OBF 2020 Prova Especial Teórica da 2ª/3ª Fase - (Nível 1)

Escrito por Wanderson Faustino Patricio, Vinicius Névoa e Paulo Henrique 

Questão 1

Uma ducha com água aquecida, de potência 4,20\, kW, ou seja, que utiliza energia elétrica a uma taxa 4,20\, kJ por segundo, liga automaticamente quando a torneira é aberta, permitindo uma vazão mínima de 3,00 litros por minuto. A partir daí, à medida que a torneira é aberta para permitir vazões maiores, o aquecedor elétrico permanece operando à mesma potência. A vazão máxima desta ducha é de 6,60 litros de água por minuto.

(a) Qual a temperatura máxima possível da água liberada pela ducha em um dia de inverno, em ^{\circ}C, no qual a água que entra na ducha está a 15,0^{\circ}C?

(b) Se a ducha está ligada, qual a temperatura mínima possível da água liberada em um dia de verão, em ^{\circ}C, no qual a água que entra na ducha está a 24,0^{\circ}C?

Assunto abordado

Calorimetria/ Transferência de calor

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Solução

(a) Existem duas coisas a ser analisadas nesse problema que podem variar: a variação de temperatura da água e a sua vazão.

Definamos algumas coisas primeiro: \rho é a densidade da água, c é o calor específico da água, T_0 é a temperatura inicial da água, z é a vazão da água, e T é a temperatura final da água.

Calculemos primeiramente a quantidade de energia que é fornecida pelo aquecedor após um intervalo de tempo \Delta t:

P_{ot}=\dfrac{\Delta E}{\Delta t}=\dfrac{E-0}{\Delta t}

E=P_{ot}\cdot \Delta t   Eq(01)

Suponhamos que entra um volume \Delta V de água pela torneira. Pela equação da vazão:

z=\dfrac{\Delta V}{\Delta t}

\Delta V=z\cdot \Delta t

A quantidade de massa de água que entra é:

\Delta m=\rho \Delta V

\Delta m=\rho z \Delta t

Como está sendo transferido calor para a água, a água sofrerá uma variação de temperatura \Delta T, dado por:

E=\Delta m\cdot c\Delta T

E=\rho zc(T-T_0)\Delta t   Eq(02)

Juntando as Eq(01) Eq(02):

P_{ot}\cdot \Delta t=\rho zc(T-T_0)\Delta t

P_{ot}=\rho zc(T-T_0)

\rightarrow \boxed{T=T_0+\dfrac{P_{ot}}{\rho zc}}   Eq(03)

Perceba que a temperatura final depende inversamente da vazão de água. Como queremos a temperatura máxima, devemos ter a vazão mínima.

Como dado pelo enunciado, a vazão está no intervalo:

3,00 \dfrac{L}{min} \leq z \leq 6,60 \dfrac{L}{min}

Transformando para unidades do SI sabemos:

1L=0,001 m^3=1000 cm^3, 1 min=60 s e 1 g=0,001 kg

Logo:

3,00\cdot \dfrac{0,001 m^3}{60 s} \leq z \leq 6,60 \dfrac{0,001 m^3}{60 s}

0,00005 \dfrac{m^3}{s} \leq z \leq 0,00011 \dfrac{m^3}{s}

Portanto, utilizaremos o valor de z=0,00005 \dfrac{m^3}{s}.

Aplicando as informações no resultado final:

T=15,0^{\circ}C+\dfrac{4,20 \dfrac{kJ}{s}}{1\dfrac{g}{cm^3}\cdot 0,00005 \dfrac{m^3}{s}\cdot 1\dfrac{cal}{g\cdot^{\circ}C}}

T=15,0^{\circ}C+\dfrac{4,20\cdot 1000\dfrac{J}{s}}{1\cdot \dfrac{0,001 kg}{0,000001 m^3}\cdot 0,00005 \dfrac{m^3}{s}\cdot 1\cdot \dfrac{4,2 J}{0,001 kg\cdot^{\circ}C}}

T=15,0^{\circ}C+20,0^{\circ}C

\rightarrow \boxed{T=35,0^{\circ}C}

b) Como queremos agora a temperatura mínima, podemos utilizar a Eq(03) com a condição de que a vazão seja a máxima (z=0,00011 \dfrac{m^3}{s}):

T=24,0^{\circ}C+\dfrac{4,20\cdot 1000\dfrac{J}{s}}{1\cdot \dfrac{0,001 kg}{0,000001 m^3}\cdot 0,00011 \dfrac{m^3}{s}\cdot 1\cdot \dfrac{4,2 J}{0,001 kg\cdot^{\circ}C}}

T=24,0^{\circ}C+9,090909...^{\circ}C

T=33,090909...^{\circ}C

Como todas as temperaturas foram apresentadas com um algarismo significativo:

\rightarrow \boxed{T=33,1^{\circ}C}

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Gabarito

(a) \boxed{T=35,0^{\circ}C}

(b) \boxed{T=33,1^{\circ}C}

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Questão 2

Em um laboratório de física, há uma pista plana e lisa, de largura L = 20,0\,cm, com pequenos furos por onde é forçada a passagem de jatos de ar. Sobre esta pista, desliza um pequeno disco de plástico com ação desprezível de forças dissipativas graças à uma camada de ar formada entre a superfície inferior do disco e a pista. Em estabelecimentos de diversão, as máquinas de hóquei de mesa apresentam um arranjo parecido com este. Considere que um disco é lançado do ponto O, no instante t = 0, obliquamente, com um ângulo \theta = 60^{\circ} e velocidade de módulo v_{0} = 28,0\,cm/s, conforme ilustrado na figura. Suponha que o disco deslize pela superfície sem a ação de qualquer força resistiva e, ao colidir, ocorra apenas a inversão da componente y de sua velocidade. Usando o sistema de referências adotado na figura, passados 4,00\, s, determine:

(a) número de colisões com as paredes;

(b) distância percorrida pelo disco, em cm;

(c) módulo do deslocamento em relação à posição inicial, em cm.

Assunto abordado

Cinemática do ponto material

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Solução

(a) Antes de mais nada, vamos decompor a velocidade em seus componentes ao longo de x e y:

v_{x} = v_{0} \cos \theta=14 \dfrac{cm}{s}

v_{y} = v_{0} \sin \theta=23.8 \dfrac{cm}{s}

Como a colisão apenas troca o sinal da velocidade em y, o número de colisões é simplesmente a distância (em y) percorrida em 4\,s dividida por L:

\boxed{N= \dfrac{v_{0} \sin \theta \cdot 4}{L}=4.76}

Ou seja, foram 4 colisões completas, e se encaminhando para a quinta.

(b) Para achar a distância percorrida, teremos que utilizar o teorema de pitágoras. Primeiro, vamos determinar a distância em x que o disco percorre entre colisões consecutivas:

d= v_{0} \cos \theta \dfrac{ L}{v_{0} \sin \theta}=11.8\,cm

Assim, cada colisão corresponde uma uma distância percorrida de:

D=\sqrt{L^2+d^2}=23.2\, cm

Portanto, \boxed{D_{total}=ND=4.76 D=110.4\,cm}. Note que se apenas uma fração f da distância entre colisões foi percorrida, D' =\sqrt{(fL)^2+(fd)^2}=f \sqrt{L^2+d^2}, e por isso podemos usar o número quebrado.

(c) Seguindo um raciocínio análogo, ao final de 4 colisões, o disco estará no eixo x, e estará se encaminhando no sentido positivo de y. O deslocamento total em x então é:

D_{x} = N d = 4.76 d

O deslocamento vertical é:

D_{y} = (N-4) L = 0.76 L

Logo:

\boxed{D_{desl}=\sqrt{(4.76d)^2+(0.76L)^2}=58.2 \, cm}

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Gabarito

(a) \boxed{N=4}

(b) \boxed{D_{total}=110.4\,cm}

(c) \boxed{D_{desl}=58.2\,cm}

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Questão 3

Um meteorito formado basicamente por ferro cai verticalmente nas vizinhanças da superfície da Terra. A partir de certa altitude h_{0}, sua velocidade é constante devido à ação da força de resistência do ar. Considere que o meteorito absorva, na forma de calor, 1\% da energia mecânica dissipada pela força de resistência do ar e que em h_{0} sua temperatura T_{0} está ainda bem abaixo do ponto de fusão. Determine a distância d, em metros, que o meteorito deve percorrer para que a sua temperatura aumente de 1^{\circ} C.

Assunto abordado

Mecânica: conservação de energia

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Solução

Como o meteorito possui velocidade constante, isso quer dizer que a força resultante que atua sobre ele é nula, equivalentemente, o trabalho total das forças é igual a zero. Existem duas forças de interesse atuando sobre ele: a gravitacional e a de resistência com o ar. Ao cair uma distância d, o trabalho da gravitacional é W_{g}= +mgd, em que m é a massa do meteorito. Portanto, o trabalho dissipativo da força de resistência é W_{r}=-mgd (o sinal de menos corresponde ao fato de ser uma dissipação)

A variação de calor sensível é dada pela expressão Q= mc \Delta T. Assim, como um centésimo da dissipação vira calor sensível:

0.01mgd=mc \Delta T

Como esperado, a massa cancela. Então:

d=\dfrac{100 c \Delta T}{g}

\boxed{d=4620\, m}

Não se esqueça de passar o valor fornecido de c=0,11\, cal/g^{\circ}C na capa da prova para o SI.

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Gabarito

\boxed{d=4620\, m}

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Questão 4

Considere um sistema planetário hipotético formado por uma única estrela em torno da qual orbita um planeta que possui uma única lua (satélite natural). Neste sistema, as órbitas do planeta em torno da estrela e da lua em torno do planeta são circulares e coplanares e o período de translação do planeta em torno da estrela é de T_P = 360\,dias. Sabendo que, após um eclipse solar, o próximo eclipse lunar ocorre 30 dias depois, determine o período orbital da lua em torno do planeta, em dias, nos seguintes casos.
(a) O planeta e a sua lua percorrem suas órbitas no mesmo sentido, por exemplo, ambas no sentido anti-horário.
(b) O planeta e a sua lua percorrem suas órbitas em sentidos opostos.

Assunto abordado

Eclipses solar e lunar

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Solução

Observe as figuras abaixo, que representam o deslocamento angular da lua em torno do planeta durante o intervalo de 30 dias entre os eclipses:

(a) 

Para descobrir o ângulo \alpha, o deslocamento do planeta, façamos a proporção entre os intervalos de tempo: \dfrac{\alpha}{2\pi}=\dfrac{30}{360}\to{\alpha=\dfrac{\pi}{6}}. Pela figura acima, é fácil ver que o deslocamento angular da lua foi \Delta{\theta}=\alpha+\pi=\dfrac{7\pi}{6}. Com o deslocamento angular e o intervalo de tempo em mãos, podemos calcular o período orbital:

\omega=\dfrac{2\pi}{T}=\dfrac{\dfrac{7\pi}{6}}{30d}\to{\boxed{T=51,43dias}}

(b) A situação é parecida com a do item anterior. Nesse caso, a lua se move no sentido horário e, portanto, seu deslocamento angular é agora \Delta{\theta}'=\pi-\alpha, conforme a figura abaixo.

 

\omega=\dfrac{2\pi}{T'}=\dfrac{\dfrac{5\pi}{6}}{30d}\to{\boxed{T'=72dias}}

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Gabarito

(a)

\boxed{T=51,43\,dias}

(b)

\boxed{T'=72\,dias}

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Questão 5

Considere dois satélites, B, de mesma massa. Ambos estão em órbitas circulares em torno da Terra, mas o raio da órbita do satélite e 50\% maior que a do satélite A. Sejam E_{c_A} e E_{c_B}, respecitivamente, as energias cinéticas de cada satélite. Use as leis de Kepler e seus conhecimentos de física para determinar a razão E_{c_B}/E_{c_A}.

Assunto abordado

Gravitação universal

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Solução

Como dado pelo enunciado, o raio da órbita do satélite B é 50\% maior que a do satélite A, ou seja:

r_B=r_A+0,5r_A

r_B=1,5r_A

Se os períodos de rotação dos satélites são T_A e T_B, temos, pela terceira lei de Kepler que:

\dfrac{T_A^2}{r_A^3}=\dfrac{T_B^2}{r_B^3}

\dfrac{T_A^2}{r_A^3}=\dfrac{T_B^2}{(1,5r_A)^3}=\dfrac{T_B^2}{1,5^3\cdot r_A^3}

T_B^2=(1,5)^3\cdot T_A^2

Como os satélites estão em movimento circular:

T_A=\dfrac{2\pi r_A}{v_A} e T_B=\dfrac{2\pi r_B}{v_B}

Portanto:

\left(\dfrac{2\pi r_B}{v_B}\right)^2=(1,5)^3\cdot \left(\dfrac{2\pi r_A}{v_A}\right)^2=\left(\dfrac{2\pi \cdot 1,5 \cdot r_A}{v_B}\right)^2

(1,5)^3\cdot \left(\dfrac{4\pi^2 r_A^2}{v_{A}^2}\right)=\left(\dfrac{4\pi^2 \cdot (1,5)^2 \cdot r_A^2}{v_{B}^2}\right)

(v_A)^2=1,5 (v_B)^2

\rightarrow \dfrac{(v_B)^2}{(v_A)^2}=\dfrac{2}{3}

A energia cinética dos corpos será:

E_{c,A}=\dfrac{m(v_A)^2}{2} e E_{c,B}=\dfrac{m(v_B)^2}{2}

Logo:

\dfrac{E_{c,B}}{E_{c,A}}=\dfrac{\left(\dfrac{m(v_B)^2}{2}\right)}{\left(\dfrac{m(v_A)^2}{2}\right)}

\dfrac{E_{c,B}}{E_{c,A}}=\dfrac{(v_B)^2}{(v_A)^2}

\rightarrow \boxed{\dfrac{E_{c,B}}{E_{c,A}}=\dfrac{2}{3}\approx 0.67}

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Gabarito

\boxed{\dfrac{E_{c,B}}{E_{c,A}}=\dfrac{2}{3}\approx 0.67}

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Questão 6

Uma caixa de m = 60\, kg é suspensa pelo sistema de polias representados na figura. Os trechos de corda entre as duas polias são paralelos e formam um ângulo \theta = 30^{\circ} com a vertical. Na extremidade da corda, é aplicada uma força \vec T, de módulo T, e que faz um ângulo \alpha com a horizontal. Considerando que o sistema está em equilíbrio estático e as cordas e polias são ideais, determine:

(a) O ângulo \alpha, em graus.

(b) A intensidade da força T, em N.

Assunto abordado

Dinâmica/ Equilíbrio de forças

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Solução

(a) Vamos olhar para as força em cada parte do sistema.

Sabemos que a força em um fio ideal, a força se distribui constante por toda a sua extensão. Sendo F a força de tração no fio de baixo, e P o peso da massa.

Como a polia está em equilíbrio, a força resultante na horizontal deve ser zero. Portanto:

T\cos{\alpha}=2T\sin{\theta}

\rightarrow \cos{\alpha}=2\sin{\theta}

\cos{\alpha}=2\sin{30^{\circ}}=2\cdot \dfrac{1}{2}

\cos{\alpha}=1

\rightarrow \boxed{\alpha=0^{\circ}}

(b) A polia também está em equilíbrio na vertical. Portanto:

2T\cos{\theta}+T\sin{\alpha}=F

2T\cdot \dfrac{\sqrt{3}}{2}+T\cdot 0=F

F=T\sqrt{3}

A massa também está em equilíbrio, logo:

F=P=mg

T\sqrt{3}=mg

\rightarrow T=\dfrac{mg\sqrt{3}}{3}

\rightarrow \boxed{T=340 \,N}

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Gabarito

(a) \boxed{\alpha=0^{\circ}}

(b) \boxed{T=340\, N}

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Questão 7

Uma estudante de física resolveu analisar uma filmagem, com som e imagem, feita de uma exibição de fogos de artifícios. A filmadora eletrônica que utilizou gravou o vídeo em 30 FPS, que é a sigla, em inglês, para 30 quadros (frames) por segundo. Isto quer dizer que o aparelho tira 30 fotografias por segundo em intervalos de tempo igualmente espaçados. Depois, quando se assiste à filmagem, as imagens são exibidas também na taxa de 30 FPS e, por isso, temos a impressão de ver uma cena em movimento a partir de uma sequência de imagens estáticas. Existem vários aplicativos de edição de vídeos, muitos deles de software livre, que podem ser usados para analisar uma filmagem quadro-a-quadro. Em geral, estes aplicativos também mostram representações gráficas da intensidade da onda sonora que chega à filmadora durante a gravação. Ao analisar a filmagem da explosão de um morteiro, a estudante percebe que o som da explosão aparece 52 quadros depois do quadro com o brilho da explosão.

Com seus conhecimentos de física e estas informações, ela conseguiu estimar a distância d entre o morteiro no momento da explosão e a sua filmadora. Qual o valor de d, em metros, que ela estimou?

Assunto abordado

Cinemática: velocidade do som

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Solução

Como a velocidade da luz é muito maior que a do som, podemos dizer que a chegada da luz na filmadora é praticamente instantânea, enquanto o som leva um tempo mais perceptível. Assim, a distância vale d=v_{som} \Delta t. Basta descobrir o tempo elapsado.

Note que a filmagem é reproduzida a 30 quadros por segundo, logo os 52 quadros de duração entre a luz e o som correspondem a \Delta t = \dfrac{52}{30}\, s. Usando v_{som}=340\, m/s:

\boxed{d=340 \cdot \dfrac{52}{30}=589\,m}

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Gabarito

\boxed{d=589\,m}

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Questão 8

Em um exercício militar, um canhão localizado na extremidade de um planalto dispara um projétil em direção a uma planície vizinha conforme ilustrado na figura. O desnível entre o planalto e a planície é de h=475\, m e a velocidade inicial do projétil é V_0=300\, m/s. Sabendo que \theta=30^{\circ} e desprezando a resistência do ar, determine:

(a) A distância horizontal percorrida pelo projétil desde o ponto de lançamento até onde atinge o solo, em metros;

(b) A altura máxima que o projétil atinge em relação à planície, em metros.

Assunto abordado

Cinemática/ Lançamento oblíquo

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Solução

(a) Para essa questão, utilizaremos o nível da planície como referencial para altura igual a zero.

A força resultante no corpo é apenas a força de atração gravitacional, vertical e para baixo, portanto, o corpo executará um um MRU na direção horizontal. Como a velocidade inicial na horizontal é v_{x_0}=v_0\cos{\theta}, temos:

v_x=v_0\cos{\theta} e x=v_0\cos{\theta}\cdot t

Como na vertical o corpo está sobre a influência da força peso, no eixo o corpo executará um MRUV com aceleração em módulo igual a gravidade. A equação horária do eixo y é, portanto:

y=y_0+v_{y_0}\cdot t+\dfrac{at^2}{2}

A velocidade inicial no eixo y é v_{y_0}=v_0\sin{\theta} e a aceleração é a=-g, logo:

v_y=v_0\sin{\theta}-gt e y=h+v_0\sin{\theta}\cdot t-\dfrac{gt^2}{2}

Isolando o tempo na equação horizontal:

x=v_0\cos{\theta}\cdot t \rightarrow t=\dfrac{x}{v_0\cos{\theta}}

Colocando o tempo na equação vertical:

y=h+v_0\sin{\theta}\cdot \dfrac{x}{v_0\cos{\theta}}-\dfrac{g}{2}\left(\dfrac{x}{v_0\cos{\theta}}\right)^2

\rightarrow \boxed{y=h+\tan{\theta}\cdot x-\dfrac{g}{2v_0^2\cos^2{\theta}}\cdot x^2}

Quando a massa atinge o solo, y=0, logo:

0=h+\tan{\theta}\cdot x-\dfrac{g}{2v_0^2\cos^2{\theta}}\cdot x^2

Sendo A a distância horizontal percorrida, e aplicando valores:

0=475+\dfrac{\sqrt{3}}{3}\cdot A-\dfrac{10}{2\cdot 300^2\cdot \left(\dfrac{\sqrt{3}}{2}\right)^2}\cdot A^2

\dfrac{1}{13500}\cdot A^2-\dfrac{\sqrt{3}}{3}\cdot A-475=0

O discriminante dessa equação será:

\Delta=\left(\dfrac{\sqrt{3}}{3}\right)^2-4\cdot \left(\dfrac{1}{13500}\right)\cdot (-475)

\Delta=\dfrac{64}{135}=\dfrac{8^2\cdot 5\cdot 3}{5^2\cdot 9^2}

Portanto as soluções da equação do segundo grau são:

A=\dfrac{-\left(-\dfrac{\sqrt{3}}{3}\right) \pm \sqrt{\dfrac{8^2\cdot 5\cdot 3}{5^2\cdot 9^2}}}{2\cdot \dfrac{1}{13500}}

A=6750\left(\dfrac{\sqrt{3}}{3} \pm \dfrac{8}{45}\sqrt{5}\sqrt{3}\right)

A=150\sqrt{3}(15\pm 8\sqrt{5})

Como a nossa distância deve ser positiva:

\boxed{A=150\sqrt{3}\left(15+ 8\sqrt{5}\right) m}

\rightarrow \boxed{A=8517 m}

(b) Voltando para a equação no eixo vertical, sabemos que a altura máxima ocorrerá quando a velocidade vertical for zero.

v_y=v_0\sin{\theta}-gt=0 \rightarrow t=\dfrac{v_0\sin{\theta}}{g}

Colocando esse tempo na equação do eixo y:

y=h+v_0\sin{\theta}\left(\dfrac{v_0\sin{\theta}}{g}\right)-\dfrac{g}{2}\left(\dfrac{v_0\sin{\theta}}{g}\right)^2

\boxed{y_{max}=h+\dfrac{v_0^2\sin^2{\theta}}{2g}}

\rightarrow \boxed{y_{max}=1600 m}

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Gabarito

(a) \boxed{A=8517 m}

(b) \boxed{y_{max}=1600 m}

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