Soluções Física - Semana 159

Escrito por Vitória Bezerra Nunes e Lucas Tavares

Iniciante

Assunto abordado

Dinâmica

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Solução

Você pode iniciar o problema explicitando todas as forças que agem nas massas. Após isso, convém analisar como se dará o movimento das massas após serem liberadas do repouso, ou seja, entender a direção e sentido das acelerações da cunha e da haste.

 

Vê-se, pelo movimento subsequente após a liberação do sistema a partir do repouso, que a cunha se moverá no sentido positivo do eixo x e que a haste se moverá no sentido positivo do eixo y. Assim, ao assumir a premissa de um intervalo de tempo infinitesimal,

a_A\cos{\alpha} = a_B\sin{\alpha}

Logo,

a_A = a_B\tan{\alpha}

Agora, é necessário apenas escrever a segunda lei de Newton para as duas massas e realizar "algebrismos" para encontrar as acelerações de A e B.

Para A:

P_A - N_{AB}\cos{\alpha} = m_Aa_A

Para B:

N_{AB}\sin{\alpha} = m_Ba_B

Ao usar o vínculo entre as acelerações e deixar as duas equações de força resultante em função de a_B:

P_A - \dfrac{m{_B}a_{B}}{\tan{\alpha}}= m_Aa_A

P_A - \dfrac{m{_B}a_{B}}{\tan{\alpha}} = m_Aa_{B}\tan{\alpha}

a_B = \dfrac{m_Ag}{m_A\tan{\alpha}} + \dfrac{m_B}{\tan{\alpha}}

Após dividir esta última expressão por m_B:

\boxed{a_B =\dfrac{11g}{11\tan{\alpha}+ \cot{\alpha}}}

Assim, ao relacionar esta última expressão ao vínculo entre as acelerações:

\boxed{a_A =\dfrac{11g}{11+ \cot^2{\alpha}}}

Esse é um problema clássico de dinâmica e tem vários outros mais avançados com ideias semelhantes. Neste, acredito que é intuitivo entender como ocorrerá o movimento das massas após a liberação do repouso. Entretanto, para questões mais avançadas de vínculo geométrico, é aconselhável realizar um esquema de antes e após a liberação do repouso, para que se consiga visualizar com maior clareza as direções e sentidos das acelerações das diversas massas do possível sistema em análise.

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Gabarito

\boxed{a_A =\dfrac{11g}{11+ \cot^2{\alpha}}}

\boxed{a_B =\dfrac{11g}{11\tan{\alpha}+ \cot{\alpha}}}

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Intermediário

Assunto abordado

Dinâmica 

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Solução

Apesar de aparecer como avançado em alguns livros de problemas de Física, esse problema requer uma ideia simples e rápida para resolvê-lo: as acelerações na direção (vertical) das duas massas devem ser congruentes porque o fio que as conecta é inextensível.

É importante começar analisando as forças que agem no sistema e as direções e sentidos das acelerações das massas.

Chamei a aceleração do anel de a_1 e a aceleração da esfera de a_2.  Pelo vínculo,

 a_1\sin{\alpha} = a_2

Um simples passo já nos trará a solução rapidamente e de forma bem simples. Iremos projetar as forças atuantes em m na direção da barra. Assim, escreva a segunda lei de Newton para as duas massas:

Para m:

T\sin{\alpha} + mg\sin{\alpha} = ma_1

Usando o vínculo das acelerações e deixando a segunda lei de Newton de m em função de a_2:

T + mg= m\dfrac{a_2}{\sin^2{\alpha}}

Para M:

Mg - T = Ma_2

Somando as duas expressões em um sistema simples e isolando a_2:

\boxed{a_2 = g\sin^2{\alpha}\dfrac{(M + m)}{M\sin^2{\alpha} + m}}

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Gabarito

\boxed{a_2 = g\sin^2{\alpha}\dfrac{(M + m)}{M\sin^2{\alpha} + m}}

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Avançado

Assunto abordado

Gravitação

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Solução

a) 

A forma mais fácil de resolver esse problema é fazendo uma analogia ao eletromagnetismo, em que teremos que:

q \rightarrow m

\dfrac{1}{\epsilon_0} \rightarrow 4\pi G

\vec{E} \rightarrow \vec{g}

Sendo assim, podemos aplicar o análogo à lei de Gauss

\oint \vec{g} \cdot d\vec{A} = 4\pi G \int \rho A dx

g A = 4\pi G \rho A h

\boxed{h = \dfrac{g}{4\pi G \rho}}

b)

Para um observador que está localizado na superfície do planeta plano, o ângulo sólido será dado por:

\Omega = 2 \pi(1-\cos(90^{\circ})

\Omega = 2\pi

Do enunciado do problema, temos então que:

\alpha = \dfrac{g_1}{2\pi} = G \rho_1 h

 \boxed{\alpha = 1,56 \times 10^{-2} \; m/s^2}

c)

Vamos dividir a pirâmide em diferentes camadas de altura d h. Todas as camadas são visíveis do topo da pirâmide de um ângulo sólido \Omega_2, que é igual a um sexto de todo o ângulo sólido (imagine o observador dentro de um cubo maciço).

\Omega_2 = \dfrac{4\pi}{6} = \dfrac{2\pi}{3}

A aceleração de queda livre do planeta será:

dg_2 = \alpha \Omega_2 = \dfrac{2}{3} \pi G \rho_2 dh

Integrando para obter o valor total da gravidade:

g_2 = \dfrac{1}{3} \pi G \rho_2 a

\boxed{g_2 = 3,14 \; m/s^2}

 

d) 

Por definição da órbita parabólica, a conservação de energia para o planeta em piramidal será:

E = 0 \rightarrow \dfrac{1}{2} m v_{1}^{2} + U_1 = 0

Da mesma forma, a conservação de energia para a espaçonave partindo o planeta cúbico será:

\dfrac{1}{2} m v_{2}^{2} + U_2 = 0

Porém há uma simples relação entre U_1 e U_2 que pode ser obtida utilizando o princípio da superposição.  Estar localizado no centro de um planeta, é equivalente a estar localizado no topo de seis pirâmides juntas. Sendo assim, considerando as diferentes densidades, o potencial dessa configuração será:

U_c = 6U_1 \dfrac{\rho_3}{\rho_2}

Por outro lado, estar localizado no centro de um cubo é equivalente a estar localizado na ponta de 8 cubos de lado a/2. De forma geral o potencial possui a seguinte proporcionalidade:

U = \int \dfrac{G m \rho_3}{r} dV \sim G m \rho_3 a^2

Sendo assim

U_c = \dfrac{8 U_2}{4}

Portanto, teremos então que:

U_2 = U_1 \dfrac{\rho_3}{\rho_2}

Voltando às equações da conservação de energia, temos que:

v_2 = \sqrt{\dfrac{3\rho_3}{\rho_2}} v_1

\boxed{v_2 = 6,3 \; km/s}

e)

Pelo teorema do impulso, a variação do momento linear será:

mu_x - mv_{\infty} = \int \dfrac{G M m}{R^2} \cos \phi dt = \int \dfrac{G M m}{R^2 \dot{\phi}} \cos \phi d\phi

Em que M = \dfrac{4\pi}{3}\rho_4 R^3.

Agora, conservando o momento angular, teremos:

r^2 \dot{\phi} = b v_{\infty}

Logo:

mu_x - mv_{\infty} = \int_0^{\theta} \dfrac{G M m}{b v_{\infty}} \cos\phi d\phi= \dfrac{G M m}{b v_{\infty}} \sin\phi

Da mesma forma, para o eixo y:

mu_y - 0 = \int_0^{\theta} \dfrac{G M m}{b v_{\infty}} \sin\phi d\phi= \dfrac{G M m}{b v_{\infty}}(1 - \sin\theta)

Por questão de simplificação, vamos definir z \equiv \dfrac{G M}{b v_{\infty}^2}. Perceba que z é um termo adimensional.

Logo, teremos;

 u_x = (1+ z\sin\theta) v_{\infty}

 u_y = z (1 - \cos\theta) v_{\infty}

Conservando energia:

\dfrac{1}{2} mv_{\infty}^2 = \dfrac{1}{2} mu_x^2 + \dfrac{1}{2} m u_y^2 - \dfrac{GMm}{R}

Substituindo as equações de u_x e u_y:

1 = (1+ z\sin\theta)^2 v_{\infty}^2 + z^2 (1 - \cos\theta)^2 v_{\infty}^2 - 2z\dfrac{b}{R}

Resolvendo essa bela equação, encontramos que:

\theta = \arcsin \dfrac{\dfrac{b}{R} - \dfrac{G M}{b v_{\infty}^2}}{\sqrt{1+ ( \dfrac{G M}{b v_{\infty}^2})^2}} + \arcsin \dfrac{\dfrac{G M}{b v_{\infty}^2}}{\sqrt{1+ ( \dfrac{G M}{b v_{\infty}^2})^2}}

\boxed{\theta \approx 45,2^{\circ}}

f)

Para começar, vamos calcular o potencial da partícula dentro da poeira cósmica:

 F(r) = - \dfrac{G \rho_4 \dfrac{4\pi}{3} r^3}{r^2} = - \dfrac{4\pi}{3}G \rho_4 m

Integrando para o potencial:

 U(r) = - \int F(r)dr = \dfrac{2\pi}{3}G \rho_4 m r^2 + C = \dfrac{GMm}{2R} r^2 + C

Em r = R temos:

\dfrac{GMm}{2R^3} R^2 + C = - \dfrac{GMm}{R}

 C = - \dfrac{3GMm}{2R}

Assim:

U(r) = \dfrac{GMm}{2R} r^2 - \dfrac{3GMm}{2R}

No momento que a partícula alcançar a distância mínima, sua velocidade radial será zero. Conservando energia e momento angular:

 \dfrac{mv_{\infty}}{2} = \dfrac{mv_0}{2} +\dfrac{GMm}{2R} r_{min}^2 - \dfrac{3GMm}{2R}

 bv_{\infty} = r_{min}v_0

Esse sistema resulta na seguinte equação:

 1 = \dfrac{b^2}{r_{min}^2} + z\dfrac{r_{min}^2 b}{R^3} - 3z\dfrac{b}{R}

O que resulta:

r_{min} = \sqrt{\dfrac{(\dfrac{3zb}{R} +1) \pm \sqrt{(\dfrac{3zb}{R} +1)^2 - \dfrac{4zb^3}{R^3}}}{\dfrac{2zb}{R^3}}}

Porém, para b=0, r_{min} = 0. Logo, a raiz deverá ser a menor.

r_{min} =R \sqrt{\dfrac{(\dfrac{3G M}{R v_{\infty}^2} +1) - \sqrt{ (\dfrac{3G M}{R v_{\infty}^2} + 1)^2 - \dfrac{4G M b^2}{R^3 v_{\infty}^2}}}{\dfrac{2G M}{R v_{\infty}^2} }}

\boxed{r_{min} \approx 4,97 \; \times \; 10^9 \; }m

g)

A velocidade mínima ocorre quando a espaçonave passa tangenciando a nuvem de poeira. Portanto, nesse ponto, a velocidade radial da espaçonave deve ser zero. Sendo assim, conservando energia e momento angular:

\dfrac{mv_{\infty}}{2} = \dfrac{m0}{2} + \dfrac{mu_t}{2} - \dfrac{GMm}{R}

v_{\infty}b = u_t R

Logo:

v_{\infty,min} = \sqrt{\dfrac{2GM}{R\left( \dfrac{b^2}{R^2} - 1 \right)}}

\boxed{v_{\infty,min} = 252 \; km/s}

h)

Para calcular o trabalho necessário, imagine que você tem uma esfera de raio r e que você aumentar uma pequena camada de massa. Sendo assim, você trás do infinito massa o suficiente para aumentar o raio da esfera em dr. Logo, o trabalho necessário para que isso ocorra será:

dW= \dfrac{GMdm}{r} = \dfrac{ G \dfrac{4\pi}{3} \rho_4 r^3\rho_4 4\pi r^2 dr}{r}

Integrando para obter o trabalho total:

W = \dfrac{16}{3 }\pi^2 G \rho_4^2 \int_0^{R} r^4 dr = \dfrac{16}{15} \pi^2 G \rho_4^2 R^5

\boxed{W \approx 1,33 \times 10^{45} \; J}

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Gabarito

a)

\boxed{h = \frac{g}{4\pi G \rho}}

b)

 \alpha = \dfrac{g_1}{2\pi} = G \rho_1 h

  \boxed{\alpha = 1,56 \times 10^{-2} \; m/s^2}

c)

 g_2 = \dfrac{1}{3} \pi G \rho_2 a

 \boxed{g_2 = 3,14 \; m/s^2}

d)

 v_2 = \sqrt{\dfrac{3\rho_3}{\rho_2}} v_1

 \boxed{v_2 = 6,3 \; km/s}

e)

\theta = \arcsin \dfrac{\dfrac{b}{R} - \dfrac{G M}{b v_{\infty}^2}}{\sqrt{1+ ( \dfrac{G M}{b v_{\infty}^2})^2}} + \arcsin \dfrac{\dfrac{G M}{b v_{\infty}^2}}{\sqrt{1+ ( \dfrac{G M}{b v_{\infty}^2})^2}}

\boxed{\theta \approx 45,2^{\circ}}

f)

r_{min} =R \sqrt{\dfrac{(\dfrac{3G M}{R v_{\infty}^2} +1) - \sqrt{ (\dfrac{3G M}{R v_{\infty}^2} + 1)^2 - \dfrac{4G M b^2}{R^3 v_{\infty}^2}}}{\dfrac{2G M}{R v_{\infty}^2} }}

\boxed{r_{min} \approx 4,97 \; \times \; 10^9 \; m}

g)

v_{\infty,min} = \sqrt{\dfrac{2GM}{R\left( \dfrac{b^2}{R^2} - 1 \right)}}

\boxed{v_{\infty,min} = 252 \; km/s}

h)

W = \dfrac{16}{3 }\pi^2 G \rho_4^2 \int_0^{R} r^4 dr = \dfrac{16}{15} \pi^2 G \rho_4^2 R^5

\boxed{W \approx 1,33 \times 10^{45} \; J}

 

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