Solução - Problemas da semana 01/05/2023-08/05/2023

Solução 1:

Primeiro, vejamos o que acontece se um dos números é igual a 0.  Assumimos sem perda de generalidade que o número é o a

\implies 0^2b+c=b^2c+0=c^20+b\implies b=c

mas 1=ab+bc+ca=bc=b^2\implies b=c=\pm 1 nos dando as soluções (\pm 1,\pm 1,0) e permutações.

Agora, assumimos que todos são não-nulos:

a^2b+c=b^2c+a\implies a(ab-1)=c(b^2-1)

Como ab-1=-bc-ca,

-ac(a+b)=c(b^2-1)\implies -a(a+b)=b^2-1\implies a^2+ab+b^2=1

Assim, analogamente, b^2+bc+c^2=1 e c^2+ca+a^2=1. Somando essas 3 equações:

2(a^2+b^2+c^2)+ab+bc+ca=3\implies2(a^2+b^2+c^2)+1=3\implies a^2+b^2+c^2=1

Finalmente, como a^2+b^2+c^2=1=ab+bc+ca

2a^2+2b^2+2c^2=2ab+2bc+2ca\implies (a-b)^2+(b-c)^2+(c-a)^2=0\implies a-b=b-c=c-a=0

Então a=b=c. Daí as únicas soluções que nos restam são a=b=c=\pm \frac{1}{\sqrt 3}

Solução 2:

Veja que quando colocamos fatoriais no meio desses números o expoente dos primos que dividem o produto muda muito! (O expoente de p na fatoração desse produto será chamado de v_p daqui em diante) Mas será que dá para controlá-lo?

O que acontece se colocarmos um fatorial após um primo p, o v_p do produto muda? Não! pois p!=1\cdot2\cdot3\cdot\dots\cdot p que tem v_p=1, que é o mesmo de p. Além disso, os expoentes também não mudam para primos q maiores que p. Assim, é natural pensar que todos os expoentes podem ser controlados a serem pares na maioria dos casos.

se n=p for primo? Independente de onde colocarmos os fatoriais o v_p do produto continuará igual a 1. Assim, o produto nunca pode ser quadrado perfeito. Caso contrário, vamos fazer um algoritmo para que ele seja um QP: Primeiramente, seja q_1 o maior primo menor que n, se o expoente de q_1 no produto no começo for ímpar, colocamos um ! após (q_1+1), assim, o expoente de q_1 aumenta em exatamente um, se tornando par, caso contrário, não faremos nada e seguiremos para o próximo passo: Ao final de cada passo i passamos de q_i para q_{i+1}, onde q_{i+1} é o maior primo menor que q_i, e assim por diante. Veja que, ao aplicarmos esse algoritmo várias vezes, teremos um produto com todos os expoentes pares, pois ao colocar um fatorial em q_i nenhum expoente de um primo anterior muda. Ou seja, um quadrado perfeito! Como queríamos.

Solução 3:

Inicialmente, vamos tentar achar essa constante. Seja G um grafo associado ao nosso tabuleiro n\times n onde os vértices são as casas do tabuleiro e ligamos dois vértices se as casas associadas a eles são adjacentes no tabuleiro. Veja que um conjunto tropical é o mesmo que um conjunto de vértices cujo complementar em G é um subgrafo que é uma floresta. Vamos tentar achar o número mínimo de vértices que precisamos tirar de G para que o grafo resultante seja uma floresta (é equivalente a achar o menor tamanho de um subconjunto tropical). Inicialmente, temos n^2 vértices e 2n(n-1) arestas (cada linha e cada coluna tem n-1 arestas) assim, para o grafo resultante seja uma floresta, precisamos que |A|\le |V|-1. Sabemos que cada vértice tem grau no máximo 4, pois cada casa tem no máximo 4 vizinhos. Assim, se tiramos k vértices do grafo no mínimo para ele se tornar uma floresta:

2n(n-1)-4k\le |A|\le |V|-1=n^2-k-1

Logo,

2n^2-2n-4k\le n^2-k-1\implies n^2-2n+1\le 3k

Nosso objetivo é achar as constantes C tal que k\le Cn^2, para todo n, portanto,

(n-1)^2\le3k\le 3Cn^2\implies C\ge \frac{(n-1)^2}{3n^2}

fazendo n\rightarrow \infty\implies C\ge \frac 13. Logo, temos que os C's possíveis são \ge \frac 13. Vamos provar que C\ge \frac13 funciona:

Tome a seguinte cobertura de um tabuleiro n\times n:

Em que pintamos todas as diagonais de casas (x,y) em que 3\mid x-y. Veja que este conjunto é tropical e usa no máximo \frac 13 das casas do tabuleiro. Como queríamos!