, tem-se:

\displaystyle \int_{v_0}^{0} d\dot{x}=-\omega \displaystyle \int_{0}^{y_1}dy -\gamma \displaystyle \int_{0}^{x_1} dx

v_0=\gamma s_0 = \omega y_1+\gamma x_1

\displaystyle \int_{0}^{0} d\dot{y}=\omega \displaystyle \int_{0}^{x_1}dx -\gamma \displaystyle \int_{0}^{y_1} dy

\omega x_1 = \gamma y_1

.Resolvendo-se o sistema de duas equações acima para x_1 e y_1, temos então que s_1=\sqrt{x_1^2+y_1^2} (que é conhecido) será dado por:

s_1=\dfrac{\gamma s_0}{\sqrt{\omega^2+\gamma^2}}=\dfrac{s_0}{\sqrt{\dfrac{\omega^2}{\gamma^2}+1}}

Logo:

\dfrac{\omega^2}{\gamma^2}=\dfrac{(s_0^2-s_1^2)}{s_1^2}

Note que, quando o campo magnético dobra de valor, devemos substituir \omega por 2\omega. Então, por fim:

s_2=\dfrac{s_0}{\sqrt{\dfrac{4\omega^2}{\gamma^2}+1}}

\boxed{s_2=\dfrac{s_0s_1}{\sqrt{4s_0^2-3s_1^2}} \approx 3,5\,cm}

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Gabarito

\boxed{s_2=\dfrac{s_0s_1}{\sqrt{4s_0^2-3s_1^2}} \approx 3,5\,cm}

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