Escrito por Akira Ito, Matheus Felipe R. Borges, Lucas Tavares, Alex Carneiro, Pedro Tsuchie, João Gabriel Pepato, Gabriel Hemétrio, Paulo Henrique
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Questão 1 (Exclusiva para alunos da 1º série)
João e Maria costumam treinar juntos em uma pista olímpica de atletismo que tem raias, veja a figura. A raia interna tem de extensão. Certo dia, João, que está se recuperando de uma pequena lesão, deve caminhar enquanto Maria corre. Eles iniciam o treinamento escolhendo o sentido em que vão dar as voltas, começam no mesmo instante e partem da linha de largada. O treinamento termina quando Maria completa a vigésima volta. João se exercita em uma raia externa e percorre voltas de enquanto Maria usa a raia interna de . Sabendo que João e Maria se exercitam com velocidades escalares constantes de, respectivamente, e , determine:
(a) A distância percorrida por João no instante em que Maria completa a vigésima volta.
(b) O número de vezes que Maria ultrapassa João, se ambos dão voltas no sentido anti-horário.
(c) O número de vezes que Maria cruza com João, se Maria dá voltas no sentido anti-horário e João dá voltas no sentido horário.
Maria ultrapassa (ou cruza) João quando ambos estão na mesma linha transversal à pista. Na pista representada na imagem há exemplos de oito transversais (a linha de largada é uma delas).
Cinemática
(a)
Em um mesmo tempo, João percorre metade da distância que Maria percorre. Logo, como em voltas Maria percorre , João percorrerá :
(b)
Para este problema, passaremos para o referencial de João e encontraremos a velocidade angular relativa entre eles. Enquanto Maria anda 20 voltas em , João dá apenas voltas. Subtraindo, chegamos que Maria dá um pouco mais de 11 voltas à mais que João. No referencial dele, ela o ultrapassa 11 vezes.
(c)
Maria dá 20 voltas, enquanto João dá um pouco mais de 8,9 voltas, mas no sentido oposto. Ao total, João vê Maria ultrapassar a origem 28 vezes.
(a)
(b)
(c)
Questão 2 (Exclusiva para alunos da 1º série)
Ondas de calor no Brasil frequentemente levam a temperatura ambiente muito acima da zona de conforto térmico. Em locais abertos como por exemplo estações rodoviárias, pátios de restaurantes, etc, é cada vez mais comum a presença de sistemas de refrigeração que usam nebulizadores, que podem ou não estar acoplados a um ventilador, como o mostrado na figura ao lado. Suponha que um aparelho desses nebulize 100 ml de água por minuto, em um ambiente aberto com ar quente e seco e que 50% das gotículas de água formada se evaporam.
(a) Explique o funcionamento desses aparelhos em termos dos fenômenos físicos envolvidos. Por que a água deve ser nebulizada? Qual a função do ventilador?
(b) Estime a quantidade de calor retirada do ambiente por segundo, em joules por segundo, J/s ou Watt (1 J/s ≡ 1 W), de funcionamento desse aparelho.
(c) A capacidade de resfriamento de ar condicionados convencionais é usualmente dada em BTU (British Thermal Unit), onde 1 BTU ≈ 0,3 J/s ou 1 BTU ≈ 0,3 W. Qual a capacidade de refrigeração do aparelho dessa questão em BTU?
Termologia
(a) A água deve ser nebulizada para que as gotículas de água (estado líquido) sejam lançadas no ar seco e quente, promovendo a sua evaporação. Como esse é um processo endotérmico, as gotículas absorvem calor do ambiente ao seu redor e causam o seu resfriamento, como desejado. O ventilador possui a função de dispersar essas gotículas de água rapidamente, acelerando o resfriamento do ambiente.
(b) A cada minuto, 50% dos 100 ml (ou 100 g) de água evaporam, absorvendo uma energia correspondente ao calor latente de vaporização de 540 cal/g:
Convertendo para Joules e dividindo pelo número de segundos em um minuto (60 s):
(c) Basta dividir o resultado anterior pelo valor de um BTU:
(b) (c) " />\boxed{6300\,\rm{BTU}\})
Questão 3(Exclusiva para alunos da 1º série)
Seja θ a inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol. A representação esquemática da Terra dada na figura ao lado, além de θ, mostra o eixo de rotação da Terra que passa pelos polos norte (N) e sul (S) e o plano do equador que divide a Terra em dois hemisférios. Considere os casos hipotéticos em que:
(a) θ = ◦
(b) θ = ◦
Em cada caso, faça um diagrama que mostre a posição da Terra em torno do Sol e a sua orientação. Em cada diagrama, represente os dias A, B, C e D, que marcam, respectivamente os inícios do verão, outono, inverno primavera no hemisfério Sul. Considerando uma cidade de latitude de ◦ sul, indique o intervalo de tempo de claridade em cada um desses dias.
Astronomia/Gravitação
(a)
No caso em que , todos os momentos do ano são simétricos, de maneira que não há como distinguir estações do ano. O eixo fica perfeitamente alinhado. O intervalo de tempo de claridade é de , metade do dia.
(b)
No caso em que , como o eixo de rotação está perpendicular ao eixo Norte-Sul, terá um momento em que o ponto ficará exposto diretamente ao sol e a rotação não influenciará nada, tendo um período de de iluminação. No ponto simétrico a este, o ponto ficará de costas para o sol e a rotação não influenciará, logo serão de ausência de luz. Nos pontos intermediários, o período é de de iluminação.
Ver imagens.
Questão 4(Exclusiva para alunos da 1º série).
Um copo com base quadrada de lado 5,00 cm e altura 12,0 cm contém 270 cm3 de água. O copo está fixado em uma base de comprimento L = 15,0 cm, que pode ser
inclinada variando-se a altura h, conforme esquema dado
na figura ao lado. Determine:
(a) A altura do nível da água em relação ao fundo do
copo quando a base de fixação é horizontal (h = 0 cm).
(b) A altura h de inclinação da base de fixação quando a água no copo está na iminência de derramar.
Dinâmica/Estática
a)
Notação
largura da base do recipiente;
altura do recipiente;
altura da água quando
O volume de água é dado por . Segundo o enunciado . Assim:
b) O recipiente estará na iminência de derramar quando o líquido atingir o vértice superior direito do copo, como representado na figura a seguir.
O volume de água pode ser obtido multiplicando a área do trapézio azul por .
A área do trapézio é dada por (Base Maior + Base Menor)*Altura .
A base maior é
A base menor é , onde pode ser obtido geometricamente: .
A altura do trapézio é
Dessa forma, o volume de água é:
.
Novamente, segundo o enunciado, .
Assim:
Por geometria, vemos que
a)10,8 cm b) 3,50 cm
Questão 5.
Arquimedes, diz a lenda, descobriu uma maneira de verificar se a coroa do rei de Siracusa era feita de ouro puro ou se tinha sido adulterada com um metal menos denso. Suponha que o rei de Siracusa entregou uma barra de ouro de a um ourivez para que ele fizesse uma coroa do mesmo peso. Arquimedes descobriu que o volume da coroa poderia ser medido mergulhando a coroa em água e medindo o volume deslocado. Considere as densidades
aproximadas, do ouro , da prata , da platina e do cobre .
(a) Suponha que o ourives entregou ao rei uma coroa feita com 800 g de ouro e 200 g de prata. Qual a diferença de volume entre a coroa adulterada e uma coroa feita toda de ouro?
(b) Considere uma liga de cobre e platina. Qual deve ser a proporção de cada metal, em massa, para que a liga possa ser ser usada em joalheria, em substituição ao ouro, sem que a fraude possa ser identificada pelo método de Arquimedes?
Densidade
Ao longo da questão, utilizaremos os subscritos Au (ouro), Ag (prata), Cu (cobre) e Pl (Platina) para indicar a densidade desses metais e a massa de determinado objeto pela qual eles são responsáveis.
(a) Seja m_0 a massa da coroa. O volume da coroa de ouro é dado por
Para a coroa adulterada, temos
Assim, a variação de volume é
(b) Para que a diferença entre as coroas não seja detectável pelo método de Arquimedes, tanto a massa quanto o volume delas devem ser idênticos. Da primeira condição,
Da segunda,
Isolando na primeira equação e substituindo na segunda:
A fração em massa de cobre na liga é dada por
E fração de platina é igual a .
(a)
(b) 9,5% cobre e 90,5% platina
Questão 6.
Através da famosa equação da equivalência entre massa e energia, , proposta por Einstein, sabemos que a toda reação, nuclear ou química, que libera energia é acompanhada por uma variação de massa. Sejam, a massa dos reagentes e a massa dos produtos, então, a energia liberada na reação é dada por
onde é a velocidade da luz no vácuo.
A primeira Bomba atômica, chamada "Little Boy", detonada sobre a cidade de Hiroshima continha cerca de 64 kg de urânio, dos quais 80% eram o urânio 235, que é a substância físsil, ou seja que sofre fissão nuclear e libera energia. Estima-se que sua explosão liberou uma energia equivalente à explosão de 15 mil toneladas do explosivo químico TNT. A explosão de mil toneladas (1 quiloton, ou 1 kt) de TNT libera, uma energia de, aproximadamente, .
Seja a variação relativa de massa envolvida em uma reação nuclear ou química.
(a) Qual a variação de massa que ocorreu na explosão da "Little Boy"?
(b) Determine da explosão da "Little Boy" considerando que todo o material físsil foi consumido.
(c) Estime para uma explosão de TNT com energia energia igual à liberada por "Little
Boy". Considere que o único reagente da explosão do TNT é o próprio TNT.
Reações químicas/nucleares
(a) Como a energia liberada é equivalente à de uma explosão de 15 mil toneladas de TNT, e cada mil toneladas liberam de energia, temos
Onde escolhemos o valor negativo pois a reação é exotérmica. Pela fórmula dada no enunciado,
(b) O material físsil corresponde a 80% da massa de urânio na "Little Boy":
Utilizando a resposta do item anterior:
(c) Do item (a), sabemos que e, pelo enunciado, é igual a 15 mil toneladas. Assim,
a)
b)
c)
Questão 7.
Um carro está estacionado em um plano inclinado de ângulo θ = 30◦. Para se assegurar que não deslize,
foram colocados calços sob as rodas, conforme esquema na figura. O calço, que está fixo no plano inclinado, forma
ângulo α com ele. Considere uma roda em equilíbrio estático no qual atua uma força F de intensidade de 6000 N. Essa força, aplicada no eixo da roda, corresponde à resultante da carga do carro mais o peso da própria roda. Desconsidere as forças de atrito. Determine e , respectivamente, as intensidades das forças que o plano inclinado e o calço exercem na roda, nos seguintes casos:
(a) α = 45◦
(b) α = 60◦
Dinâmica/Estática
As forças atuantes na roda são:
Agora, temos que decompor as forças em suas componentes paralelas e perpendiculares ao plano. Para deixar a imagem menos poluídas, representaremos apenas as forças e os ângulos:
OBS: Se você está com dificuldade em entender como o ângulo entre a força e a direção perpendicular foi calculado, observe a representação a seguir:
Agora, basta decompormos as forças, calcularmos as forças resultantes em cada direção, igualando-as a 0.
A força resultante na direção paralela ao plano é:
A força resultante na direção perpendicular ao plano é:
.
Resolvendo esse sistema, temos que:
Substituindo o valor de e os respectivos valores de , obtemos os seguintes valores:
a) ,
b) ,
OBS: No item b), os valores e estão diferentes porque usamos a aproximação de dada pela prova. Se usassemos o valor exato, obteríamos que, no item b), tanto quanto são iguais a .
a) , , b) ,
Questão 8.
Três bolas de brinquedo, A, B, C, de mesmo raio e massas diferentes são abandonadas, em , da janela de um prédio, localizada acima de um pátio vazio no piso térreo. A tabela ao lado mostra a altura aproximada das bolas em função do tempo .
As bolas estão sob a ação da força gravitacional (peso) e da força de resistência do ar, ou força de arrasto, . Essa força é oposta ao movimento do corpo e sua intensidade é dada por , onde é o módulo da velocidade do corpo em relação ao ar e é uma constante positiva que depende da geometria do corpo e da densidade do ar.
A ação de pode ser desprezada devido, entre outros, à combinação dos seguintes fatores: (1) velocidade suficientemente baixa e (2) corpo suficientemente massivo.
(a) Todos os corpos em queda no ar, depois de um intervalo de tempo suficientemente longo, se movem com velocidade constante, chamada velocidade terminal. A bola mais leve já atingiu a velocidade terminal? Quando? Qual seu valor?
(b) Sabendo que a massa da bola mais leve é , qual o valor da constante ?
(c) A ação de durante toda a queda é desprezível para alguma bola? Qual? Justifique.
Cinemática
(a) A bola mais leve é a A, pois se observamos as posições das 3, fica claro que A foi a bola que teve o movimento mais atrapalhado por ter chegado menos longe que as outras no mesmo intervalo de tempo, e como a aceleração da partícula depende da geometria (que é igual), da densidade do ar (que é a mesma), da velocidade (que começa igual) e da massa, sabemos então que este tem que ser o fator decisivo e portanto A é a mais leve.
Agora que esclarecemos que estamos falando da bola A, para sabermos se ela chegou na velocidade terminal ou não, precisamos calcular as 2 últimas velocidades dela, não é um movimento que poderíamos achar sua velocidade por ser de certa complexidade matemática, mas podemos estimar a sua velocidade com alguma precisão. Para isso, iremos pegar 2 instantes de posição e iremos calcular a velocidade “média” entre esses 2 instantes, que por ter um intervalo de tempo pequeno, podemos dizer que aproximadamente refletiria a velocidade instantânea do tempo entre esses 2 instantes, portanto:
E a penúltima velocidade:
Concluímos então que a bola A de fato chegou à velocidade terminal, mas para acharmos os instantes, vamos ver até onde isso vai:
Assim sabemos que o instante foi entre e , e a velocidade terminal é .
(b) Se fizermos a segunda lei de Newton para a partícula, temos:
E no caso de ter atingido a sua velocidade terminal, a aceleração é zero, e usando os valores da questão e da prova:
(c) Para acharmos isso, vamos ver o quanto deveria ter descido uma partícula em queda livre ao final dos , e se alguma das bolas desceu a mesma altura neste intervalo, então podemos concluir que ela não foi afetada pela resistência do ar.
Escrevendo a função da altura de uma partícula em queda livre:
Como todas as bolas começam em , isso significa que para uma bola que não é afetada pela resistência do ar, ela estaria em . Concluímos então que a bola C sofre ação desprezível da resistência do ar.
(a) Sim, entre e ,
(b)
(c) Sim, Bola C
Questão 9.
Durante uma experiencia de óptica em um laboratório didático, uma estudante faz a montagem na qual uma vela de de altura é posicionada entre uma lente convergente e um espelho côncavo, conforme diagrama mostrado na figura. O espelho e a lente têm distâncias focais, respectivamente de e . A lente e a vela e a lente são posicionadas, respectivamente, a e do espelho.
(a) Determine a posição e a altura da imagem vista pela estudante.
(b) Apresente o esquema com os raios de luz que determinam geometricamente a imagem.
Óptica
(a) Inicialmente, vale ressaltar que o estudante verá duas imagens da vela, uma que é formada pelos raios que passam apenas pela lente e outra formada pelos raios que refletem no espelho e passam pela lente. Pelo comando da questão "Determine a posição e a altura da imagem vista pelo estuante" só é pedido as informações de uma imagem, então calcularemos a imagem que os raios foram refletidos pelo espelho e passaram pela lente. (Pois afinal o espelho está ali por um motivo)
i) Reflexão dos raios no espelho.
Achando a posição:
Achando a altura:
ii) Imagem final.
Achando a posição:
Achando a altura:
Logo, a imagem está a uma distância à direita da lente e altura , porém invertida.
Obs.: A imagem que é formada direto pela lente é
Achando a posição:
Achando a altura:
(b) Para utilizar o esquema de raios usaremos as seguintes propriedades:
Para a lente:
1.Raios paralelos convergem no plano focal.
2.Raios que passam pelo centro óptico não sofrem desvio.
Para o espelho:
1.Raios paralelos convergem no foco.
2.Raios que passam pelo centro óptico desviam com o mesmo angulo de incidência.
Utilizando essas propriedades podemos encontrar as imagens, utilizei o auxílio das imagens encontradas por meio das equações para montar o diagrama de raios.
Questão 10.
Considere uma máquina térmica que opera ciclicamente extraindo calor de uma fornalha a e um rio que está a . Um estudante de física faz um protótipo usando um gás ideal monoatômico como o subsistema responsável pelas transferências de energia.
O gás ideal está encerrado na câmara de um cilindro ao qual está acoplado um pistão. Quando o pistão é travado o volume do gás é mantido constante. Quando a trava é removida o gás interage com um agente mecânico externo, trocando energia na forma de trabalho com ele, durante sua expansão ou compressão. As paredes do cilindro são condutoras de calor.
A primeira versão do protótipo opera de acordo com o ciclo de quatro etapas:
- O cilindro com o pistão travado e o gás com volume , pressão de , e temperatura , é inserido na fornalha. Aguarda-se o equilíbrio térmico.
- Com o cilindro na fornalha, remove-se a trava do pistão. O gás se expande, realizando trabalho, até atingir o volume .
- O pistão é travado e transfere-se o cilindro da fornalha para o rio. Aguarda-se o equilíbrio térmico.
- Com o cilindro na água, remove-se a trava do pistão. Comprime-se o gás, realizando trabalho sobre ele, até atingir novamente o volume .
(a) Qual o trabalho realizado (saldo da energia mecânica transferida) pelo gás, por ciclo?
(b) Qual a eficiência deste protótipo de máquina térmica?
(c) Qual a máxima eficiência termodinâmica que uma máquina térmica pode ter operando usando a fornalha como fonte quente e o rio como fonte fria?
Máquinas Térmicas
(a) Para calcularmos este trabalho façamos primeiro o gráfico do ciclo, e para isso precisamos entender o que acontece em cada processo:
Processo 1
A partícula é aquecida de maneira isobárica (volume constante) de para , portanto calculando a pressão ao final desse processo usando a lei de Gay-Lussac:
Processo 2
Agora nós temos uma expansão isotérmica(temperatura constante) de para , portanto calculando a pressão ao final desse processo usando a lei de Charles:
Processo 3
Agora temos um esfriamento isobárico, de para , repetindo o processo:
Processo 4
Por último, temos uma contração isotérmica de para , e repetindo o processo:
E assim desenhamos o seguinte diagrama:
Observação: O ciclo não fecha certinho em e ele não passa em exatamente , mas aproximamos pois a diferença de entre a temperatura inicial do sistema e a do rio é desprezível e os valores são muito próximos destes.
Para calcularmos o trabalho total gerado por este ciclo, precisamos somente calcular o trabalho da curva do processo 2 e subtrair do trabalho da curva do processo 4, já que não há trabalho realizado nas outras curvas.
Primeiro precisamos calcular , o produto do número de mols com a constante dos gases ideais, então usando a lei dos gases ideais no instante inicial, temos:
Sabendo que o trabalho de um processo isotérmico que vai de um volume a um volume vale , então calculando o trabalho total do ciclo:
Observação: Na prova não foi fornecido o valor de , portanto deixaremos a resposta com ambos os formatos.
(b) Como a definição de eficiência é , e já calculamos o trabalho, precisamos agora calcular o calor total que entra no sistema. Como os processos de entrada de calor são o 1 e o 2, sabemos que .
Processo 1
No processo 1, temos uma curva isobárica, e portanto , lembremos que o gás é monotômico e por isso sua capacidade térmica molar vale , assim:
Processo 2
No processo 2, temos uma curva isotérmica, e portanto , e como já vimos o quanto vale , temos:
Agora, com tudo em mãos vamos calcular a eficiência:
(c) Como sabemos, a eficiência máxima de uma máquina térmica, é a eficiência de uma máquina de Carnot, que vale:
Usando que é a temperatura fria, como sendo a do rio, e , a temperatura quente, como sendo a da fornalha, temos:
(a)
(b)
(c)
Questão 11.
Considere uma bancada horizontal de um laboratório didático na qual foi fixado um semicilindro rígido de raio . Uma pequena esfera de massa m está conectada ao
semicilindro por um fio de massa desprezível e comprimento, conforme a figura. Inicialmente, com , o fio é vertical e tangencia o semicilindro. Determine o menor valor da intensidade da velocidade inicial da esfera, , para que a esfera atinja a configuração com
com o fio tensionado.
Dinâmica/Estática
Como a tração é sempre perpendicular à trajetória da massa, não há trabalho sendo realizado na massa, então a energia é conservada.
Denotaremos o comprimento do trecho da corda que NÃO está enrolado por , que é dado pela subtração do comprimento do trecho enrolado da corda do comprimento total da corda : .
A energia potencial da massa em função de é dada por:
A energia cinética da massa é dada por
Onde é a velocidade da massa
Assim, a energia total é dada por
Por conservação de energia, essa energia deve ser igual á energia inicial , que é:
Então:
A resultante centrípeta é:
Substituindo essa igualdade na equação da conservação de energia, temos que:
Quando é igual a 135 graus (ou radianos), temos
Como, nesse instante, o fio deve estar tensionado, .
Assim,
Substituindo por (como foi dito no ínicio da solução):
Usando que , , e , obteremos que:
Questão 12.
O ponto A da figura ao lado representa uma ambulância que se desloca com velocidade constante de módulo . No instante em que ela começa a atravessar uma praça quadrada, de lados , sua sirene de é ligada. Assim que a ambulância cruza a praça, a sirene é desligada. Nos pontos B e C estão situados dois observadores. Desconsidere a largura das ruas e suponha que o som da sirene se propaga isotropicamente.
(a) Determine, para cada observador (B e C), a maior e menor frequência sonora com que ouvem o som da sirene.
(b) Sejam e as frequências da ambulância percebidas por B e C. No mesmo plano cartesiano, faça gráficos de e em função do tempo . Use o eixo horizontal para . Adote como o instante em que a ambulância liga as sirenes.
Efeito Doppler
(a) Para o observador B, nós temos que a ambulância se aproxima dele, e assim que o cruza, ela desliga sua buzina, e assim nós temos que considerar o efeito doppler da aproximação, e depois a frequência normal no momento que ela passa por ele. Lembrando que a fórmula para o efeito Doppler é:
Onde é a velocidade do som, a velocidade do observador e a velocidade da fonte, o sentido adotado é positivo do observador para a fonte. Assim sendo a frequência percebida por B quando a ambulância se aproxima é: (Lembrem de converter a velocidade da ambulância de para )
E a frequência mínima é quando a ambulância cruza ele, assim tendo uma velocidade perpendicular a ele, que não constitui como uma aproximação ou afastamento de B, assim:
Para o observador C, nós vamos ter algo quase igual, mas agora devemos ter um cuidado com o ângulo de aproximação.
A verdadeira velocidade de aproximação é e não , pois a componente perpendicular a reta que liga a ambulância A ao observador C não importa para o efeito Doppler. Podemos ver que a velocidade fica cada vez mais perpendicular a esta reta, e portanto a velocidade máxima de aproximação é no instante inicial, quando . Após isto nós teremos um momento onde a velocidade estará totalmente perpendicular (quando a ambulância cruza a praça), e estes serão os momentos de máximo e mínimo, respectivamente. Portanto:
E a mínima:
(b) A frequência percebida pelo observador B em função do tempo é fácil de ver que será a máxima até o instante final, onde será a mínima, mas para termos uma ideia de como deve ser a frequência percebida pelo observador C em função do tempo, vamos escrever em função do tempo.
Mas como a ambulância realiza um movimento retilíneo uniforme partindo da ponta oposta a C, temos que , assim:
Colocando isso na equação da frequência percebida por B:
Substituindo os valores numéricos e fazendo o gráfico de ambas as frequências chegamos em:
Mas sendo razoáveis, podemos entender que não era esperado do aluno que fosse feito um gráfico perfeito de tal curva, portanto durante a prova, acreditamos que o esperado era apenas uma curva como essa, que podia ser encontrada fazendo uma reta ligando do ponto máximo ao ponto mínimo de C e dela, fazer uma curva muito suave com concavidade para baixo, como a do gráfico.