Terceira Fase (Nível 3)

Escrito por Akira Ito, Matheus Felipe R. Borges, Lucas Tavares, Alex Carneiro, Pedro Tsuchie, João Gabriel Pepato, Gabriel Hemétrio, Paulo Henrique

Você pode acessar a prova clicando aqui e o seu gabarito oficial clicando aqui.

Questão 1.

Três bolas de brinquedo, A, B, C, de mesmo raio e massas diferentes são abandonadas, em t = 0 \, \textrm{s}, da janela de um prédio, localizada 20 \, \textrm{m} acima de um pátio vazio no piso térreo. A tabela ao lado mostra a altura aproximada das bolas em função do tempo t.

As bolas estão sob a ação da força gravitacional (peso) e da força de resistência do ar, ou força de arrasto, \vec{F}_{ar}. Essa força é oposta ao movimento do corpo e sua intensidade é dada por F_{ar} = bv^2, onde v é o módulo da velocidade do corpo em relação ao ar e b é uma constante positiva que depende da geometria do corpo e da densidade do ar.

A ação de \vec{F}_{ar} pode ser desprezada devido, entre outros, à combinação dos seguintes fatores: (1) velocidade suficientemente baixa e (2) corpo suficientemente massivo.

(a) Todos os corpos em queda no ar, depois de um intervalo de tempo suficientemente longo, se movem com velocidade constante, chamada velocidade terminal. Qual a bola mais leve? Ela já atingiu a velocidade terminal? Quando (aproximadamente)? Qual seu valor?

(b) A ação de F_{ar} durante toda a queda é desprezível para alguma bola? Qual? Justifique.

(c) Sejam m_3  data-recalc-dims= m_2 > m_1" /> as massas das bolas. Estime a razão m_2 / m_1.

(d) É possível estimar a razão m_3 / m_1? Por quê?

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

(a) A bola mais leve é a A, pois se observamos as posições das 3, fica claro que A foi a bola que teve o movimento mais atrapalhado por ter chegado menos longe que as outras no mesmo intervalo de tempo, e como a aceleração da partícula depende da geometria (que é igual), da densidade do ar (que é a mesma), da velocidade (que começa igual) e da massa, sabemos então que este tem que ser o fator decisivo e portanto A é a mais leve.

Agora que esclarecemos que estamos falando da bola A, para sabermos se ela chegou na velocidade terminal ou não, precisamos calcular as 2 últimas velocidades dela, não é um movimento que poderíamos achar sua velocidade por ser de certa complexidade matemática, mas podemos estimar a sua velocidade com alguma precisão. Para isso, iremos pegar 2 instantes de posição e iremos calcular a velocidade “média”  entre esses 2 instantes, que por ter um intervalo de tempo pequeno, podemos dizer que aproximadamente refletiria a velocidade instantânea do tempo entre esses 2 instantes, portanto:

v_A (t = 1,9) = \dfrac{y_A (t = 1,8) - y_A (t = 2,0)}{2,0 - 1,8} \therefore v_A = \dfrac{9,83 - 8,25}{0,2} = 5 \cdot 1,58

v_A (t = 1,9) = 7,90 \, \textrm{m/s}

E a penúltima velocidade:

v_A (t = 1,7) = \dfrac{y_A (t = 1,6) - y_A (t = 1,8)}{1,8 - 1,6} \therefore v_A = \dfrac{11,41 - 9,83}{0,2} = 5 \cdot 1,58

v_A (t = 1,7) = 7,90 \, \textrm{m/s}

Concluímos então que a bola A de fato chegou à velocidade terminal, mas para acharmos os instantes, vamos ver até onde isso vai:

v_A (t = 1,5) = \dfrac{y_A (t = 1,4) - y_A (t = 1,6)}{1,6 - 1,4} \therefore v_A = \dfrac{12,97 - 11,41}{0,2} = 5 \cdot 1,56

v_A (t = 1,7) = 7,80 \, \textrm{m/s}

Assim sabemos que o instante foi entre t = 1,5 \, \textrm{s} e t = 1,7 \, \textrm{s}, e a velocidade terminal é v = 7,90 \, \textrm{m/s}.

(b) Para acharmos isso, vamos ver o quanto deveria ter descido uma partícula em queda livre ao final dos 2,0 \, \textrm{s}, e se alguma das bolas desceu a mesma altura neste intervalo, então podemos concluir que ela não foi afetada pela resistência do ar.

Escrevendo a função da altura de uma partícula em queda livre:

\Delta y = -\dfrac{g}{2} t^2 \therefore \Delta y = -\dfrac{10}{2} 2^2

\Delta y = -20 \, \textrm{m}

Como todas as bolas começam em y_0 = 20 \, \textrm{m}, isso significa que para uma bola que não é afetada pela resistência do ar, ela estaria em y = 0 \, \textrm{m}. Concluímos então que a bola C sofre ação desprezível da resistência do ar.

(c) Devemos estimar o \dfrac{m}{b} para cada esfera, começando com a bola A (a massa m_1 deve ser a dela pois é a mais leve):

Bola A

Já que sabemos a sua velocidade terminal podemos escrever a segunda lei de Newton:

m_A \, g - bv^2 = m_A \, a

E no caso de ter atingido a sua velocidade terminal, a aceleração é zero, e usando os valores da questão e da prova:

m_A \cdot 10,0 - b \cdot (7,90)^2 = 0 \therefore \dfrac{m_A}{b} = \dfrac{7,90^2}{10}

\dfrac{m_A}{b} = 6,24

Usando o mesmo argumento do item (a), sabemos que a bola C tem que ser a mais pesada por ter sido a que se deslocou mais longe do grupo, portanto a massa m_2 deve ser a massa da bola B.

Bola B

Agora para bola B, é um pouco mais complicado, vamos começar calculando as 2 últimas velocidades dela, conforme fizemos para a bola A:

v_B (t = 1,9) = \dfrac{y_B (t = 1,8) - y_B (t = 2,0)}{2,0 - 1,8} \therefore v_B = \dfrac{5,89 - 3,04}{0,2} = 5 \cdot 2,85

v_B (t = 1,9) = 14,25 \, \textrm{m/s}

v_B (t = 1,7) = \dfrac{y_B (t = 1,6) - y_B (t = 1,8)}{1,8 - 1,6} \therefore v_B = \dfrac{8,56 - 5,89}{0,2} = 5 \cdot 2,67

v_B (t = 1,7) = 13,35 \, \textrm{m/s}

Como ela não atinge a velocidade terminal, teremos que tentar estimar a aceleração de outra maneira. Para fazer isso precisamos novamente usar a segunda lei de Newton, mas como não temos uma velocidade terminal com aceleração zero, precisamos de uma aceleração e uma velocidade, portanto primeiro vamos calcular a aceleração média entre essas 2 velocidades:

a_B (t = 1,8) = \dfrac{v_B (t = 1,9) - v_B (t = 1,7)}{1,9 - 1,7} \therefore a_B = \dfrac{14,25 - 13,35}{0,2} = 5 \cdot 0,90

a_B (t = 1,8) = 4,50 \, \textrm{m/s}^2

Note que como a velocidade está variando menos nesses instantes, o erro dessa aceleração é menor. E agora para calcular a velocidade, façamos a média entre elas:

v_B (t = 1,8) = \dfrac{v_B (t = 1,9) + v_B (t = 1,7)}{2} \therefore v_B \dfrac{14,25 + 13,35}{2}

v_B (t = 1,8) = 13,80 \, \textrm{m/s}

Assim, novamente escrevendo a segunda lei de Newton:

m_B \, g - bv^2 = m_B \, a

Usando nossos dados:

m_B \cdot 10,0 - b \cdot (13,80)^2 = m_B \cdot 4,50 \therefore \dfrac{m_B}{b} = \dfrac{13,80^2}{5,50}

\dfrac{m_B}{b} \approx 34,6

Assim, temos que:

m_2 / m_1 = m_B / m_A \Rightarrow \dfrac{m_2}{m_1} = \dfrac{\dfrac{m_B}{b}}{\dfrac{m_A}{b}} = \dfrac{34,6}{6,24}

\boxed{\dfrac{m_2}{m_1} \approx 5,54}

(d) Não, pois como a bola C, que possui a massa m_3, não sofre nenhuma interferência da resistência do ar, seu movimento independe do valor numérico da sua massa, e portanto não temos como estimar uma relação de sua massa com outra.

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Gabarito

(a) Bola mais leve: C, Sim, entre t = 1,5 \, \textrm{s} e t = 1,7 \, \textrm{s}, \boxed{v = 7,90 \, \textrm{m/s}}

(b) Sim, Bola C

(c) \boxed{\dfrac{m_2}{m_1} \approx 5,54}

(d) Não, pois não sofre nenhuma ação da resistência do ar.

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Questão 2.

Um carro está estacionado em um plano inclinado de ângulo θ = 30◦. Para se assegurar que não deslize,
foram colocados calços sob as rodas, conforme esquema na figura. O calço, que está fixo no plano inclinado, forma
ângulo α com ele. Considere uma roda em equilíbrio estático no qual atua uma força F de intensidade de 6000 N. Essa força, aplicada no eixo da roda, corresponde à resultante da carga do carro mais o peso da própria roda. Desconsidere as forças de atrito. Determine N_P e N_C, respectivamente, as intensidades das forças que o plano inclinado e o calço exercem na roda, nos seguintes casos:
(a) α = 45◦
(b) α = 60◦

Assunto abordado

Dinâmica/Estática

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Solução

As forças atuantes na roda são:

Agora, temos que decompor as forças em suas componentes paralelas e perpendiculares ao plano. Para deixar a imagem menos poluídas, representaremos apenas as forças e os ângulos:

OBS: Se você está com dificuldade em entender como o ângulo entre a força N_C e a direção perpendicular foi calculado, observe a representação a seguir:

Agora, basta decompormos as forças, calcularmos as forças resultantes em cada direção, igualando-as a 0.

A força resultante na direção paralela ao plano é:

N_Csen(\alpha)-Fsen(\theta)=0

A força resultante na direção perpendicular ao plano é:

N_P+N_Ccos(\alpha)-Fcos(\theta)=0.

Resolvendo esse sistema, temos que:

N_C=F\frac{sen(\theta)}{sen(\alpha)}

N_P=F(cos(\theta)-\frac{sen(\theta)}{tg(\alpha)})

Substituindo o valor de \theta e os respectivos valores de \alpha, obtemos os seguintes valores:

a) N_C=4285,7, N_P=2100N

b) N_C=3.529,4 0N, N_P=3.335,3N

OBS: No item b), os valores N_C e N_P estão diferentes porque usamos a aproximação de \sqrt{3} dada pela prova. Se usassemos o valor exato, obteríamos que, no item b), tanto N_C quanto N_P são iguais a 3.464,10N.

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Gabarito

a) N_C=4285,7, N_P=2100N, b) N_C=3.529,4 0N, N_P=3.335,3N

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Questão 3.

Considere uma bancada horizontal de um laboratório didático na qual foi fixado um semicilindro rígido de raio r. Uma pequena esfera de massa m está conectada ao
semicilindro por um fio de massa desprezível e comprimento L = πr, conforme a gura. Inicialmente, com θ = 0, o fio é vertical e tangencia o semicilindro. Determine o menor valor da intensidade da velocidade inicial da esfera, v0 = |v0|, para que a esfera atinja a configuração com θ = 135◦
com o fio tensionado.

Assunto abordado

Dinâmica/Estática

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Solução

Como a tração é sempre perpendicular à trajetória da massa, não há trabalho sendo realizado na massa, então a energia é conservada.

Denotaremos o comprimento do trecho da corda que NÃO está enrolado por l, que é dado pela subtração do comprimento do trecho enrolado da corda (r\theta) do comprimento total da corda (L): l=L-r\theta.

A energia potencial da massa em função de \theta é dada por:

E_g=-mgh=-mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))

A energia cinética da massa é dada por

E_c=\frac{1}{2}mv^2

Onde v é a velocidade da massa

Assim, a energia total é dada por

E=\frac{1}{2}mv^2- mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))

Por conservação de energia, essa energia deve ser igual á energia inicial (E_0), que é:
E_0=\frac{1}{2}mv_0^2-mgL

Então:

\frac{1}{2}mv^2- mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))= \frac{1}{2}mv_0^2-mgL

 

A resultante centrípeta é:

F_cp=T-mgcos(\theta)=\frac{mv^2}{l} \rightarrow \frac{1}{2}mv^2=\frac{l}{2}l(T-mgcos(\theta))

Substituindo essa igualdade na equação da conservação de energia, temos que:

\frac{l}{2}l(T-mgcos(\theta))- mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))= \frac{1}{2}mv_0^2-mgL \rightarrow T=mgcos(\theta)+\frac{2}{l}(\frac{1}{2}mv_0^2-mgL+mg(rsen(\theta)+lcos(\theta))

Quando \theta  é igual a 135 graus (ou \frac{3\pi}{4} radianos), temos

 T_{(\frac{3\pi}{4})}=mgcos(\frac{3\pi}{4})+\frac{2}{l}(\frac{1}{2}(mv_0^2-mgL)+ mg(rsen(\frac{3\pi}{4})+lcos(\frac{3\pi}{4}))

Como, nesse instante, o fio deve estar tensionado, T data-recalc-dims=0" />.

Assim, mgcos(\frac{3\pi}{4})+\frac{2}{l}(\frac{1}{2}(mv_0^2-mgL)+ mg(rsen(\frac{3\pi}{4})+lcos(\frac{3\pi}{4})) data-recalc-dims=0" />

Substituindo l por L-r\theta=L-r\frac{3\pi}{4} (como foi dito no ínicio da solução):

mgcos(\frac{3\pi}{4})+\frac{2}{ L-r\frac{3\pi}{4} }(\frac{1}{2}mv_0^2-mgL+ mg(rsen(\frac{3\pi}{4})+( L-r\frac{3\pi}{4})cos(\frac{3\pi}{4})) data-recalc-dims=0" />

Usando que cos(\frac{3\pi}{4})=-0,7, sen(\frac{3\pi}{4})=0,7, g=10 \frac{m}{s^2} e L=r\pi, obteremos que:

v_0=7,86\sqrt{r}

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Gabarito

v_0=7,86\sqrt{r}

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Questão 4.

Considere uma máquina térmica que opera ciclicamente extraindo calor de uma fornalha a 1027 \, ^{\circ} \textrm{C} e um rio que está a 27,0 \, ^{\circ} \textrm{C}. Um estudante de física faz um protótipo usando um gás ideal monoatômico como o subsistema responsável pelas transferências de energia.

O gás ideal está encerrado na câmara de um cilindro ao qual está acoplado um pistão. Quando o pistão é travado o volume do gás é mantido constante. Quando a trava é removida o gás interage com um agente mecânico externo, trocando energia na forma de trabalho com ele, durante sua expansão ou compressão. As paredes do cilindro são condutoras de calor.

A primeira versão do protótipo opera de acordo com o ciclo de quatro etapas:

  1. O cilindro com o pistão travado e o gás com volume V_A = 1,00 \, \textrm{litro}, pressão de 105 \, \textrm{Pa}, e temperatura 20,0 \, ^{\circ} \textrm{C}, é inserido na fornalha. Aguarda-se o equilíbrio térmico.
  2. Com o cilindro na fornalha, remove-se a trava do pistão. O gás se expande, realizando trabalho, até atingir o volume V_B = 2,00 \, \textrm{litros}.
  3. O pistão é travado e transfere-se o cilindro da fornalha para o rio. Aguarda-se o equilíbrio térmico.
  4. Com o cilindro na água, remove-se a trava do pistão. Comprime-se o gás, realizando trabalho sobre ele, até atingir novamente o volume V_A.

(a) Qual o trabalho realizado (saldo da energia mecânica transferida) pelo gás, por ciclo?

(b) Qual a eficiência deste protótipo de máquina térmica?

(c) Qual a máxima eficiência termodinâmica que uma máquina térmica pode ter operando usando a fornalha como fonte quente e o rio como fonte fria?

Assunto abordado

Máquinas Térmicas

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Solução

(a) Para calcularmos este trabalho façamos primeiro o gráfico P \times V do ciclo, e para isso precisamos entender o que acontece em cada processo:

Processo 1

A partícula é aquecida de maneira isobárica (volume constante) de 20 \, ^{\circ} \textrm{C} = 293 \, \textrm{K} para 1027 \, ^{\circ} \textrm{C} = 1300 \, \textrm{K}, portanto calculando a pressão ao final desse processo usando a lei de Gay-Lussac:

\dfrac{T_0}{P_0} = \dfrac{T_Q}{P_1} \Rightarrow \dfrac{293}{1,00 \cdot 10^5} = \dfrac{1300}{P_1} \therefore P_1 = \dfrac{1300 \cdot 10^5}{293}

P_1 \approx 4,44 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}

Processo 2

Agora nós temos uma expansão isotérmica(temperatura constante) de V_A = 1,00 \, \textrm{L} para V_B = 2,00 \, \textrm{L}, portanto calculando a pressão ao final desse processo usando a lei de Charles:

P_1 V_A = P_2 V_B \therefore (4,44 \cdot 10^5) \cdot 1,00 = P_2 \cdot 2,00

P_2 \approx 2,22 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}

Processo 3

Agora temos um esfriamento isobárico, de 1027 \, ^{\circ} \textrm{C} = 1300 \, \textrm{K} para 27 \, ^{\circ} \textrm{C} = 300 \, \textrm{K}, repetindo o processo:

\dfrac{T_Q}{P_2} = \dfrac{T_F}{P_3} \Rightarrow \dfrac{1300}{2,22 \cdot 10^5} = \dfrac{300}{P_3} \therefore P_3 = \dfrac{300 \cdot 10^5}{1300}

P_3 \approx 0,5 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}

Processo 4

Por último, temos uma contração isotérmica de V_B = 2,00 \, \textrm{L} para V_A = 1,00 \, \textrm{L}, e repetindo o processo:

P_3 V_B = P_4 V_A \therefore (0,50 \cdot 10^5) \cdot 2,00 = P_4 \cdot 1,00

P_4 = P_0 = 1,00 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}

E assim desenhamos o seguinte diagrama:

Observação: O ciclo não fecha certinho em 1,00 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa} e ele não passa em exatamente 0,50 \cdot 10^5 \, \textrm{Pa}, mas aproximamos pois a diferença de 7 \, ^{\circ} \textrm{C} entre a temperatura inicial do sistema e a do rio é desprezível e os valores são muito próximos destes.

Para calcularmos o trabalho total gerado por este ciclo, precisamos somente calcular o trabalho da curva do processo 2 e subtrair do trabalho da curva do processo 4, já que não há trabalho realizado nas outras curvas.

Primeiro precisamos calcular nR, o produto do número de mols com a constante dos gases ideais, então usando a lei dos gases ideais no instante inicial, temos:

PV = nRT \therefore (1,00 \cdot 10^5) \cdot (1,00 \cdot 10^{-3}) = nR \cdot 293

nR = \dfrac{100}{293}

Sabendo que o trabalho de um processo isotérmico que vai de um volume V_1 a um volume V_2 vale W = nRT \ln \left( \dfrac{V_2}{V_1} \right), então calculando o trabalho total do ciclo:

W_{total} = W_2 - W_4 = nR T_Q \ln \left( \dfrac{V_B}{V_A} \right) - nR T_Q \ln \left( \dfrac{V_B}{V_A} \right)

W_{total} = \dfrac{100}{293} \cdot 1300 \cdot \ln \left( \dfrac{2,00}{1,00} \right) - \dfrac{100}{293} \cdot 300 \cdot \ln \left( \dfrac{2,00}{1,00} \right)

\boxed{W_{total} = \dfrac{1000}{2,93} \ln 2 \approx 341 \ln 2 \approx 237 \, \textrm{J}}

Observação: Na prova não foi fornecido o valor de \ln 2, portanto deixaremos a resposta com ambos os formatos.

(b) Como a definição de eficiência é \eta = \dfrac{W}{Q_{entra}}, e já calculamos o trabalho, precisamos agora calcular o calor total que entra no sistema. Como os processos de entrada de calor são o 1 e o 2, sabemos que Q_{entra} = Q_2 + Q_1.

Processo 1

No processo 1, temos uma curva isobárica, e portanto Q_1 = \Delta U_1 = \dfrac{3}{2} nR \Delta T, lembremos que o gás é monotômico e por isso sua capacidade térmica molar vale C_V = \dfrac{3}{2} R, assim:

Q_1 = \dfrac{3}{2} nR (T_Q - T_F) = \dfrac{3}{2} \cdot \dfrac{100}{293} \cdot (1300 - 300) = \dfrac{1500}{2,93}

Q_1 \approx 512 \, \textrm{J}

Processo 2

No processo 2, temos uma curva isotérmica, e portanto Q_2 = W_2, e como já vimos o quanto vale W_2, temos:

Q_2 = nR T_Q \ln \left( \dfrac{V_B}{V_A} \right) = \dfrac{100}{293} \cdot 1300 \cdot \ln \left( \dfrac{2,00}{1,00} \right) = \dfrac{1300}{2,93} \ln 2

Q_2 \approx 444 \ln 2 = 308 \, \textrm{J}

Agora, com tudo em mãos vamos calcular a eficiência:

\eta = \dfrac{237}{308 + 512}

\boxed{\eta \approx 29 \%}

(c) Como sabemos, a eficiência máxima de uma máquina térmica, é a eficiência de uma máquina de Carnot, que vale:

\eta_{Carnot} = 1 - \dfrac{T_F}{T_Q}

Usando T_F que é a temperatura fria, como sendo a do rio, e T_Q, a temperatura quente, como sendo a da fornalha, temos:

\eta_{max} = 1 - \dfrac{300}{1300}

\boxed{\eta_{max} \approx 77 \%}

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Gabarito

(a) \boxed{W_{total} = \dfrac{1000}{2,93} \ln 2 \approx 341 \ln 2 \approx 237 \, \textrm{J}}

(b) \boxed{\eta \approx 29 \%}

(c) \boxed{\eta_{max} \approx 77 \%}

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Questão 5.

Durante uma experiencia de óptica em um laboratório didático, uma estudante faz a montagem na qual uma vela de 4,00\,\rm{cm} de altura é posicionada entre uma lente convergente e um espelho côncavo, conforme diagrama mostrado na figura. O espelho e a lente têm distâncias focais, respectivamente de 10,0\,\rm{cm} e 30,0\,\rm{cm}. A lente e a vela e a lente são posicionadas, respectivamente, a 15,0\,\rm{cm} e 45,0\,\rm{cm} do espelho.

(a) Determine a posição e a altura da imagem vista pela estudante.

(b) Apresente o esquema com os raios de luz que determinam geometricamente a imagem.

Assunto Abordado

Óptica

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Solução

(a) Inicialmente, vale ressaltar que o estudante verá duas imagens da vela, uma que é formada pelos raios que passam apenas pela lente e outra formada pelos raios que refletem no espelho e passam pela lente. Pelo comando da questão "Determine a posição e a altura da imagem vista pelo estuante" só é pedido as informações de uma imagem, então calcularemos a imagem que os raios foram refletidos pelo espelho e passaram pela lente. (Pois afinal o espelho está ali por um motivo)

 

i) Reflexão dos raios no espelho.

Achando a posição:

\dfrac{1}{p}+\dfrac{1}{p'}=\dfrac{1}{f_E}

\dfrac{1}{15}+\dfrac{1}{p'_1}=\dfrac{1}{10}

\dfrac{1}{p'_1}=\dfrac{1}{10}-\dfrac{1}{15}

\dfrac{1}{p'_1}=\dfrac{1}{30}

p'_1=30\,\rm{cm}

Achando a altura:

\dfrac{y'}{y}=-\dfrac{p'}{p}

\dfrac{y'_1}{4}=-\dfrac{30}{15}

{y'_1}=- 8 \rm{cm}

ii) Imagem final.

Achando a posição:

\dfrac{1}{p}+\dfrac{1}{p'}=\dfrac{1}{f_L}

\dfrac{1}{15}+\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{30}

\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{30}-\dfrac{1}{15}

\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{30}

p'_F=30 \rm{cm}

Achando a altura:

\dfrac{y'}{y}=-\dfrac{p'}{p}

\dfrac{y'_F}{8}=-\dfrac{30}{15}

{y'_1}=-16 \rm{cm}

 

 

Logo, a imagem está a uma distância 30\rm{cm} à direita da lente e altura 16\,cm, porém invertida.

Obs.: A imagem que é formada direto pela lente é

Achando a posição:

\dfrac{1}{p}+\dfrac{1}{p'}=\dfrac{1}{f_L}

\dfrac{1}{15}+\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{10}

\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{10}-\dfrac{1}{15}

\dfrac{1}{p'_F}=\dfrac{1}{30}

p'_F=30\,\rm{cm}

Achando a altura:

\dfrac{y'}{y}=-\dfrac{p'}{p}

\dfrac{y'_F}{4}=-\dfrac{30}{15}

{y'_1}=-8\,\rm{cm}

(b) Para utilizar o esquema de raios usaremos as seguintes propriedades:

Para a lente:

1.Raios paralelos convergem no plano focal.

2.Raios que passam pelo centro óptico não sofrem desvio.

Para o espelho:

1.Raios paralelos convergem no foco.

2.Raios que passam pelo centro óptico desviam com o mesmo angulo de incidência.

Utilizando essas propriedades podemos encontrar as imagens, utilizei o auxílio das imagens encontradas por meio das equações para montar o diagrama de raios.

 

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Gabarito

(a) a imagem está a uma distância 30\rm{cm} à direita da lente e altura 16\,cm.

(b)

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Questão 6.

No início do século XX, principalmente depois da descoberta da equivalência entre massa e energia por Einstein, foram propostos modelos nos quais a massa do elétron era devida apenas à atração eletrostática. Considere que o elétron é formado por três partículas com massas desprezíveis (quando distantes) e cargas iguais a q=?e/3. Dados, aproximadamente, massa do elétron m=9,0\times10^{?31}\,\rm{kg} e carga elementar e=1,6\times10^{?19} \,\rm{C}, determine:

(a) A energia W necessária para aproximar as três partículas, inicialmente afastadas, até uma
distância d uma da outra.

(b) Desconsiderando a interação necessária para manter as partículas próximas, qual seria o valor de d segundo esses modelos do início do século XX?

(c) Qual seria o valor do raio do elétron dessa proposta?

Assunto Abordado

Eletroestática

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Solução

(a)

Para encontrar o trabalho necessário para juntar as três partículas basta encontrar a energia de interação entre as partículas duas a duas.

W=E_{1-2}+E_{1-3}+E_{2-3}

W=\dfrac{k(-e/3)(-e/3)}{d}+\dfrac{k(-e/3)(-e/3)}{d}+\dfrac{k(-e/3)(-e/3)}{d}

W=3\dfrac{k(e/3)^2}{d}

\boxed{W=\dfrac{ke^2}{3d}}

(b) A energia encontrada anteriormente pode ser relacionada com a expressão da energia de Einstein para a energia de repouso da partícula. Não é necessário considerar a energia de repouso de cada partícula unicamente, por ser dito no enunciado que elas têm massa desprezível.

mc^2=W

mc^2=\dfrac{ke^2}{3d}

d=\dfrac{ke^2}{3mc^2}

Substituindo os valores k=9\times 10^9 \,\rm{N}\,\rm{m}^2\,\rm{C}^{-2} (dado na folha de dados), e=1,6\times10^{-19}\,\rm{C}, m=9\times10^{-31}\,\rm{kg} e c=3\times10^8\,\rm{m}/\rm{s} encontramos

\boxed{d\cong 9,5\times 10^{-16} \,\rm{m}}

(c) Para encontrarmos o raio do elétron, consideraremos as partículas pontuais, assim, o raio será o raio do círculo circunscrito ao triangulo formado pelas três partículas.

2R\cos{30^{\circ}}=d

R\sqrt{3}=d

R=\dfrac{d}{\sqrt{3}}

R\cong\dfrac{d}{1,7}

\boxed{R\cong5,6\times10^{-16}\,\rm{m}}

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Gabarito

(a){W=\dfrac{ke^2}{3d}}

(b) d\cong 9,5\times 10^{-16} \,\rm{m}

(c) R\cong5,6\times10^{-16}\,\rm{m}

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Questão 7.

Uma espira quadrada de aresta a e resistância r está na presença de um campo magnético uniforme \vec{B} de direção perpendicular ao plano da espira, sentido saindo do plano do papel e cuja intensidade B aumenta com a taxa \dot{B}=\frac{\Delta B}{\Delta t} constante (\dot{B} data-recalc-dims=0" />). Um voltímetro de resistência interna R é ligado à espira por fios de resistências desprezíveis conforme mostrado na figura. Determine:

(a) O valor da corrente i que percorre a espira quadrada quando x = a.

(b) A tensão V no voltímetro em função de x.

 

Assunto Abordado

Circuitos/eletromagnetismo

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Solução

 

(a) Solucionaremos a questão para um x qualquer. Aplicaremos a lei de Faraday em cada uma das voltas ADB e BDC no sentido horário. Para uma dada volta:

\epsilon=-\dfrac{\Delta \Phi}{\Delta t}

Em módulo

\epsilon=\dfrac{\Delta (AB)}{\Delta t}

\epsilon=A\dfrac{\Delta B}{\Delta t}

\epsilon=A\dot{B}

A resistência do fio obedece à lei de Ohm, ou seja, para um pedaço da espira de comprimento l:

r_l=R\dfrac{l}{4a}

Logo,

\epsilon_{ADB}=r\dfrac{2x}{4a}i_1+R(i_1-i_2)

\left(\dfrac{x^2}{2}\right)\dot{B}=r\dfrac{x}{2a}i_1+R(i_1-i_2)

\dfrac{x^2\dot{B}}{2}=\left(\dfrac{rx}{2a}+R\right)i_1-Ri_2

Ainda,

\epsilon_{BDC}=r\dfrac{(4a-2x)}{4a}i_2-R(i_1-i_2)

\left(a^2-\dfrac{x^2}{2}\right)\dot{B}=r\dfrac{(2a-x)}{2a}i_2-R(i_1-i_2)

a^2\dot{B}-\dfrac{x^2\dot{B}}{2}=\left(\dfrac{r(2a-x)}{2a}+R\right)i_2-Ri_1

Para x=a, nosso sistema fica:

\dfrac{a^2\dot{B}}{2}=\left(\dfrac{r}{2}+R\right)i_1-Ri_2            \dfrac{a^2\dot{B}}{2}=\left(\dfrac{r}{2}+R\right)i_2-Ri_1

Resolvendo o sistema:

\boxed{i_1=i_2=\dfrac{a^2\dot{B}}{r}}

(b) A voltagem que o voltímetro mede

V=R(i_1-i_2)

Substituindo Ri_1=V+Ri_2 no sistema:

\dfrac{x^2\dot{B}}{2}=\dfrac{rx(V+Ri_2)}{2aR}+V           a^2\dot{B}-\dfrac{x^2\dot{B}}{2}=\dfrac{r(2a-x)i_2}{2a}+V

Da primeira equação:

\dfrac{x^2\dot{B}}{2}=\dfrac{rxi_2}{2a}+V\left(1+\dfrac{rx}{2aR}\right)

\dfrac{rxi_2}{2a}=\dfrac{x^2\dot{B}}{2}-V\left(1+\dfrac{rx}{2aR}\right)

i_2=\dfrac{2a}{rx}\left[\dfrac{x^2\dot{B}}{2}-V\left(1+\dfrac{rx}{2aR}\right)\right]

Substituindo na segunda:

a^2\dot{B}-\dfrac{x^2\dot{B}}{2}=\dfrac{(2a-x)}{x}\left[\dfrac{x^2\dot{B}}{2}-V\left(1+\dfrac{rx}{2aR}\right)\right]+V

a^2\dot{B}-\dfrac{x^2\dot{B}}{2}=\dfrac{x(2a-x)\dot{B}}{2}-V\dfrac{(2a-x)}{x}\left(1+\dfrac{rx}{2aR}\right)+V

a^2\dot{B}=ax\dot{B}-V\left[\dfrac{(2a-x)}{x}\left(1+\dfrac{rx}{2aR}\right)+1\right]

a\dot{B}(a-x)=-V\left[\dfrac{(2a-x)}{x}\left(1+\dfrac{rx}{2aR}\right)+1\right]

a\dot{B}(a-x)=-V\left[\dfrac{2a}{x}+\dfrac{r(2a-x)}{2aR}\right]

a\dot{B}(a-x)=-V\left[\dfrac{(2a)^2R+rx(2a-x)}{2axR}\right]

\dfrac{2a^2x(a-x)R\dot{B}}{(2a)^2R+rx(2a-x)}=-V

Em módulo

\boxed{|V|=\dfrac{2a^2x(a-x)R\dot{B}}{(2a)^2R+rx(2a-x)}}

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Gabarito

(a)\dfrac{a^2\dot{B}}{r}

(b)|V|=\dfrac{2a^2x(a-x)R\dot{B}}{(2a)^2R+rx(2a-x)}

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Questão 8.

O ponto A da figura ao lado representa uma ambulância que se desloca com velocidade constante de módulo v_0 = 120 \, \textrm{km/h}. No instante em que ela começa a atravessar uma praça quadrada, de lados 100 \, \textrm{m}, sua sirene de 1000 \, \textrm{Hz} é ligada. Assim que a ambulância cruza a praça, a sirene é desligada. Nos pontos B e C estão situados dois observadores. Desconsidere a largura das ruas e suponha que o som da sirene se propaga isotropicamente.

 

(a) Determine, para cada observador (B e C), a maior e menor frequência sonora com que ouvem o som da sirene.

(b) Sejam f_B e f_C as frequências da ambulância percebidas por B e C. No mesmo plano cartesiano, faça gráficos de f_B e f_C em função do tempo t. Use o eixo horizontal para t. Adote t = 0 como o instante em que a ambulância liga as sirenes.

Assunto abordado

Efeito Doppler

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Solução

(a) Para o observador B, nós temos que a ambulância se aproxima dele, e assim que o cruza, ela desliga sua buzina, e assim nós temos que considerar o efeito doppler da aproximação, e depois a frequência normal no momento que ela passa por ele. Lembrando que a fórmula para o efeito Doppler é:

f = \dfrac{v_S + v_O}{v_S + v_F} f_0

Onde v_S é a velocidade do som, v_O a velocidade do observador e v_F a velocidade da fonte, o sentido adotado é positivo do observador para a fonte. Assim sendo a frequência percebida por B quando a ambulância se aproxima é: (Lembrem de converter a velocidade da ambulância de 120 \, \textrm{km/h} para \dfrac{100}{3} \, \textrm{m/s})

f_{B,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0} f_0 = \dfrac{340}{340 - \dfrac{100}{3}} 1000

\boxed{f_{B,max} \approx 1109 \, \textrm{Hz}}

E a frequência mínima é quando a ambulância cruza ele, assim tendo uma velocidade perpendicular a ele, que não constitui como uma aproximação ou afastamento de B, assim:

\boxed{f_{B,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}}

Para o observador C, nós vamos ter algo quase igual, mas agora devemos ter um cuidado com o ângulo de aproximação.

A verdadeira velocidade de aproximação é v_0 \cos \theta e não v_0, pois a componente perpendicular a reta que liga a ambulância A ao observador C não importa para o efeito Doppler. Podemos ver que a velocidade fica cada vez mais perpendicular a esta reta, e portanto a velocidade máxima de aproximação é no instante inicial, quando \theta = 45 \, ^{\circ}. Após isto nós teremos um momento onde a velocidade estará totalmente perpendicular (quando a ambulância cruza a praça), e estes serão os momentos de máximo e mínimo, respectivamente. Portanto:

f_{C,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \cos \theta} f_0 = \dfrac{340}{340 - \dfrac{100}{3} \cos 45 \, ^{\circ}} 1000

\boxed{f_{C,max} \approx 1074 \, \textrm{Hz}}

E a mínima:

\boxed{f_{C,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}}

(b) A frequência percebida pelo observador B em função do tempo é fácil de ver que será a máxima até o instante final, onde será a mínima, mas para termos uma ideia de como deve ser a frequência percebida pelo observador C em função do tempo, vamos escrever \cos \theta em função do tempo.

\cos \theta = \dfrac{x}{\sqrt{L^2 + x^2}}

Mas como a ambulância realiza um movimento retilíneo uniforme partindo da ponta oposta a C, temos que x = L - v_0 t, assim:

\cos \theta = \dfrac{L - v_0 t}{\sqrt{L^2 + (L - v_0 t)^2}}

Colocando isso na equação da frequência percebida por B:

f_{C,max} = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \cos \theta} f_0 = \dfrac{v_S}{v_S - v_0 \dfrac{L - v_0 t}{\sqrt{L^2 + (L - v_0 t)^2}}} f_0

Substituindo os valores numéricos e fazendo o gráfico de ambas as frequências chegamos em:

Mas sendo razoáveis, podemos entender que não era esperado do aluno que fosse feito um gráfico perfeito de tal curva, portanto durante a prova, acreditamos que o esperado era apenas uma curva como essa, que podia ser encontrada fazendo uma reta ligando do ponto máximo ao ponto mínimo de C e dela, fazer uma curva muito suave com concavidade para baixo, como a do gráfico.

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Gabarito

(a) \boxed{f_{B,max} \approx 1109 \, \textrm{Hz}} e \boxed{f_{B,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}} para o observador B.

\boxed{f_{C,max} \approx 1074 \, \textrm{Hz}} e \boxed{f_{C,min} = f_0 = 1000 \, \textrm{Hz}} para o observador C.

(b)

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