Fala olímpicos!
Hoje o Noic trouxe uma entrevista com o Giovanni, recordista na MOBFOG!
- Quando e por que você decidiu se dedicar ao mundo dos foguetes?
Foi em 2022, quando eu conheci a MOBFOG através de duas amigas da minha sala que tinham ido para Barra do Piraí e foram campeãs, e então recebi o convite de integrar à equipe. Sempre gostei muito de desafios, e como era uma área que eu não fazia ideia de como era nem como começar, vi uma oportunidade de aprender sobre uma área nova e que sempre me interessou bastante, que é sobre foguetes. Além de que, apesar de parecer diferente dos foguetes clássicos que imaginamos quando pensamos no assunto, os conceitos que se aplicam são os mesmos, e isso me interessou bastante e me motivou a seguir estudando, construindo e lançando os foguetes.
- Onde você se imagina profissionalmente daqui a alguns anos?
Além dos Foguetes, outra área que sempre me interessou foi a de Tecnologia, então pretendo estudar Engenharia da Computação para poder desenvolver soluções que possam contribuir principalmente no aprendizado científico no Brasil, quero poder incentivar cada vez mais jovens a construírem ciência na prática, como fiz, e transformar o panorama do ensino brasileiro.
- Quais são os seus hobbies?
Gosto bastante de música e estou aprendendo piano, acho que esse é meu hobbie principal! Também gosto muito de jogos eletrônicos, tanto competitivos quanto casuais.
- Como foi a experiência de bater o recorde brasileiro de foguetes? Quais foram os momentos mais marcantes para você?
O que mais me marcou foi na premiação, é o momento em que eu vi todo um filme da trajetória até o recorde passando na minha cabeça. Os momentos em que as coisas deram errado, as dúvidas e as incertezas, e foi na premiação que eu vi que tudo aquilo valeu a pena, foi muito difícil mas foi do jeito que teria que ser, uma história incrível do começo ao fim. É uma realização muito grande, fico sempre muito feliz de lembrar que esses momentos que as coisas deram errado serviram como uma mola e me impulsionaram até a concretização de tudo isso.
- Como foi a experiência de viajar para a Jornada de Foguetes, em Barra do Piraí-RJ?
Ir para Barra do Piraí é sempre incrível. Lá é uma atmosfera mágica, tanto pela parte da competição quanto pela parte das atividades. São momentos muito incríveis, de se conectar de fato com outras equipes, fazer novas amizades, conhecer culturas de regiões diferentes, e isso cria uma união muito forte entre todos, e o que era uma competição vira uma “coopetição”, um ambiente mais cooperativo do que competitivo. E isso que é o mais incrível, são todas as equipes se ajudando sempre, e toda a paisagem e o ambiente faz esse momento de estar na Jornada mais único e mágico ainda.
- Como foi o processo para bater o recorde brasileiro?
Foi uma trajetória muito complicada desde o começo. Estive trabalhando durante dois anos até conseguir chegar no recorde, com mais momentos de dúvidas do que de certezas. Durante o primeiro ano fazendo os foguetes e os testes, tinha sempre o sonho de conseguir chegar ao recorde mas as distâncias sempre estavam muito distantes. Ainda assim, não deixei de sonhar e junto com a minha equipe conseguimos fazer o 6º maior lançamento da história na época. Depois de uma semana nós fomos para uma competição no interior de São Paulo e fracassamos completamente. A equipe se desfez quando a competição terminou e eu me vi sozinho mas com o sonho de conquistar o recorde. Segui desde o começo do ano então estudando, entendendo ao máximo como era um foguete e como aumentar cada vez mais o alcance, compreendi a relação das forças físicas e aerodinâmicas presentes no foguete, entendi como funcionava a reação química do Nível 4, tirei muitas conclusões e lá apresentei um dos melhores e mais completos projetos da história da competição: sólido, inovador e validado através de 156 testes que compuseram a aplicação do método científico, completamente documentado em um aplicativo que eu mesmo desenvolvi para registrar todos os lançamentos que realizei.
- Você tem algum sonho que ainda não realizou?
Eu quero muito ter a oportunidade de publicar um livro, ainda não sei sobre qual tema seria, mas gostaria bastante de ter essa oportunidade. A ideia também de viajar para o exterior me atrai bastante, eu quero poder conhecer outros países e outras culturas ao redor do mundo. E depois de toda essa experiência com o recorde e com as olimpíadas, sonho que um dia possa me tornar mais ativo nesse meio e quem sabe até uma referência em ciência e educação no Brasil ?.
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