Aula de Diogo Netto
Introdução
É fato experimental que (desprezando forças de resistência do ar e afins) todos os corpos próximos à superfície da Terra caem com a mesma aceleração , independentemente de suas massas. Assim, em um ambiente a vácuo, esperamos que uma pena e um objeto muito mais denso executem o mesmo movimento de queda, como mostra a imagem (retirada de pessoal.ect.ufrn.br):
Lançamento Vertical
O caso mais simples de lançamento de um corpo que podemos estudar é o lançamento vertical, no qual o corpo é lançado para cima com uma velocidade .
Uma vez que a aceleração é constante, teremos um MRUV e as equações da aula de movimento retilíneo se aplicam. Podemos assim determinar os parâmetros relevantes do movimento.
Altura máxima ()
É fato que no ponto mais alto de sua trajetória o corpo tem velocidade nula. Por Torricelli, podemos escrever:
Observação: O sinal negativo na aceleração se deve ao fato de que a gravidade aponta para baixo, e orientamos o nosso eixo para cima, conforme a figura.
Tempo total de Voo ()
Usando que a velocidade é nula no ponto mais alto é nula, e denotando o tempo em que a partícula atinge seu ápice como , ficamos com:
Para a segunda parte do movimento, a queda, notamos que o tempo de subida é igual ao de descida, pela simetria do movimento. Logo,
.
Podemos escrever os respectivos tempos em função de também:
e
Observação: Se quiséssemos tratar de uma queda livre, em que um corpo inicialmente em repouso cai de uma altura , conforme a figura abaixo, a equação acima permite obter:
e .
De fato, aplicando as equações do MRUV podemos obter os parâmetros que quisermos nesse movimento.
Independência dos movimentos
O fato de existir uma aceleração no eixo não altera o movimento no eixo , que continua sendo uniforme, como se o movimento em não enxergasse o que acontece em .
Veja esse vídeo para uma melhor visualização do princípio: www.youtube.com/watch?v=KacTRPL1MtE&pbjreload=10
Lançamento Horizontal
Vamos estudar o caso em que lançamos um corpo de uma altura com uma velocidade horizontal , conforme mostra a figura:
O Princípio da Independência que discutimos acima permite escrever as equações para os eixos e separadamente:
Para o eixo : , ou seja, MRU em
Para o eixo ; , ou seja, MRUV em
Vamos obter os parâmetros relevantes do movimento.
Tempo de voo ()
Basta fazer . Logo,
Alcance ()
Uma vez que em temos um MRU, é fácil perceber que:
Velocidade Final ()
Em a velocidade é constante e igual a . No instante , teremos:
Equação da Trajetória ()
Isolando como função de , obtemos . Substituindo na equação para ,
, de modo que a trajetória é parabólica.
Lançamento Oblíquo em uma superfície plana
O último caso possível de lançamento é o oblíquo, em que a partícula é lançada do solo com velocidade , de modo que esta forme um ângulo com a horizontal, conforme mostrado na figura abaixo.
O Princípio da Independência dos movimentos nos permite escrever as equações para os dois eixos separadamente.
Para o eixo : , ou seja, temos um MRU em .
Para o eixo : , ou seja, temos um MRUV em .
Vamos obter os parâmetros relevantes do movimento.
Altura Máxima ()
Note que no ponto mais alto da trajetória, a velocidade em se anula (teremos apenas a componente ), logo um Torricelli no eixo y nos dá:
Tempo de Voo()
Vamos calcular o tempo em que a partícula atinge o ápice. Notando que nesse ponto, escrevemos:
Pela simetria do movimento,
Alcance ()
É fácil perceber que
Usando a identidade trigonométrica , ficamos com:
Equação da trajetória ()
Isolando e substituindo na equação de como função do tempo, obtemos:
, de modo que a trajetória também é parabólica.
Velocidade Final ()
Como , em temos , de modo que:
Exercícios
Questão Iniciante Semana 7 - Solução
Questão Iniciante Semana 12 - Solução
Questão Iniciante Semana 13 - Solução
Questão Iniciante Semana 19 - Solução (em breve)
Questão Iniciante Semana 20 - Solução