Olimpíadas universitárias: por que participar?

30/08/2019 Ana Studart

Estão enganados os que pensam que as suas chances de participar de uma olimpíada do conhecimento acabam junto com o ensino médio. Mais do que isso: as oportunidades de representar o Brasil em uma olimpíada internacional continuam a existir!

Embora existam as olimpíadas que tem níveis abertos a qualquer público, como a Olimpíada Brasileira de Linguística (OBL), o foco desse texto serão as olimpíadas científicas de nível universitário.

Dentro dessa categoria, temos algumas que se destacam. Em nível nacional, existem a Olimpíada Brasileira de Matemática (Nível U), a Olimpíada Brasileira de Informática (Nível Sênior), a Maratona de Programação e a Olimpíada Brasileira do Ensino Superior de Química (OBESQ).

Já em âmbito internacional, temos mais opções:

  • Olimpíada Iberoamericana de Matemática Universitária (OIMU);
  • Competição Internacional de Matemática para Estudantes Universitários (IMC);
  • Competição Iberoamericana Interuniversitária de Matemática (CIIM);
  • Torneio Internacional de Físicos (IPT);
  • Olimpíada Latino-americana Universitária de Física (OLUF);
  • Concurso Internacional de Programação Universitária (ICPC);

Além dessas, existem algumas olimpíadas cujo a seleção de equipes internacionais começa no ano anterior ao da competição. Assim, alguns dos selecionados já estão na faculdade quando participam nessa olimpíadas, já que estavam no ensino médio no ano antecedente. Isso acontece na IMO, IOI, IPhO, dentre outras.

As olimpíadas universitárias são tão marcantes para seus participantes quanto as voltadas para estudantes de ensino médio e fundamental. Elas podem ser tantos novas histórias quanto continuação de sonhos antigos.

Confira o depoimento incrível da olímpica Luize D’Urso, medalhista de ouro na OBM Nível U 2018 e na CIIM 2017, no qual ela fala sobre como começou a participar de olimpíadas universitárias, os conteúdos abordados nessas competições matemáticas e da sua experiência nesse meio.

Participei de olimpíadas de matemática desde o 6° ano, e como todo olímpico que se preze, sonhei em ir para a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO). Por isso não deve ser nenhuma surpresa que entrei na faculdade com um pingo de frustração por encerrar esse sonho sem êxito. Entretanto, para mim, o mundo universitário se mostrou ainda mais interessante do que o escolar, inclusive em termos olímpicos.

Logo percebi que era bem mais simples ter sucesso no nível U: ter feito um bom curso de Álgebra Linear e de Análise na Reta (que são cursos básicos na graduação de matemática, e também oferecidos todo verão pelo IMPA) e alguma noção de matemática olímpica, como grafos e indução. Comparando com o extenso conteúdo exigido a um aluno do nível 3, na minha opinião é bem mais acessível, até porque Álgebra Linear é uma matéria de 1° período em qualquer curso de exatas, e ambos são lecionados na maioria das universidades, e mesmo alunos de humanas, letras e biológicas podem ter acesso, diferente do caso em que algumas escolas monopolizam o estudo olímpico.

Na universidade também tive pela primeira vez experiência em olimpíadas internacionais. Diferente das olimpíadas escolares, que definem um certo número de estudantes por país, as olimpíadas internacionais universitárias são competições entre universidades, e portanto cada universidade manda seus alunos. Por isso é possível ter tantos brasileiros participando da IMC, por exemplo. Para que isso ocorra, a universidade precisa bancar a participação do aluno, comprando as passagens e pagando a inscrição. Eu levei isso em conta na escolha da minha universidade.

Concluí minha graduação em apenas sete períodos, participei duas vezes da IMC e da CIIM, e vou sentir saudades de competir, mas dessa vez me sinto plenamente satisfeita ao encerrar essa etapa.

Se a sua pergunta agora é “por onde começar”, pedimos que olhem os sites de cada olimpíada, confiram seus regulamentos e fiquem de olho no Jornal Olímpico do NOIC.

Caso goste de matemática, aqui vai uma ideia de primeiro passo: falta apenas uma semana para o fim das inscrições da OBM Nível U!

Comentários

  1. Olá, meu nome é Gabriel, tenho 17 anos e tenho uma dúvida sobre as Olimpíadas Universitárias, caso eu escolha por uma graduação que não tenha haver com dada olimpíada, por exemplo: faço graduação em medicina mas quero fazer uma olimpíada universitária de matemática, eu posso participar?

    1. Sim, Gabriel. Contudo, há olimpíadas, como a de Química, que há graduações específicas, não abrangendo todas. No caso da OBMU, graduando de qualquer curso poderá fazê-la.

  2. Eu tenho uma dúvida. Há limites de idade para essas Olimpíadas? Por exemplo a IMC, o limite é de 23 anos como na Galois-Noether (se escrevi certo kk)?

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