Terceira Fase (Nível 2)

Escrito por Akira Ito, Matheus Felipe R. Borges, Lucas Tavares, Alex Carneiro, Pedro Tsuchie, João Gabriel Pepato, Gabriel Hemétrio, Paulo Henrique

Você pode acessar a prova clicando aqui e o seu gabarito oficial clicando aqui.

Questão 1 (Exclusiva para alunos da 1º série)

João e Maria costumam treinar juntos em uma pista olímpica de atletismo que tem 8 raias, veja a figura. A raia interna tem 400 m de extensão. Certo dia, João, que está se recuperando de uma pequena lesão, deve caminhar enquanto Maria corre. Eles iniciam o treinamento escolhendo o sentido em que vão dar as voltas, começam no mesmo instante e partem da linha de largada. O treinamento termina quando Maria completa a vigésima volta. João se exercita em uma raia externa e percorre voltas de 450 m enquanto Maria usa a raia interna de 400 m. Sabendo que João e Maria se exercitam com velocidades escalares constantes de, respectivamente, 6,00 km/h e 12,0 km/h, determine:
(a) A distância percorrida por João no instante em que Maria completa a vigésima volta.
(b) O número de vezes que Maria ultrapassa João, se ambos dão voltas no sentido anti-horário.
(c) O número de vezes que Maria cruza com João, se Maria dá voltas no sentido anti-horário e João dá voltas no sentido horário.
Maria ultrapassa (ou cruza) João quando ambos estão na mesma linha transversal à pista. Na pista representada na imagem há exemplos de oito transversais (a linha de largada é uma delas).

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

(a)

Em um mesmo tempo, João percorre metade da distância que Maria percorre. Logo, como em 20 voltas Maria percorre 20*400=8000m, João percorrerá :

\boxed{\frac{8000}{2}=4000m}

(b)

Para este problema, passaremos para o referencial de João e encontraremos a velocidade angular relativa entre eles. Enquanto Maria anda 20 voltas em \frac{8}{12}=\frac{2}{3}h, João dá apenas \frac{2}{3}*6\frac{1}{0,450}=8,9 voltas. Subtraindo, chegamos que Maria dá um pouco mais de 11 voltas à mais que João. No referencial dele, ela o ultrapassa 11 vezes.

(c)

Maria dá 20 voltas, enquanto João dá um pouco mais de 8,9 voltas, mas no sentido oposto. Ao total, João vê Maria ultrapassar a origem 28 vezes.

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Gabarito

(a)  \boxed{ d=4000m}

(b)  \boxed{ 12 vezes}

(c) \boxed{ 29 vezes}

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Questão 2 (Exclusiva para alunos da 1º série)

Ondas de calor no Brasil frequentemente levam a temperatura ambiente muito acima da zona de conforto térmico. Em locais abertos como por exemplo estações rodoviárias, pátios de restaurantes, etc, é cada vez mais comum a presença de sistemas de refrigeração que usam nebulizadores, que podem ou não estar acoplados a um ventilador, como o mostrado na figura ao lado. Suponha que um aparelho desses nebulize 100 ml de água por minuto, em um ambiente aberto com ar quente e seco e que 50% das gotículas de água formada se evaporam.

(a) Explique o funcionamento desses aparelhos em termos dos fenômenos físicos envolvidos. Por que a água deve ser nebulizada? Qual a função do ventilador?
(b) Estime a quantidade de calor retirada do ambiente por segundo, em joules por segundo, J/s ou Watt (1 J/s ≡ 1 W), de funcionamento desse aparelho.
(c) A capacidade de resfriamento de ar condicionados convencionais é usualmente dada em BTU (British Thermal Unit), onde 1 BTU ≈ 0,3 J/s ou 1 BTU ≈ 0,3 W. Qual a capacidade de refrigeração do aparelho dessa questão em BTU?

Assunto abordado

Termologia

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Solução

(a) A água deve ser nebulizada para que as gotículas de água (estado líquido) sejam lançadas no ar seco e quente, promovendo a sua evaporação. Como esse é um processo endotérmico, as gotículas absorvem calor do ambiente ao seu redor e causam o seu resfriamento, como desejado. O ventilador possui a função de dispersar essas gotículas de água rapidamente, acelerando o resfriamento do ambiente.

(b) A cada minuto, 50% dos 100 ml (ou 100 g) de água evaporam, absorvendo uma energia correspondente ao calor latente de vaporização de 540 cal/g:

\dfrac{1}{2}\cdot 100 \cdot 540=27000\,\rm{cal}

Convertendo para Joules e dividindo pelo número de segundos em um minuto (60 s):

\dfrac{27000\cdot 4,2}{60}=\boxed{1890\,\rm{W}}

(c) Basta dividir o resultado anterior pelo valor de um BTU:

\dfrac{1890}{0,3}=\boxed{6300\,\rm{BTU}}

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Gabarito

(b) \boxed{1890\,\rm{W}\})</p data-recalc-dims=

(c) " />\boxed{6300\,\rm{BTU}\})

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Questão 3(Exclusiva para alunos da 1º série)

Seja θ a inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol. A representação esquemática da Terra dada na figura ao lado, além de θ, mostra o eixo de rotação da Terra que passa pelos polos norte (N) e sul (S) e o plano do equador que divide a Terra em dois hemisférios. Considere os casos hipotéticos em que:
(a) θ = 0
(b) θ = 90
Em cada caso, faça um diagrama que mostre a posição da Terra em torno do Sol e a sua orientação. Em cada diagrama, represente os dias A, B, C e D, que marcam, respectivamente os inícios do verão, outono, inverno primavera no hemisfério Sul. Considerando uma cidade de latitude de 10◦ sul, indique o intervalo de tempo de claridade em cada um desses dias.

Assunto abordado

Astronomia/Gravitação

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Solução

(a)

No caso em que \theta=0, todos os momentos do ano são simétricos, de maneira que não há como distinguir estações do ano. O eixo fica perfeitamente alinhado. O intervalo de tempo de claridade é de 12h, metade do dia.

(b)

No caso em que \theta=90, como o eixo de rotação está perpendicular ao eixo Norte-Sul, terá um momento em que o ponto ficará exposto diretamente ao sol e a rotação não influenciará nada, tendo um período de 24h de iluminação. No ponto simétrico a este, o ponto ficará de costas para o sol e a rotação não influenciará, logo serão 24h de ausência de luz. Nos pontos intermediários, o período é de 12h de iluminação.

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Gabarito

Ver imagens.

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Questão 4(Exclusiva para alunos da 1º série).

Um copo com base quadrada de lado 5,00 cm e altura 12,0 cm contém 270 cm3 de água. O copo está fixado em uma base de comprimento L = 15,0 cm, que pode ser
inclinada variando-se a altura h, conforme esquema dado
na figura ao lado. Determine:
(a) A altura do nível da água em relação ao fundo do
copo quando a base de fixação é horizontal (h = 0 cm).
(b) A altura h de inclinação da base de fixação quando a água no copo está na iminência de derramar.

Assunto abordado

Dinâmica/Estática

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Solução

a)

Notação

a \rightarrow largura da base do recipiente; a=5 cm

b \rightarrow altura do recipiente; b=12 cm

H \rightarrow altura da água quando h=0

O volume de água é dado por V=a^2H. Segundo o enunciado V=270 cm^3. Assim:

V=270=5^2H \rightarrow H=\frac{270}{25}=10,8 cm

b) O recipiente estará na iminência de derramar quando o líquido atingir o vértice superior direito do copo, como representado na figura a seguir.

O volume de água pode ser obtido multiplicando a área do trapézio azul por a.

A área do trapézio é dada por (Base Maior + Base Menor)*Altura \frac{1/2}.

A base maior é b

A base menor é b-d, onde d pode ser obtido geometricamente: d=atg(\alpha).

A altura do trapézio é a

Dessa forma, o volume de água é:

V=(b+b-atg(\alpha))a\frac{1}{2}.

Novamente, segundo o enunciado, V=270 cm^3.

Assim:

(2*12-5tg(\alpha))5\frac{1}{2}=270 \rightarrow tg(\alpha)=0,24

Por geometria, vemos que

tg(\alpha)=\frac{h}{\sqrt{L^2-h^2}} \rightarrow h=\frac{tg(\alpha)L}{\sqrt{1+tg^2(\alpha)}}=\frac{0,24*15}{\sqrt{1+0,24^2}}

\boxed{tg(\alpha) = 3,50\;\rm{cm}}

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Gabarito

a)10,8 cm b) 3,50 cm

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Questão 5.

Arquimedes, diz a lenda, descobriu uma maneira de verificar se a coroa do rei de Siracusa era feita de ouro puro ou se tinha sido adulterada com um metal menos denso. Suponha que o rei de Siracusa entregou uma barra de ouro de 1000\,\rm{g} a um ourivez para que ele fizesse uma coroa do mesmo peso. Arquimedes descobriu que o volume da coroa poderia ser medido mergulhando a coroa em água e medindo o volume deslocado. Considere as densidades
aproximadas, do ouro 19,0\,\rm{g/cm^3}, da prata 10,0\,\rm{g/cm^3}, da platina 21,5\,\rm{g/cm^3} e do cobre 9,00\,\rm{g/cm^3}.
(a) Suponha que o ourives entregou ao rei uma coroa feita com 800 g de ouro e 200 g de prata. Qual a diferença de volume entre a coroa adulterada e uma coroa feita toda de ouro?
(b) Considere uma liga de cobre e platina. Qual deve ser a proporção de cada metal, em massa, para que a liga possa ser ser usada em joalheria, em substituição ao ouro, sem que a fraude possa ser identificada pelo método de Arquimedes?

Assunto abordado

Densidade

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Solução

Ao longo da questão, utilizaremos os subscritos Au (ouro), Ag (prata), Cu (cobre) e Pl (Platina) para indicar a densidade desses metais e a massa de determinado objeto pela qual eles são responsáveis.

(a) Seja m_0 a massa da coroa. O volume da coroa de ouro é dado por

V_{Au}=\dfrac{m_0}{\rho_{Au}}=\dfrac{1000}{19}\approx 52,6\,\rm{cm^3}

Para a coroa adulterada, temos

V_{Adulterada}=\dfrac{m_{Au}}{\rho_{Au}}-\dfrac{m_{Ag}}{\rho_{Ag}}=\dfrac{800}{19}+\dfrac{200}{10}=62,1\,\rm{cm^3}

Assim, a variação de volume é

\Delta V=V_{adulterada}-V_{Au}=\boxed{9,5\,\rm{cm^3}}

(b) Para que a diferença entre as coroas não seja detectável pelo método de Arquimedes, tanto a massa quanto o volume delas devem ser idênticos. Da primeira condição,

m_{Cu}+m_{Pl}=m_0

Da segunda,

\dfrac{m_{Cu}}{\rho_{Cu}}+\dfrac{m_{Pl}}{\rho_{Pl}}=\dfrac{m_0}{\rho_{Au}}

Isolando m_{Pl} na primeira equação e substituindo na segunda:

\dfrac{m_0}{\rho_{Au}}=\dfrac{m_{Cu}}{\rho_{Cu}}+\dfrac{m_0-m_{Cu}}{\rho_{Pl}}

m_0\left(\dfrac{1}{\rho_{Au}}-\dfrac{1}{\rho_{Pl}}\right)=m_{Cu}\left(\dfrac{1}{\rho_{Cu}}-\dfrac{1}{\rho_{Pl}}\right)

m_{Cu}=\dfrac{1/\rho_{Au}-1/\rho_{Pl}}{1/\rho_{Cu}-1/\rho_{Pl}}=\dfrac{\rho_{Cu}}{\rho_{Au}}\cdot \dfrac{\rho_{Pl}-\rho_{Au}}{\rho_{Pl}-\rho_{Cu}}\cdot m_0

A fração em massa de cobre na liga é dada por

\dfrac{m_{Cu}}{m_0}=\dfrac{\rho_{Cu}}{\rho_{Au}}\cdot\dfrac{\rho_{Pl}-\rho_{Au}}{\rho_{Pl}-\rho_{Cu}}=0,0947\approx\boxed{9,5\%}

E fração de platina é igual a 100-9,5=90,5\%.

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Gabarito

(a) \Delta V=9,5\,\rm{cm^3}

(b) 9,5% cobre e 90,5% platina

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Questão 6.

Através da famosa equação da equivalência entre massa e energia, E=mc^2, proposta por Einstein, sabemos que a toda reação, nuclear ou química, que libera energia é acompanhada por uma variação de massa. Sejam, m_r a massa dos reagentes e m_p a massa dos produtos, então, a energia liberada na reação é dada por

|\Delta E | = |(m_p - m_r)|c^2

onde c é a velocidade da luz no vácuo.
A primeira Bomba atômica, chamada "Little Boy", detonada sobre a cidade de Hiroshima continha cerca de 64 kg de urânio, dos quais 80% eram o urânio 235, que é a substância físsil, ou seja que sofre fissão nuclear e libera energia. Estima-se que sua explosão liberou uma energia equivalente à explosão de 15 mil toneladas do explosivo químico TNT. A explosão de mil toneladas (1 quiloton, ou 1 kt) de TNT libera, uma energia de, aproximadamente, 4,2\times 10^{12}\,\rm{J}.
Seja \eta = (m_p - m_r)/m_r a variação relativa de massa envolvida em uma reação nuclear ou química.
(a) Qual a variação de massa que ocorreu na explosão da "Little Boy"?
(b) Determine \eta da explosão da "Little Boy" considerando que todo o material físsil foi consumido.
(c) Estime \eta para uma explosão de TNT com energia energia igual à liberada por "Little
Boy". Considere que o único reagente da explosão do TNT é o próprio TNT.

Assunto abordado

Reações químicas/nucleares

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Solução

(a) Como a energia liberada é equivalente à de uma explosão de 15 mil toneladas de TNT, e cada mil toneladas liberam 4,2\cdot 10^{12}\,\rm{J} de energia, temos

\Delta E=-15\cdot 4,2 \cdot 10^{12}=-6,3\cdot 10^{13}\,\rm{J}

Onde escolhemos o valor negativo pois a reação é exotérmica. Pela fórmula dada no enunciado,

\Delta m=m_p-m_r=\dfrac{\Delta E}{c^2}

m_p-m_r=-\dfrac{6,3\cdot 10^{13}}{(3\cdot 10^8)^2}=\boxed{-7\cdot 10^{-4}\,\rm{kg}}

(b) O material físsil corresponde a 80% da massa de urânio na "Little Boy":

m_r=0,8\cdot 64=51,2\,\rm{kg}

Utilizando a resposta do item anterior:

\eta=\dfrac{m_p-m_r}{m_r}=-\dfrac{7\cdot 10^{-4}}{51,2}\approx\boxed{-1,4\cdot 10^{-5}}

(c) Do item (a), sabemos que \Delta E=-6,3\cdot 10^{13}\,\rm{J} e, pelo enunciado, m_r é igual a 15 mil toneladas. Assim,

\eta=\dfrac{\Delta E}{c^2 m_r}=-\dfrac{6,3\cdot 10^{13}}{(3\cdot 10^8)^2\cdot 15\cdot 10^6}\approx\boxed{-4,7\cdot 10^{-11}}

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Gabarito

a) m_p-m_r=-7\cdot 10^{-4}\,\rm{kg}

b) \eta\approx -1,4\cdot 10^{-5}

c) \eta\approx -4,7\cdot 10^{-11}

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Questão 7.

Um carro está estacionado em um plano inclinado de ângulo θ = 30◦. Para se assegurar que não deslize,
foram colocados calços sob as rodas, conforme esquema na figura. O calço, que está fixo no plano inclinado, forma
ângulo α com ele. Considere uma roda em equilíbrio estático no qual atua uma força F de intensidade de 6000 N. Essa força, aplicada no eixo da roda, corresponde à resultante da carga do carro mais o peso da própria roda. Desconsidere as forças de atrito. Determine N_P e N_C, respectivamente, as intensidades das forças que o plano inclinado e o calço exercem na roda, nos seguintes casos:
(a) α = 45◦
(b) α = 60◦

Assunto abordado

Dinâmica/Estática

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Solução

As forças atuantes na roda são:

Agora, temos que decompor as forças em suas componentes paralelas e perpendiculares ao plano. Para deixar a imagem menos poluídas, representaremos apenas as forças e os ângulos:

OBS: Se você está com dificuldade em entender como o ângulo entre a força N_C e a direção perpendicular foi calculado, observe a representação a seguir:

Agora, basta decompormos as forças, calcularmos as forças resultantes em cada direção, igualando-as a 0.

A força resultante na direção paralela ao plano é:

N_Csen(\alpha)-Fsen(\theta)=0

A força resultante na direção perpendicular ao plano é:

N_P+N_Ccos(\alpha)-Fcos(\theta)=0.

Resolvendo esse sistema, temos que:

N_C=F\frac{sen(\theta)}{sen(\alpha)}

N_P=F(cos(\theta)-\frac{sen(\theta)}{tg(\alpha)})

Substituindo o valor de \theta e os respectivos valores de \alpha, obtemos os seguintes valores:

a) N_C=4285,7, N_P=2100N

b) N_C=3.529,4 0N, N_P=3.335,3N

OBS: No item b), os valores N_C e N_P estão diferentes porque usamos a aproximação de \sqrt{3} dada pela prova. Se usassemos o valor exato, obteríamos que, no item b), tanto N_C quanto N_P são iguais a 3.464,10N.

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Gabarito

a) N_C=4285,7, N_P=2100N, b) N_C=3.529,4 0N, N_P=3.335,3N

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Questão 8.

Três bolas de brinquedo, A, B, C, de mesmo raio e massas diferentes são abandonadas, em t = 0 \, \textrm{s}, da janela de um prédio, localizada 20 \, \textrm{m} acima de um pátio vazio no piso térreo. A tabela ao lado mostra a altura aproximada das bolas em função do tempo t.

As bolas estão sob a ação da força gravitacional (peso) e da força de resistência do ar, ou força de arrasto, \vec{F}_{ar}. Essa força é oposta ao movimento do corpo e sua intensidade é dada por F_{ar} = bv^2, onde v é o módulo da velocidade do corpo em relação ao ar e b é uma constante positiva que depende da geometria do corpo e da densidade do ar.

A ação de \vec{F}_{ar} pode ser desprezada devido, entre outros, à combinação dos seguintes fatores: (1) velocidade suficientemente baixa e (2) corpo suficientemente massivo.

(a) Todos os corpos em queda no ar, depois de um intervalo de tempo suficientemente longo, se movem com velocidade constante, chamada velocidade terminal. A bola mais leve já atingiu a velocidade terminal? Quando? Qual seu valor?

(b) Sabendo que a massa da bola mais leve é 10,0 \, \textrm{g}, qual o valor da constante b?

(c) A ação de F_{ar} durante toda a queda é desprezível para alguma bola? Qual? Justifique.

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

(a) A bola mais leve é a A, pois se observamos as posições das 3, fica claro que A foi a bola que teve o movimento mais atrapalhado por ter chegado menos longe que as outras no mesmo intervalo de tempo, e como a aceleração da partícula depende da geometria (que é igual), da densidade do ar (que é a mesma), da velocidade (que começa igual) e da massa, sabemos então que este tem que ser o fator decisivo e portanto A é a mais leve.

Agora que esclarecemos que estamos falando da bola A, para sabermos se ela chegou na velocidade terminal ou não, precisamos calcular as 2 últimas velocidades dela, não é um movimento que poderíamos achar sua velocidade por ser de certa complexidade matemática, mas podemos estimar a sua velocidade com alguma precisão. Para isso, iremos pegar 2 instantes de posição e iremos calcular a velocidade “média”  entre esses 2 instantes, que por ter um intervalo de tempo pequeno, podemos dizer que aproximadamente refletiria a velocidade instantânea do tempo entre esses 2 instantes, portanto:

v (t = 1,9) = \dfrac{y_A (t = 1,8) - y_A (t = 2,0)}{2,0 - 1,8} \therefore v = \dfrac{9,83 - 8,25}{0,2} = 5 \cdot 1,58

v (t = 1,9) = 7,90 \, \textrm{m/s}

E a penúltima velocidade:

v (t = 1,7) = \dfrac{y_A (t = 1,6) - y_A (t = 1,8)}{1,8 - 1,6} \therefore v = \dfrac{11,41 - 9,83}{0,2} = 5 \cdot 1,58

v (t = 1,7) = 7,90 \, \textrm{m/s}

Concluímos então que a bola A de fato chegou à velocidade terminal, mas para acharmos os instantes, vamos ver até onde isso vai:

v (t = 1,5) = \dfrac{y_A (t = 1,4) - y_A (t = 1,6)}{1,6 - 1,4} \therefore v = \dfrac{12,97 - 11,41}{0,2} = 5 \cdot 1,56

v (t = 1,5) = 7,80 \, \textrm{m/s}

Assim sabemos que o instante foi entre t = 1,5 \, \textrm{s} e t = 1,7 \, \textrm{s}, e a velocidade terminal é v = 7,90 \, \textrm{m/s}.

(b) Se fizermos a segunda lei de Newton para a partícula, temos:

m_A \, g - bv^2 = m_A \, a

E no caso de ter atingido a sua velocidade terminal, a aceleração é zero, e usando os valores da questão e da prova:

10^{-2} \cdot 10,0 - b \cdot (7,90)^2 = 0 \therefore b = \dfrac{10^{-1}}{7,90^2}

\boxed{b = 1,60 \cdot 10^{-3} \, \textrm{kg/m}}

(c) Para acharmos isso, vamos ver o quanto deveria ter descido uma partícula em queda livre ao final dos 2,0 \, \textrm{s}, e se alguma das bolas desceu a mesma altura neste intervalo, então podemos concluir que ela não foi afetada pela resistência do ar.

Escrevendo a função da altura de uma partícula em queda livre:

\Delta y = -\dfrac{g}{2} t^2 \therefore \Delta y = -\dfrac{10}{2} 2^2

\Delta y = -20 \, \textrm{m}

Como todas as bolas começam em y_0 = 20 \, \textrm{m}, isso significa que para uma bola que não é afetada pela resistência do ar, ela estaria em y = 0 \, \textrm{m}. Concluímos então que a bola C sofre ação desprezível da resistência do ar.

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Gabarito

(a) Sim, entre t = 1,5 \, \textrm{s} e t = 1,7 \, \textrm{s}, \boxed{v = 7,90 \, \textrm{m/s}}

(b) \boxed{b = 1,60 \cdot 10^{-3} \, \textrm{kg/m}}

(c) Sim, Bola C

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Questão 9.

Durante uma experiencia de óptica em um laboratório didático, uma estudante faz a montagem na qual uma vela de 4,00\,\rm{cm} de altura é posicionada entre uma lente convergente e um espelho côncavo, conforme diagrama mostrado na figura. O espelho e a lente têm distâncias focais, respectivamente de 10,0\,\rm{cm} e 30,0\,\rm{cm}. A lente e a vela e a lente são posicionadas, respectivamente, a 15,0\,\rm{cm} e 45,0\,\rm{cm} do espelho.

(a) Determine a posição e a altura da imagem vista pela estudante.

(b) Apresente o esquema com os raios de luz que determinam geometricamente a imagem.

Assunto Abordado

Óptica

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Solução

(a) Inicialmente, vale ressaltar que o estudante verá duas imagens da vela, uma que é formada pelos raios que passam apenas pela lente e outra formada pelos raios que refletem no espelho e passam pela lente. Pelo comando da questão "Determine a posição e a altura da imagem vista pelo estuante" só é pedido as informações de uma imagem, então calcularemos a imagem que os raios foram refletidos pelo espelho e passaram pela lente. (Pois afinal o espelho está ali por um motivo)

 

i) Reflexão dos raios no espelho.

Achando a posição:

\dfrac{1}{p}+\dfrac{1}{p'}=\dfrac{1}{f_E}

\dfrac{1}{15}+\dfrac{1}{p'_1}=\dfrac{1}{10}

\dfrac{1}{p'_1}=\dfrac{1}{10}-\dfrac{1}{15}

\dfrac{1}{p'_1}=\dfrac{1}{30}

p'_1=30\,\rm{cm}

Achando a altura:

\dfrac{y'}{y}=-\dfrac{p'}{p}

\dfrac{y'_1}{4}=-\dfrac{30}{15}

{y'_1}=- 8 \rm{cm}

ii) Imagem final.

Achando a posição:

\dfrac{1}{p}+\dfrac{1}{p'}=\dfrac{1}{f_L}

\dfrac{1}{15}+\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{30}

\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{30}-\dfrac{1}{15}

\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{30}

p'_F=30 \rm{cm}

Achando a altura:

\dfrac{y'}{y}=-\dfrac{p'}{p}

\dfrac{y'_F}{8}=-\dfrac{30}{15}

{y'_1}=-16 \rm{cm}

 

 

Logo, a imagem está a uma distância 30\rm{cm} à direita da lente e altura 16\,cm, porém invertida.

Obs.: A imagem que é formada direto pela lente é

Achando a posição:

\dfrac{1}{p}+\dfrac{1}{p'}=\dfrac{1}{f_L}

\dfrac{1}{15}+\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{10}

\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{10}-\dfrac{1}{15}

\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{30}

p'_F=30\,\rm{cm}

Achando a altura:

\dfrac{y'}{y}=-\dfrac{p'}{p}

\dfrac{y'_F}{4}=-\dfrac{30}{15}

{y'_1}=-8\,\rm{cm}

(b) Para utilizar o esquema de raios usaremos as seguintes propriedades:

Para a lente:

1.Raios paralelos convergem no plano focal.

2.Raios que passam pelo centro óptico não sofrem desvio.

Para o espelho:

1.Raios paralelos convergem no foco.

2.Raios que passam pelo centro óptico desviam com o mesmo angulo de incidência.

Utilizando essas propriedades podemos encontrar as imagens, utilizei o auxílio das imagens encontradas por meio das equações para montar o diagrama de raios.

 

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Gabarito

(a) a imagem está a uma distância 30\rm{cm} à direita da lente e altura 16\,cm.

(b)

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Questão 10.

Considere uma máquina térmica que opera ciclicamente extraindo calor de uma fornalha a 1027 \, ^{\circ} \textrm{C} e um rio que está a 27,0 \, ^{\circ} \textrm{C}. Um estudante de física faz um protótipo usando um gás ideal monoatômico como o subsistema responsável pelas transferências de energia.

O gás ideal está encerrado na câmara de um cilindro ao qual está acoplado um pistão. Quando o pistão é travado o volume do gás é mantido constante. Quando a trava é removida o gás interage com um agente mecânico externo, trocando energia na forma de trabalho com ele, durante sua expansão ou compressão. As paredes do cilindro são condutoras de calor.

A primeira versão do protótipo opera de acordo com o ciclo de quatro etapas:

  1. O cilindro com o pistão travado e o gás com volume V_A = 1,00 \, \textrm{litro}, pressão de 105 \, \textrm{Pa}, e temperatura 20,0 \, ^{\circ} \textrm{C}, é inserido na fornalha. Aguarda-se o equilíbrio térmico.
  2. Com o cilindro na fornalha, remove-se a trava do pistão. O gás se expande, realizando trabalho, até atingir o volume V_B = 2,00 \, \textrm{litros}.
  3. O pistão é travado e transfere-se o cilindro da fornalha para o rio. Aguarda-se o equilíbrio térmico.
  4. Com o cilindro na água, remove-se a trava do pistão. Comprime-se o gás, realizando trabalho sobre ele, até atingir novamente o volume V_A.

(a) Qual o trabalho realizado (saldo da energia mecânica transferida) pelo gás, por ciclo?

(b) Qual a eficiência deste protótipo de máquina térmica?

(c) Qual a máxima eficiência termodinâmica que uma máquina térmica pode ter operando usando a fornalha como fonte quente e o rio como fonte fria?

Assunto abordado

Máquinas Térmicas

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Solução

(a) Para calcularmos este trabalho façamos primeiro o gráfico P \times V do ciclo, e para isso precisamos entender o que acontece em cada processo:

Processo 1

A partícula é aquecida de maneira isobárica (volume constante) de 20 \, ^{\circ} \textrm{C} = 293 \, \textrm{K} para 1027 \, ^{\circ} \textrm{C} = 1300 \, \textrm{K}, portanto calculando a pressão ao final desse processo usando a lei de Gay-Lussac:

\dfrac{T_0}{P_0} = \dfrac{T_Q}{P_1} \Rightarrow \dfrac{293}{1,00 \cdot 10^5} = \dfrac{1300}{P_1} \therefore P_1 = \dfrac{1300 \cdot 10^5}{293}

P_1 \approx 4,44 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}

Processo 2

Agora nós temos uma expansão isotérmica(temperatura constante) de V_A = 1,00 \, \textrm{L} para V_B = 2,00 \, \textrm{L}, portanto calculando a pressão ao final desse processo usando a lei de Charles:

P_1 V_A = P_2 V_B \therefore (4,44 \cdot 10^5) \cdot 1,00 = P_2 \cdot 2,00

P_2 \approx 2,22 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}

Processo 3

Agora temos um esfriamento isobárico, de 1027 \, ^{\circ} \textrm{C} = 1300 \, \textrm{K} para 27 \, ^{\circ} \textrm{C} = 300 \, \textrm{K}, repetindo o processo:

\dfrac{T_Q}{P_2} = \dfrac{T_F}{P_3} \Rightarrow \dfrac{1300}{2,22 \cdot 10^5} = \dfrac{300}{P_3} \therefore P_3 = \dfrac{300 \cdot 10^5}{1300}

P_3 \approx 0,5 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}

Processo 4

Por último, temos uma contração isotérmica de V_B = 2,00 \, \textrm{L} para V_A = 1,00 \, \textrm{L}, e repetindo o processo:

P_3 V_B = P_4 V_A \therefore (0,50 \cdot 10^5) \cdot 2,00 = P_4 \cdot 1,00

P_4 = P_0 = 1,00 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}

E assim desenhamos o seguinte diagrama:

Observação: O ciclo não fecha certinho em 1,00 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa} e ele não passa em exatamente 0,50 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}, mas aproximamos pois a diferença de 7 \, ^{\circ} \textrm{C} entre a temperatura inicial do sistema e a do rio é desprezível e os valores são muito próximos destes.

Para calcularmos o trabalho total gerado por este ciclo, precisamos somente calcular o trabalho da curva do processo 2 e subtrair do trabalho da curva do processo 4, já que não há trabalho realizado nas outras curvas.

Primeiro precisamos calcular nR, o produto do número de mols com a constante dos gases ideais, então usando a lei dos gases ideais no instante inicial, temos:

PV = nRT \therefore (1,00 \cdot 10^5) \cdot (1,00 \cdot 10^{-3}) = nR \cdot 293

nR = \dfrac{100}{293}

Sabendo que o trabalho de um processo isotérmico que vai de um volume V_1 a um volume V_2 vale W = nRT \ln \left( \dfrac{V_2}{V_1} \right), então calculando o trabalho total do ciclo:

W_{total} = W_2 - W_4 = nR T_Q \ln \left( \dfrac{V_B}{V_A} \right) - nR T_Q \ln \left( \dfrac{V_B}{V_A} \right)

W_{total} = \dfrac{100}{293} \cdot 1300 \cdot \ln \left( \dfrac{2,00}{1,00} \right) - \dfrac{100}{293} \cdot 300 \cdot \ln \left( \dfrac{2,00}{1,00} \right)

\boxed{W_{total} = \dfrac{1000}{2,93} \ln 2 \approx 341 \ln 2 \approx 237 \, \textrm{J}}

Observação: Na prova não foi fornecido o valor de \ln 2, portanto deixaremos a resposta com ambos os formatos.

(b) Como a definição de eficiência é \eta = \dfrac{W}{Q_{entra}}, e já calculamos o trabalho, precisamos agora calcular o calor total que entra no sistema. Como os processos de entrada de calor são o 1 e o 2, sabemos que Q_{entra} = Q_2 + Q_1.

Processo 1

No processo 1, temos uma curva isobárica, e portanto Q_1 = \Delta U_1 = \dfrac{3}{2} nR \Delta T, lembremos que o gás é monotômico e por isso sua capacidade térmica molar vale C_V = \dfrac{3}{2} R, assim:

Q_1 = \dfrac{3}{2} nR (T_Q - T_F) = \dfrac{3}{2} \cdot \dfrac{100}{293} \cdot (1300 - 300) = \dfrac{1500}{2,93}

Q_1 \approx 512 \, \textrm{J}

Processo 2

No processo 2, temos uma curva isotérmica, e portanto Q_2 = W_2, e como já vimos o quanto vale W_2, temos:

Q_2 = nR T_Q \ln \left( \dfrac{V_B}{V_A} \right) = \dfrac{100}{293} \cdot 1300 \cdot \ln \left( \dfrac{2,00}{1,00} \right) = \dfrac{1300}{2,93} \ln 2

Q_2 \approx 444 \ln 2 = 308 \, \textrm{J}

Agora, com tudo em mãos vamos calcular a eficiência:

\eta = \dfrac{237}{308 + 512}

\boxed{\eta \approx 29 \%}

(c) Como sabemos, a eficiência máxima de uma máquina térmica, é a eficiência de uma máquina de Carnot, que vale:

\eta_{Carnot} = 1 - \dfrac{T_F}{T_Q}

Usando T_F que é a temperatura fria, como sendo a do rio, e T_Q, a temperatura quente, como sendo a da fornalha, temos:

\eta_{max} = 1 - \dfrac{300}{1300}

\boxed{\eta_{max} \approx 77 \%}

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Gabarito

(a) \boxed{W_{total} = \dfrac{1000}{2,93} \ln 2 \approx 341 \ln 2 \approx 237 \, \textrm{J}}

(b) \boxed{\eta \approx 29 \%}

(c) \boxed{\eta_{max} \approx 77 \%}

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Questão 11.

Considere uma bancada horizontal de um laboratório didático na qual foi fixado um semicilindro rígido de raio r. Uma pequena esfera de massa m está conectada ao
semicilindro por um fio de massa desprezível e comprimento L = \pi r, conforme a figura. Inicialmente, com \theta = 0, o fio é vertical e tangencia o semicilindro. Determine o menor valor da intensidade da velocidade inicial da esfera, v_0 = |v_0|, para que a esfera atinja a configuração com \theta = 135?
com o fio tensionado.

Assunto abordado

Dinâmica/Estática

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Solução

Como a tração é sempre perpendicular à trajetória da massa, não há trabalho sendo realizado na massa, então a energia é conservada.

Denotaremos o comprimento do trecho da corda que NÃO está enrolado por l, que é dado pela subtração do comprimento do trecho enrolado da corda (r\theta) do comprimento total da corda (L): l=L-r\theta.

A energia potencial da massa em função de \theta é dada por:

E_g=-mgh=-mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))

A energia cinética da massa é dada por

E_c=\frac{1}{2}mv^2

Onde v é a velocidade da massa

Assim, a energia total é dada por

E=\frac{1}{2}mv^2- mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))

Por conservação de energia, essa energia deve ser igual á energia inicial (E_0), que é:

E_0=\frac{1}{2}mv_0^2-mgL

Então:

\frac{1}{2}mv^2- mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))= \frac{1}{2}mv_0^2-mgL

 

A resultante centrípeta é:

F_cp=T-mgcos(\theta)=\frac{mv^2}{l} \rightarrow \frac{1}{2}mv^2=\frac{l}{2}l(T-mgcos(\theta))

Substituindo essa igualdade na equação da conservação de energia, temos que:

\frac{l}{2}l(T-mgcos(\theta))- mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))= \frac{1}{2}mv_0^2-mgL

T=mgcos(\theta)+\frac{2}{l}(\frac{1}{2}mv_0^2-mgL+mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))

Quando \theta  é igual a 135 graus (ou \frac{3\pi}{4} radianos), temos

 T_{(\frac{3\pi}{4})}=mgcos(\frac{3\pi}{4})+\frac{2}{l}(\frac{1}{2}(mv_0^2-mgL)+ mg(rsen(\frac{3\pi}{4})+lcos(\frac{3\pi}{4}))

Como, nesse instante, o fio deve estar tensionado, T data-recalc-dims=0" />.

Assim, mgcos(\frac{3\pi}{4})+\frac{2}{l}(\frac{1}{2}(mv_0^2-mgL)+ mg(rsen(\frac{3\pi}{4})+lcos(\frac{3\pi}{4})) data-recalc-dims=0" />

Substituindo l por L-r\theta=L-r\frac{3\pi}{4} (como foi dito no ínicio da solução):

mgcos(\frac{3\pi}{4})+\frac{2}{ L-r\frac{3\pi}{4} }(\frac{1}{2}mv_0^2-mgL+ mg(rsen(\frac{3\pi}{4})+( L-r\frac{3\pi}{4})cos(\frac{3\pi}{4})) data-recalc-dims=0" />

Usando que cos(\frac{3\pi}{4})=-0,7, sen(\frac{3\pi}{4})=0,7, g=10 \frac{m}{s^2} e L=r\pi, obteremos que:

\boxed{v_0=7,86\sqrt{r}}

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Gabarito

\boxed{v_0=7,86\sqrt{r}}

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Questão 12.

O ponto A da figura ao lado representa uma ambulância que se desloca com velocidade constante de módulo v_0 = 120 \, \textrm{km/h}. No instante em que ela começa a atravessar uma praça quadrada, de lados 100 \, \textrm{m}, sua sirene de 1000 \, \textrm{Hz} é ligada. Assim que a ambulância cruza a praça, a sirene é desligada. Nos pontos B e C estão situados dois observadores. Desconsidere a largura das ruas e suponha que o som da sirene se propaga isotropicamente.

 

(a) Determine, para cada observador (B e C), a maior e menor frequência sonora com que ouvem o som da sirene.

(b) Sejam f_B e f_C as frequências da ambulância percebidas por B e C. No mesmo plano cartesiano, faça gráficos de f_B e f_C em função do tempo t. Use o eixo horizontal para t. Adote t = 0 como o instante em que a ambulância liga as sirenes.

Assunto abordado

Efeito Doppler

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Solução

(a) Para o observador B, nós temos que a ambulância se aproxima dele, e assim que o cruza, ela desliga sua buzina, e assim nós temos que considerar o efeito doppler da aproximação, e depois a frequência normal no momento que ela passa por ele. Lembrando que a fórmula para o efeito Doppler é:

f = \dfrac{v_S + v_O}{v_S + v_F} f_0

Onde v_S é a velocidade do som, v_O a velocidade do observador e v_F a velocidade da fonte, o sentido adotado é positivo do observador para a fonte. Assim sendo a frequência percebida por B quando a ambulância se aproxima é: (Lembrem de converter a velocidade da ambulância de 120 \, \textrm{km/h} para \dfrac{100}{3} \, \textrm{m/s})

f_{B,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0} f_0 = \dfrac{340}{340 - \dfrac{100}{3}} 1000

\boxed{f_{B,max} \approx 1109 \, \textrm{Hz}}

E a frequência mínima é quando a ambulância cruza ele, assim tendo uma velocidade perpendicular a ele, que não constitui como uma aproximação ou afastamento de B, assim:

\boxed{f_{B,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}}

Para o observador C, nós vamos ter algo quase igual, mas agora devemos ter um cuidado com o ângulo de aproximação.

A verdadeira velocidade de aproximação é v_0 \cos \theta e não v_0, pois a componente perpendicular a reta que liga a ambulância A ao observador C não importa para o efeito Doppler. Podemos ver que a velocidade fica cada vez mais perpendicular a esta reta, e portanto a velocidade máxima de aproximação é no instante inicial, quando \theta = 45 \, ^{\circ}. Após isto nós teremos um momento onde a velocidade estará totalmente perpendicular (quando a ambulância cruza a praça), e estes serão os momentos de máximo e mínimo, respectivamente. Portanto:

f_{C,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \cos \theta} f_0 = \dfrac{340}{340 - \dfrac{100}{3} \cos 45 \, ^{\circ}} 1000

\boxed{f_{C,max} \approx 1074 \, \textrm{Hz}}

E a mínima:

\boxed{f_{C,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}}

(b) A frequência percebida pelo observador B em função do tempo é fácil de ver que será a máxima até o instante final, onde será a mínima, mas para termos uma ideia de como deve ser a frequência percebida pelo observador C em função do tempo, vamos escrever \cos \theta em função do tempo.

\cos \theta = \dfrac{x}{\sqrt{L^2 + x^2}}

Mas como a ambulância realiza um movimento retilíneo uniforme partindo da ponta oposta a C, temos que x = L - v_0 t, assim:

\cos \theta = \dfrac{L - v_0 t}{\sqrt{L^2 + (L - v_0 t)^2}}

Colocando isso na equação da frequência percebida por B:

f_{C,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \cos \theta} f_0 = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \dfrac{L - v_0 t}{\sqrt{L^2 + (L - v_0 t)^2}}} f_0

Substituindo os valores numéricos e fazendo o gráfico de ambas as frequências chegamos em:

Mas sendo razoáveis, podemos entender que não era esperado do aluno que fosse feito um gráfico perfeito de tal curva, portanto durante a prova, acreditamos que o esperado era apenas uma curva como essa, que podia ser encontrada fazendo uma reta ligando do ponto máximo ao ponto mínimo de C e dela, fazer uma curva muito suave com concavidade para baixo, como a do gráfico.

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Gabarito

(a) \boxed{f_{B,max} \approx 1109 \, \textrm{Hz}} e \boxed{f_{B,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}} para o observador B.

\boxed{f_{C,max} \approx 1074 \, \textrm{Hz}} e \boxed{f_{C,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}} para o observador C.

(b)

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