Solução 1:
Primeiro, vejamos o que acontece se um dos números é igual a 0. Assumimos sem perda de generalidade que o número é o a
⟹02b+c=b2c+0=c20+b⟹b=c
mas 1=ab+bc+ca=bc=b2⟹b=c=±1 nos dando as soluções (±1,±1,0) e permutações.
Agora, assumimos que todos são não-nulos:
a2b+c=b2c+a⟹a(ab−1)=c(b2−1)
Como ab−1=−bc−ca,
−ac(a+b)=c(b2−1)⟹−a(a+b)=b2−1⟹a2+ab+b2=1
Assim, analogamente, b2+bc+c2=1 e c2+ca+a2=1. Somando essas 3 equações:
2(a2+b2+c2)+ab+bc+ca=3⟹2(a2+b2+c2)+1=3⟹a2+b2+c2=1
Finalmente, como a2+b2+c2=1=ab+bc+ca
2a2+2b2+2c2=2ab+2bc+2ca⟹(a−b)2+(b−c)2+(c−a)2=0⟹a−b=b−c=c−a=0
Então a=b=c. Daí as únicas soluções que nos restam são a=b=c=±1√3
Solução 2:
Veja que quando colocamos fatoriais no meio desses números o expoente dos primos que dividem o produto muda muito! (O expoente de p na fatoração desse produto será chamado de vp daqui em diante) Mas será que dá para controlá-lo?
O que acontece se colocarmos um fatorial após um primo p, o vp do produto muda? Não! pois p!=1⋅2⋅3⋅⋯⋅p que tem vp=1, que é o mesmo de p. Além disso, os expoentes também não mudam para primos q maiores que p. Assim, é natural pensar que todos os expoentes podem ser controlados a serem pares na maioria dos casos.
se n=p for primo? Independente de onde colocarmos os fatoriais o vp do produto continuará igual a 1. Assim, o produto nunca pode ser quadrado perfeito. Caso contrário, vamos fazer um algoritmo para que ele seja um QP: Primeiramente, seja q1 o maior primo menor que n, se o expoente de q1 no produto no começo for ímpar, colocamos um ! após (q1+1), assim, o expoente de q1 aumenta em exatamente um, se tornando par, caso contrário, não faremos nada e seguiremos para o próximo passo: Ao final de cada passo i passamos de qi para qi+1, onde qi+1 é o maior primo menor que qi, e assim por diante. Veja que, ao aplicarmos esse algoritmo várias vezes, teremos um produto com todos os expoentes pares, pois ao colocar um fatorial em qi nenhum expoente de um primo anterior muda. Ou seja, um quadrado perfeito! Como queríamos.
Solução 3:
Inicialmente, vamos tentar achar essa constante. Seja G um grafo associado ao nosso tabuleiro n×n onde os vértices são as casas do tabuleiro e ligamos dois vértices se as casas associadas a eles são adjacentes no tabuleiro. Veja que um conjunto tropical é o mesmo que um conjunto de vértices cujo complementar em G é um subgrafo que é uma floresta. Vamos tentar achar o número mínimo de vértices que precisamos tirar de G para que o grafo resultante seja uma floresta (é equivalente a achar o menor tamanho de um subconjunto tropical). Inicialmente, temos n2 vértices e 2n(n−1) arestas (cada linha e cada coluna tem n−1 arestas) assim, para o grafo resultante seja uma floresta, precisamos que |A|≤|V|−1. Sabemos que cada vértice tem grau no máximo 4, pois cada casa tem no máximo 4 vizinhos. Assim, se tiramos k vértices do grafo no mínimo para ele se tornar uma floresta:
2n(n−1)−4k≤|A|≤|V|−1=n2−k−1
Logo,
2n2−2n−4k≤n2−k−1⟹n2−2n+1≤3k
Nosso objetivo é achar as constantes C tal que k≤Cn2, para todo n, portanto,
(n−1)2≤3k≤3Cn2⟹C≥(n−1)23n2
fazendo n→∞⟹C≥13. Logo, temos que os C's possíveis são ≥13. Vamos provar que C≥13 funciona:
Tome a seguinte cobertura de um tabuleiro n×n:
Em que pintamos todas as diagonais de casas (x,y) em que 3∣x−y. Veja que este conjunto é tropical e usa no máximo 13 das casas do tabuleiro. Como queríamos!