Aula 1.3 - Lançamentos

Aula de Diogo Netto

Introdução

É fato experimental que (desprezando forças de resistência do ar e afins) todos os corpos  próximos à superfície da Terra caem com a mesma aceleração g\approx9,8\frac{m}{s^2}, independentemente de suas massas. Assim, em um ambiente a vácuo, esperamos que uma pena e um objeto muito mais denso executem o mesmo movimento de queda, como mostra a imagem (retirada de pessoal.ect.ufrn.br):

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Lançamento Vertical

O caso mais simples de lançamento de um corpo que podemos estudar é o lançamento vertical, no qual o corpo é lançado para cima com uma velocidade v_0.

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Uma vez que a aceleração é constante, teremos um MRUV e as equações da aula de movimento retilíneo se aplicam. Podemos assim determinar os parâmetros relevantes do movimento.

Altura máxima (H_{max})

É fato que no ponto mais alto de sua trajetória o corpo tem velocidade nula. Por Torricelli, podemos escrever:
v^2=v_0^2+2a\Delta s \Rightarrow 0=v_0^2-2gH_{max} \Rightarrow H_{max}=\frac{v_0^2}{2g}

Observação: O sinal negativo na aceleração se deve ao fato de que a gravidade aponta para baixo, e orientamos o nosso eixo y para cima, conforme a figura.

Tempo total de Voo (t_{voo})

Usando que a velocidade é nula no ponto mais alto é nula, e denotando o tempo em que a partícula atinge seu ápice como t_{topo}, ficamos com:

v=v_0+at \Rightarrow 0=v_0-gt_{topo} \Rightarrow t_{topo}=\frac{v_0}{g}

Para a segunda parte do movimento, a queda, notamos que o tempo de subida é igual ao de descida, pela simetria do movimento. Logo,

t_{voo}=t_{topo}+t_{queda}=2t_{topo}=\frac{2v_0}{g}.

Podemos escrever os respectivos tempos em função de H_{max} também:

t_{topo}=t_{queda}=\sqrt{\frac{2H_{max}}{g}} e t_{voo}=2\sqrt{\frac{2H_{max}}{g}}

Observação: Se quiséssemos tratar de uma queda livre, em que um corpo inicialmente em repouso cai de uma altura H_0, conforme a figura abaixo, a equação acima permite obter:

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t_{queda}=\sqrt{\frac{2H_0}{g}} e v_{final}=gt_{queda}=\sqrt{2gH_0}.

De fato, aplicando as equações do MRUV podemos obter os parâmetros que quisermos nesse movimento.

Independência dos movimentos

O fato de existir uma aceleração no eixo y não altera o movimento no eixo x, que continua sendo uniforme, como se o movimento em x não enxergasse o que acontece em y.

Veja esse vídeo para uma melhor visualização do princípio: www.youtube.com/watch?v=KacTRPL1MtE&pbjreload=10

Lançamento Horizontal

Vamos estudar o caso em que lançamos um corpo de uma altura H_0 com uma velocidade horizontal v_0, conforme mostra a figura:

lista3_img4O Princípio da Independência que discutimos acima permite escrever as equações para os eixos x e y separadamente:

Para o eixo x: x=v_0t, ou seja, MRU em x

Para o eixo y; y=H_0-\frac{gt^2}{2}, ou seja, MRUV em y

Vamos obter os parâmetros relevantes do movimento.

Tempo de voo (t_{voo})

Basta fazer y=0. Logo,

t_{voo}=\sqrt{\frac{2H_0}{g}}

Alcance (D)

Uma vez que em x temos um MRU, é fácil perceber que:

D=v_0 t_{voo}=v_0\sqrt{\frac{2H_0}{g}}

Velocidade Final (v_{final})

Em x a velocidade é constante e igual a v_0. No instante t=t_{voo}, teremos:

v_y=-gt_{voo}=-\sqrt{2gH_0} \Rightarrow v_{final}=\sqrt{v_x^2+v_y^2}=\sqrt{v_0^2+2gH_0}

Equação da Trajetória (y(x))

Isolando t como função de x, obtemos t=\frac{x}{v_0}. Substituindo na equação para y,

y=H_0-\frac{gt^2}{2}=H_0-\frac{gx^2}{2v_0^2}, de modo que a trajetória é parabólica.

Lançamento Oblíquo em uma superfície plana

O último caso possível de lançamento é o oblíquo, em que a partícula é lançada do solo com velocidade v_0, de modo que esta forme um ângulo \theta com a horizontal, conforme mostrado na figura abaixo.

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O Princípio da Independência dos movimentos nos permite escrever as equações para os dois eixos separadamente.

Para o eixo x: x=v_0\cos\theta t, ou seja, temos um MRU em x.

Para o eixo y: y=v_0\sin\theta t-\frac{gt^2}{2}, ou seja, temos um MRUV em y.

Vamos obter os parâmetros relevantes do movimento.

Altura Máxima (H_{max})

Note que no ponto mais alto da trajetória, a velocidade em y se anula (teremos apenas a componente v_x=v_0\cos\theta), logo um Torricelli no eixo y nos dá:

v_y^2=v_{0y}^2+2a\Delta s \Rightarrow 0=(v_0\sin\theta)^2-2gH_{max} \Rightarrow H_{max}=\frac{v_0^2\sin^2\theta}{2g}

Tempo de Voo(t_{voo})

Vamos calcular o tempo t_{topo} em que a partícula atinge o ápice. Notando que v_y=0 nesse ponto, escrevemos:

v_y=v_0\sin\theta-gt \Rightarrow t_{topo}=\frac{v_0\sin\theta}{g}

Pela simetria do movimento, t_{voo}=2t_{topo}=\frac{2v_0\sin\theta}{g}

Alcance (D)

É fácil perceber que D=v_0\cos\theta\cdot t_{voo}=\frac{2v_0^2\sin\theta\cos\theta}{g}

Usando a identidade trigonométrica \sin2\theta=2\sin\theta\cos\theta, ficamos com:

D=\frac{v_0^2\sin2\theta}{g}

Equação da trajetória (y(x))

Isolando t=\frac{x}{v_0\cos\theta} e substituindo na equação de y como função do tempo, obtemos:

y=\tan\theta\cdot x-\frac{gx^2}{2g\cos^2\theta}, de modo que a trajetória também é parabólica.

Velocidade Final (v_{final})

Como v_y=v_0\sin\theta-gt, em t=t_{voo} temos v_y=-v_0\sin\theta, de modo que:

v_{final}=\sqrt{v_x^2+v_y^2}=v_0\sqrt{\sin^2\theta+\cos^2\theta}=v_0

Exercícios

Questão Iniciante Semana 7 - Solução

Questão Iniciante Semana 12 - Solução

Questão Iniciante Semana 13 - Solução

Questão Iniciante Semana 19 - Solução (em breve)

Questão Iniciante Semana 20 - Solução

Questão Iniciante Semana 25 - Solução

Questão Intermediário Semana 13 - Solução